Poema com mar
Naufrágio
Em meu barco em alto mar me arrisco em seu mar navegar.
Sem a bússola pra saber a direção, guiado apenas pelo coração.
Ondas lindas e visão de prazer, mas a noite cai e ao entardecer, me assusto com as marés altas, chego a temer!
O maneio ao navegar, arrisco minha vida em alto mar, toda essa agitação assusta meu pobre coração.
Me precipito ao pular antes do barco vir a naufragar, mas esqueci-me de que é um raso mar, logo me machuco e venho a me despedaçar.
Quase Nós
Éramos dois rios que queriam o mar,
mas corriam por margens opostas.
Dois tempos que nunca se encontram,
duas almas quase dispostas.
Nos olhos, havia promessa.
Nos gestos, carinho e abrigo.
Mas o mundo — cruel em seus mapas —
não traçou o mesmo caminho.
Faltou tempo, sobrou sentimento.
Faltou coragem, restou lembrança.
Vivemos no eterno “e se...?”,
no espaço entre o medo e a esperança.
Não foi falta de amor, eu juro.
Foi excesso de mundo, talvez.
Fomos poesia sem rima no fim,
história que o destino desfez.
E mesmo longe, ainda sinto
teu nome sussurrar no ar.
Fomos quase. Quase tudo.
Mas o quase não sabe ficar.
LOUCURAS DE AMOR
Querer e não te ter
é como admirar o mar e não sentir suas águas.
Querer e não te ter
é ser sol, lua e mar, sem nunca se encontrar.
Te ter e não te querer
é renunciar a um diamante raro,
é negar o brilho que ilumina até as sombras mais profundas.
Tocar-te é navegar nas profundezas do oceano,
uma vertigem que enlaça, uma viagem que consome,
onde dois corpos se perdem em labirintos de paixão.
Loucura de sedução,
um enredo onde o desejo escreve suas linhas,
envolvendo-nos no êxtase de amar e ser amado.
Não apenas um "eu te amo",
mas um viver pleno:
sentir, tocar, cuidar, doar-se por inteiro.
Loucuras de um amor proibido,
intenso como o instante que não se repete,
que arde em milésimos de segundos,
como a primeira e a última vez.
E quanto maior a loucura,
mais indelével será a lembrança,
gravada como fogo na memória,
eternizada na poesia da saudade.
Oceano de emoções
Você amor é o mar alto sem limites
E eu sou um navio brilhante que o navega
Solitário no oceano de você
Com uma rosa na proa do meu navio
Onde a lua testemunha
Reflete o diamante da sua espuma
Na palidez oceânica sobre a rosa prata.
Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas
Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...
Na beira do mar, as ondas beijam a areia
A brisa suave sussurra segredos das sereias
No litoral, a natureza em harmonia alardeia
E o horizonte se estende como uma tela cheia.
O sol se põe, tingindo o céu com cor dourada
E as estrelas surgem, uma a uma, na vastidão
O mar, dança e canta uma melodia encantada
E a paz se instala, abraçando o coração.
Menina de Luz
Menina de luz, sorriso de mar, nos olhos carrega o brilho do luar. Seu rosto, um poema em forma de verão, com traços que tocam o coração.
Cabelos de nuvem, dançando ao vento, cachos que guardam tempo e sentimento. Como uma deusa que pisa no chão, com passos que espalham inspiração.
A pele morena, sol em flor, traz no silêncio um mundo de cor. E quando sorri, tudo ganha sentido até o dia parece mais bonito.
Ela é força, é flor, é melodia, é o que o mundo sonha em poesia. E mesmo sem saber, encanta o lugar, só com o jeito de se expressar.
“Em Teus Olhos, o Mar”
Em teus olhos se deita o mar —
não como espelho, mas como abismo.
Mergulho neles sem me salvar:
naufragar em ti é meu lirismo.
Teu silêncio tem gosto de vinho,
amargo e doce, tal qual o destino.
Quando me falas, és o caminho
onde perco a pele, o ar, o sino.
Teus cabelos — ventos de febre —
me enredam no tempo, sem despedida.
Cada fio, um verso que em mim verte,
tecendo o poema da minha vida.
Te amei nas horas que não tive,
te esperei nas sombras do meu ser.
E mesmo que o mundo me desvive,
serei palavra onde fores viver.
Se teus lábios forem exílio,
exilado serei, com paixão.
Pois vale mais um beijo tardio
que o mundo inteiro sem tua mão.
no fim eu estava indo pegar meu coração de volta
na imensidão das sombras além do mar que não conheço
ainda navegando muitas dores da memória
eu navego o caminho do mar que eu escrevo
como um eco no fundo do mar
para alguém disposto a escutar
ouvi seu coração no horizonte de tudo
eu busquei sua mão no fim do mundo
Riz de Ferelas
Seus cabelos são como as ondas do mar: vêm e vão (vã), mas sempre presos ao mesmo lugar.
Parece que você se esqueceu do que te fez chegar onde está.
Teu orgulho é tão corrosivo quanto esse hábito crônico, feito um cachorro que volta ao próprio vômito."
Maré Ancestral
O quilombo é mar aberto,
profundo e vivo
roda acesa de memórias, de tempos:
os ecos dos ancestrais ressoam,
guiando o povo
na maré da história
e da luta contínua que navega mesmo em tempestade.
Nas encruzilhadas das águas,
entre travessias, cantos e tambores,
seguem,
celebrando a vida,
a força do coletivo.
Além-mar
Além-mar se esconde um sentimento,
Por mais caprichoso que seja, sim, é saudade.
Por mais obstante e monótono,
Está além do meu controle,
Perdido no tempo passageiro
Que se disfarça de simples delírio
De um ser sem alma
E de um coração vendido por migalhas.
E perante este preço,
Que equivale a uma folha de papel,
Foi lançado a teu olhar,
Que está além do horizonte longínquo,
Sem mais nada para oferecer—
Apenas um lindo vazio.
Nem lua, nem estrela
Nem mar nem jardim, nem versos que me enlevem. Nem carma ou frenesi
Só quero a emoção de uma Amor com início e fim!!!
A vida é uma grande poesia
Às vezes cheia de emoções
Às vezes vazia...
Para uns, lembranças maravilhosas, para outros lembranças iguais às minhas…
Aos injustiçados e desdenhados:
E aquele ignóbil que veste a camisa cor do mar,
Fuzilou aquele inocente, sem nada o fazer esperar!
Ele nem sequer ostentou o punhal prateado
E, mesmo assim, sofreu e, por fim, foi alvejado!
António Vilela Gomes
A-MAR DE GENTE
Seria mais gostoso gostar de alguém
Quando esse alguém também gosta da gente
Ou será que é pedir muito?
Gostar de quem também goste da gente
Nos tornamos consumistas
Contabilizando o que ofertamos
E o que estamos recebendo
Como em uma jogatina
Tem gente que gosta da gente
Tem gente que gosta de gostar da gente
E tem gente que gosta que a gente goste
Porque ainda existe alguém morando dentro dessa gente
Mas o que buscamos é o que queremos?
Ser amados ou validados?
Ser vistos ou ser ouvidos?
Ou apenas mostrar que alguém gosta da gente.
Porque amar é decisão
Que vai amar sem esperar,
E apostar que vai ganhar.
Tatuí, 01 de abril de 2025.
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