Poema Eternidade de Xico Chavier
Eu tô ficando amarga.
Tô ficando meio mal-amada.
Abandonada.
Consigo acertar dois passos, mas regrido um.
Volto a estaca 0.
Quando melhoro, dou uma recaída e volto a ser como era.
Me isolo. Não me controlo e, de tiracolo me consolo com memórias do passado.
Eu me canso.
Fico cheia de fazer poesias para contrafazer o caos dentro de mim.
Caos.
Não rima. E, pra falar a verdade odeio palavras rimadas.
Já não sou doce porque apodreci os dentes de muitas bocas.
E, o que me sobra?
O ácido biliar que corrói o estômago alheio.
Em dias chuvosos
Eu corro para onde a chuvarada não alcance
Mas eu ainda desejaria voltar para casa
Mesmo que o vento continuasse a me levar de volta
Eu ainda desejaria
Mas não importa
Mesmo que eu o fizesse
Nunca voltaria para casa
Vazio
Há tempos que não sinto nada ao me mover
Que estou inerte numa estranha ambição de me preencher
De encontrar algo ou alguém que traga-me à vida
De criar apreço por qualquer coisa que seja-me querida
Por vezes submeto-me à futilidade, por vezes a algum vínculo profundo
Mas ainda sinto-me só, incompleta, um poço sem fundo
O essencial falta-me, não vivo nada verdadeiramente
Como se não existisse passado, futuro ou presente
Algumas pessoas contentam-se ao molhar os pés, outras a cintura
Outras um pouco mais profundas mergulham de cabeça nessa aventura
À mim seria necessário o afogamento
Talvez eu fosse completa, por pelo menos um momento
Uma Supernova que passou a vida a buscar
Algo ou alguém para se afundar
Para dar fim ao vazio de dentro de mim
Explodi e parti, para um oceano sem fim.
As ondas batem nas rochas como se estivessem com raiva,
E pretendessem quebrá-las.
Por mais que agitado, o som do mar parece solitário,
Como uma moça inquieta esperando seu marido voltar da guerra.
A água é azul, um azul tão escuro que se você observar durante muito tempo,
Terá a sensação de que está submerso no fundo do oceano,
E que dali não conseguirá escapar.
sentimento contemporâneo
Varrendo a sujeira para de baixo do tapete
Local aonde já tem muito pó
Em cima dele pessoas sorridentes
Tudo está tão normal e comum que vamos seguindo a vida
Mentiras e incertezas por toda parte
Olhos fechados, não só eles
Não sentimos o cheiro da ameaça
Não ouvimos o grito do medo
Ignorando qualquer sinal de fumaça
Estou com medo do que a seguir
Não temos caminho
Perdidos no tempo que já foi bom.
Segredos aos Ventos
Vamos lá, fale bem alto para todos ouvirem
O seu medo calará a sua voz
Está perdendo o amor que existe aqui dentro
Tão puro e genuíno
Ele está cansado de ficar aqui no meu coração
Ecoando na parte mais escura
Vamos lá, grite !
Você não consegue, não quer
Nos amamos em segredo
Mas calma, o vento tomará esse amor e o levará embora
Só irá restar o corpo, a parte menos importante
Pois com o vento, mantido em segredo o meu sentimento vai estar.
afogando em duvidas
O problema não é o mundo.
o problema são meus pensamentos
é a necessidade de ser livre,
ter liberdade
Meus pensamentos me assobram
a cada dia
as lembranças sempre estão
na minha mente
sinto que estou me afogando
em pensamentos e duvidas
me sinto em uma prisão
sinto que fui condenada
por algo que não cometi
e essa prisao são meus pensamentos
minhas duvidas
eu só queria poder desabafar
eu só queria ser livre
eu só queria poder falar o q eu penso
e sinto...
O HORIZONTE se afasta mais e mais
A cada passo que eu dou
Como um pássaro fugindo do inverno
Sem pestanejar, bateu asas e voou
Como um jogo de conquista
Onde conquistado e conquistador
Se misturam freneticamente
Ao passo que não podem se opor
As suas linhas curvas
Pelo Sol são banhadas
Onde céu e terra se encontram
Resplandecente e indomável
Jaz entre os montes
Um desejo implacável
Como meu algoz.
Algumas pessoas têm irmãs
Mas só eu tenho a melhor!
Algumas pessoas nem sabem tudo o que passamos, mas ela, sim, sabe tudo de mim!
Choramos abraçadas, choramos a mesma dor.
Foram noites em claro me vigiando, e isso, sim, é amor!
Foi tanto cuidado e afeto que hoje nenhum verso é capaz de definir.
A irmã que não é só sangue, é alma é coração.
Minha irmã se fez mais que irmã, se tornou minha mãe, se não fosse ela, eu não estaria mais aqui!
Por isso, minha irmã, se você ficar triste, meu coração vai doer, então, por favor, só sorria, pois ele me faz viver. E enquanto eu existir, você nunca estará sozinha! Te amo nessa e em outras vidas, se houver!
CONTRAMÃO
Como a maldade egoista, sombria
Que do homem o bem lhe é tirado
Qual apenas, o ruim, é seu brado
De falseta, e cuja a ação é tirania
Não aguenta nunca a luz do dia
O qual, de amor, não é adornado
O teu peito pra glória é fechado
No cruel interesse: a idolatria!
E hoje, entre tantos, muitos são
De um coração ermo, ressecado
Horrendo, traindo na contramão
Pulsam cobiça, e seus espinhos
Repugnam a honra de outrora
Empedrando de ira os caminhos
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Os rabiscos
Os rabiscos todos joguei fora...
Aqueles que falavam das dores...
E do amor no meio das dores...
Ah! Sempre tem um no meio do outro...
Não queria ter jogado fora...
Mas eu queria que um pouco de mim que doía
Fosse embora também...
E foi!
Será que eu gosto de sofrer?
O que consegue formar um sentido para mim, entrego…
Sobre o que ainda não consigo entender, me aquieto, espero
Como a areia precisa da quietude da água para se assentar no fundo do mar
Ou no fundo do copo, espero
Quieta por fora, gritando, porém, por dentro...
A pressa...
Eu já tinha uma expectativa estruturada aqui
Guardada, plantada, bem lá no cantinho do meu ser
Mas veio a pressa...
E arrancou tudo de uma vez
A pressa de viver algo novo
A pressa de estar com quem tanto desejo
A pressa de me lançar na leveza depois de tanta escuridão e cansaço...
A pressa de escrever uma nova história, um final feliz...
A pressa de contagiar cada canto da memória
A pressa que veio da surpresa por perceber
Que eu poderia me abrir de novo, amar de novo...
Ela trouxe e levou tudo embora
Deixou vazio o que não era mais vazio
De novo...
Não me deixou ver o fim nem o início
Ela me deixou aqui, com a planta arrancada na mão
E a alma, sangrando
Ela te levou de mim, sem mal ter me deixado ver você...
Não era tudo isso...
Vivi o que já estava ali
Plantado pra eu viver
E assim como canal que sou, deixo ir
Me calo, me recupero e me guardo...
Grata por ser
Por querer, por ver
Por ter tido a coragem de viver
De ter dado a cara pra bater...
Entrego tudo com cuidado
Com o que a memória vai trazer
O que eu escolho lembrar
O que eu escolho esquecer...
E na banalidade
Do que não houve pra se dizer
Fico com a resposta
Que era evidente de se ver...
Que no início o fim foi visto
Que no nada o tudo foi vivido
Que no fim não era tudo isso...
Flertando Com o Abismo
Loucos, desnorteados
O ódio está encarando
Olhos grandes, esperando a hora de agir
Rindo das ruínas, que antes eram sonhos
Estamos flertando com o abismo
Jogados a força, os que resistem, sofrem
Gosto de acreditar que gente ainda goste de gente
Mais uma vez enganado.
Hoje caminhei pelo jardim de minh'alma
Em um canto avistei uma triste flor
Me aproximei e perguntei seu nome
Ela então me respondeu:
- SAUDADE
Sobre quem canta aqui
Hoje quem me socorre é Renato, por Cássia
Tem dia que é Lulu, Bono, The Edge
Até Bruno às vezes...
Na maioria dos dias Roger, Eddie e cia. me cobrem
Me acalentam
São meu alento...
Tiê também, com a sua linda história confessa
Me ajuda a entender que não há uma face escura na lua
Que a lua é, em si, toda escura
Porque quando ouço as sirenes
Ouvindo circos tão profundos
Vejo que o templo está em ruínas
Mas o amor é maior do que qualquer coisa em seu caminho...
Quando o sol está se pondo
Vejo que é de você que aprendi a sentir falta
E ainda que amanhã não seja nada disso
Cabendo só a mim esquecer...
Mesmo com motivos para não desistir nem tentar
Eu poderia ficar
Para que o dia tornasse tudo isso real
Nem que fosse por um minuto...
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