Poema Insiqnificante Mario Quintana
Os silêncios
Não é possível amizade quando dois silêncios não se combinam.
Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
Proletário
Sujeito explorado financeiramente pelos patrões e literariamente pelos poetas engajados.
Pensamento para o teu aniversário
Nem todos podem estar na flor da idade, é claro! Mas cada um está na flor da sua idade.
Aula de filosofia
Eu só te poderia dar uma noção do nada se não tivéssemos nascido. Agora é tarde, é muito tarde, minha filha... Ah, deliciosamente tarde!
Meditação para o dia de Natal
Ah! Aquela confiança que tem uma criança rezando... Inocente confiança. Alegria. Quem é de nós que reza com alegria? Parece que só existe mesmo o Deus das crianças... Deus é impróprio para adultos.
Bebê
Coisinha deficiente, inconsciente, inerme, inválida, trabalhosa, querida.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... que o AMOR existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena!
Nota: Trecho de um poema muitas vezes atribuído, de forma errônea, a Mário Quintana.
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.
Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.
Aceitarás o amor como eu o encaro?
Adaptação do poema de Mario de Andrade, por José Adriano de Medeiros
...Alvo e bem leve, lindo, suavemente como sua pele
Tudo o que há de melhor e de mais raro
"Vivo" em teu corpo nu de ardente
Meu olhar preso ao teu perdidamente.
Não me exijas mais nada, além do desejo
A realidade é simples, e isto apenas.
Também mais nada te exijo, só teu beijo
Fragmentos de um tempo
Eu não sou homem (...).
Sou um anjo incompreendido,
Sombra doce do anoitecer,
Um tesouro desnudo... Avulso...
Consumido por um prazer inquietante.
Vou seguindo em frente...
Sou um pássaro simples
Às vezes triste...
Eu volto... Pouso... Canto...
Vejo o tempo cantarolar momentos...
Meus enigmáticos modos... Adoro!
O papel me olho com deboche
Risquei com raiva e medo
Com esse café preto
Aqui no canto esquerdo
Ri e escrevi com zelo
Novamente
Tinta escorrendo livremente
Sem qualquer compromisso
Apenas deprimente
Melancolia novamente
Tudo novamente
Melancolia, Mario Quintana já dizia:
Sofrimento romântico
E eu discordaria?
Apenas entoo o velho cântico
Romântico.
Dia 02 de Novembro. Dia de amados.
Hoje eu não vou a cemitérios.
Hoje é o dia que escolhemos para homenagear nossos mortos.
Dia em que muitos se dirigem aos cemitérios, visitam túmulos, os enfeitam, relêem as inscrições nas lápides...
Muitos reservam alguns momentos nesse único dia, para lembrar, aqueles que morreram e já foram esquecidos, acho isso um tanto hipócrita e totalmente desnecessário.
Não que eu também não tenha meus próprios mortos, para lembrar ou revisitar, mas faço isso, no cotidiano, mantendo-os vivos em mim e buscando as referências, de suas vidas, em suas obras...
Hoje eu não vou a nenhum cemitério.
Aos esquecidos, seria desonesto, tal fingimento e aos que mantêm-se vivos em mim ou em suas obras, seria completamente desnecessário.
Não vou a cemitérios.
Tenho pra mim que, assim como, Mario Quintana, aqueles que um dia viveram, não estão lá.
Fantasmas
Vejo pelas vidraças da janela
Na antiga igreja
Um menino a brincar na chuva
Será ele um fantasma?
Pois só um morto
Consegue aproveitar a vida
Que os vivos mataram...
DEDICAR.....
Queria dedicar-te um poema
mas Deus
falta-me inspiração!
Tento frases,
escolho temas
mas nada me sai
com devida dedicação!
E oferecer algo.....
puxa vida,
como é difícil!
Todo o mundo
oferece amizade
oferece amor
oferece consideração!
Mas de que vale oferecer tanto,
se aquilo que se oferece
não for
com devida dedicação.....
E eu,
podia dedicar-te tanta coisa!
Como mais uma conversa agradável
sentados numa mesa de café!
Como um beijo de parabéns
por mais um dia do teu viver!
Não!
Eu queria dedicar-te algo
que não tivesse tempo de esmorecer....
Mas o quê?
Qual o tema?
Puxa vida.....
Acabei por dedicar-te um poema!......
Eu pensei num poema pra você.
Letras de carinho,
que voasssem pra te ver.
Eu quis te escrever,
linhas,vivas,
que pudessem dizer,
que hoje meu abraço é verso,
mas através desse laço,
entre rimas eu me faço,
na distancia que não
me impede de te ver.
Eu só queria dizer,
que nesse instante,
meu coração
é poema de você.
Minha motivação sempre foi a última palavra do poema...
Me deitei com você na cabeça
acordei pensando em ti
A vida não tem sido justa
como eu queria você aqui.
A cada minuto que se passa
a saudade aumenta mais
não depende só de mim
depende dos seus pais.
O que fazer nessa situação
acalma esse coração...
Como eu te amo
você não tem noção.
Por você eu faço tudo
tudo pra te ver sorrir
não tá sendo fácil
tenho que admitir.
Por voce eu enfrento o mundo
Só quero um compromisso
O tempo vai passando
E qual a razão de tudo isso?
É você!
Não há vagas
O preço do feijão
não cabe no poema.
O preço do arroz
não cabe no poema
Não cabem no poema o gás
a luz
o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
- porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira