Poema Eternidade de Xico Chavier

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⁠"...
Tantos destruíram essa menina,
Tanta trapaça nessa sina,
Por vezes, apagaram sua lamparina,
Mesmo assim, ela sempre ilumina."

Poema 'Mesmo assim'

Inserida por MarcielydeOliveira

⁠vodu

por entre os dedos da terra
sem pressa
sem deter
discorre sem forma
e incolor
o deus terrível
profundo
silêncio cálido
que inebria e incapacita
que engole
sem mastigar
os ásperos calos
deformando
as minhas trémulas e gélidas formas
encerrando os olhos
com o capim
e as pedras
e as folhas tardias
do longo inverno
na caverna aberta deste crânio quartzítico
incandescente luz que me atravessa
imobilizado pelas asas abismais
ouço e vejo o temporal
contra a gruta do meu próprio templo
eu sou o templo e a sua ruína
os seus antepassados futuros
isto é o princípio do meu renascimento
e por isso estou estendido nesta catarse
envolvido pelo frondoso sudário da floresta
aguardo a tácita palidez da minha própria morte
talvez eu próprio seja este terrível deus
porque ouço a voz da lua e o corpo do sol
invocando em extintas línguas os meus nomes.

(Pedro Rodrigues de Menezes, “vodu”)

Inserida por PoesiaPRM

baobá

procuro nos outonais trâmites do teu corpo
o insofismável vestígio das tuas raízes
salgueiro que jaz e se curva obliquamente
eterna a bênção, terrível o fim do tempo
deserto, areia, sol, miragem, saudade
serás sempre o antes e o depois de nós
e nós seremos tão pouco e tão poucos
depois de ti secarão todas as welwitschias
África não renascerá da força dos tambores
mil homens sangrarão entre solenes rituais
as grávidas abortarão com sede de terra
e o céu encher-se-á de conchas e espinhas
e virão os deuses deste mundo e do outro
velar a desgraça efémera da sabedoria
ninguém saberá mais falar, escrever ou viver.

Poema dedicado a Catarina Pereira do Nascimento

(Pedro Rodrigues de Menezes, “baobá”)

Inserida por PoesiaPRM

⁠FLORES Y HOJAS

Girassol mexicano perdido no verde
Tão alaranjado e vivaz entre folhagens
Na mais baixa aquarela é terracota.

Sei que és forte e floresce, chica
Como brota em toque tórrido
Por que ilude-se em rodovias cinzas?

Não fuja das folhas meu bem
Os buques são lindos, eu sei
Mas caules cortados morrem.

Inserida por Kevin_litera

⁠E o teu doce hálito de cereja
quando nos beijamos debaixo das macieiras
como se escrevesse numa página do livro da minha vida
“nunca me esqueça”

Inserida por rizdeferelas

⁠Assim como o sol tem a lua
eu tenho a poesia
eu e você
nos veremos algum dia

Inserida por rizdeferelas

⁠Amor, para mim,
tem nome de gente
endereço, telefone
e um “retorne ao remetente”

Inserida por rizdeferelas

⁠Fico pensando em nós
em nós
em nós
em nós
até um dia nascer
a nossa nogueira.

Inserida por rizdeferelas

⁠Vejo as linhas do horizonte
parece que saem de mim
qual o tamanho de um sonho?
foi feito para não ter fim

Inserida por rizdeferelas

⁠se apenas minhas palavras fossem
rosas e cravos caindo na neve macia
do seu coração

Inserida por rizdeferelas

⁠⁠Pediram-me uma poesia autoral sobre mãe. Digo a vocês que não sou poeta; seria muita, mas muita pretensão de minha parte, abraçar e/ou adotar esta condição artística-filosófica.

Mas se fosse para eu associar poesia à mãe, diria que:

Mãe é sinônimo de amor que é sinônimo de poesia que é sinônimo de mãe; fim.

Inserida por gledstonguetao

⁠FONTE DE LUZ

Energia radiante
Das mãos
Do centro de si
De dentro do plexo
Perplexo
Não em excesso
No tanto certo
Fluxo constante
Raio de luz
Fonte de paz
Sementes jogadas
Sopradas
Derramando em nós
Abençoando
Alma cintilante
Doçura, ternura
Sorriso brandura
Reina divina
Acolhe, escolhe
É colo e aconchego reais

Inserida por Angelamafram

⁠Tento seguir em frente
Em uma via de contra-mão
Seguindo as coordenadas
Que estão no meu coração

As placas disseram pare
Mas minha mente dizia não
Bati no muro do amor
Quebrei meu corpo e meu coração

Inserida por henrique_de_freitas

Escolha

Eu tenho a alma voando
no encalço de uma ave cega:
se escolho rumo do escuro
me apoio à sombra do muro
pousado na minha testa.
Se elejo o rumo da alvura
falseio os passos da vida
e me descubro gritando
um grito que não é meu.
Que faço das mãos cobertas
de um sol doído só de África?
E do tantã nestas veias,
turbando o ritmo ao sangue?

Na face o dia não pousa
o seu cesto de alegria
e a manhã precipita
ventos e noites amargas.

Oswaldo de Camargo
O estranho. São Paulo: Roswitha Kempf Editores, 1984.
Inserida por pensador

Meu grito

Meu grito é estertor de um rio convulso…
Do Nilo, ah, do Nilo é o meu grito…
E o que me dói é fruto das raízes,
ai, cruas cicatrizes!,
das bruscas florestas da terra africana!

Meu grito é um espasmo que me esmaga,
há um punhal vibrando em mim, rasgando
meu pobre coração que hesita
entre erguer ou calar a voz aflita:
Ó Africa! Ó África!

Meu grito é sem cor, é um grito seco,
é verdadeiro e triste…
Meu deus, porque é que existo sem mensagem,
a não ser essa voz que me constrange,
sem ecos, sem lineios, desabrida?
Senhor! Jesus! Cristo!
Por que é que grito?

Oswaldo de Camargo
15 poemas negros. São Paulo: Edição da Associação Cultural do Negro, 1961.
Inserida por pensador

Em maio

Já não há mais razão para chamar as lembranças
e mostrá-las ao povo em maio.
Em maio sopram ventos desatados
por mãos de mando, turvam o sentido
do que sonhamos.
Em maio uma tal senhora Liberdade se alvoroça
e desce às praças das bocas entreabertas
e começa:
"Outrora, nas senzalas, os senhores..."
Mas a Liberdade que desce à praça
nos meados de maio,
pedindo rumores,
é uma senhora esquálida, seca, desvalida,
e nada sabe de nossa vida.
A Liberdade que sei é uma menina sem jeito,
vem montada no ombro dos moleques
ou se esconde
no peito, em fogo, dos que jamais irão
à praça.
Na praça estão os fracos, os velhos, os decadentes
e seu grito: "Ó bendita Liberdade!"
E ela sorri e se orgulha, de verdade,
do muito que tem feito!

Oswaldo de Camargo
O estranho. São Paulo: Roswitha Kempf Editores, 1984.
Inserida por pensador

Notícia

A nuvens trouxeram-me notícias
do céu...
As aves disseram-me como iam
as montanhas...
Coisas estranhas
começaram a dar-se então
com minha alma...

Oswaldo de Camargo
Um homem tenta ser anjo. São Paulo: Supertipo, 1959.
Inserida por pensador

Rumo

Às vezes ergo os olhos, interrogo
o seco céu sem urubu, sem nódoa
de nuvem: Deus,
que queres?
Que eu me atropele
com minha própria sombra, que embranqueça
meu dorso e voe?

Oswaldo de Camargo
O estranho. São Paulo: Roswitha Kempf Editores, 1984.
Inserida por pensador

⁠poesia antes da escrita

A poesia veio antes da escrita, existe tanto semianalfabeto um poeta e tanto, daqueles que gramática nenhuma poderia botar defeito e nenhum "dotô", falaria mais bonito. A poesia é alma, poesia boa mesmo é do tipo cantiga no mato, na roça com a vó, ou buscando a lenha pra acender o fogão. Poesia também já veio numa "borná", com um lápis e uma folha de papel de pão. Poesia já veio até no "calcanhar", já veio no joanete que contava muita história no tempo do frio. Não se nasce alfabetizado na língua dos homens, mas. Pode-se nascer alfabetizado na língua do amor e da poesia, portanto, pra ser poeta, basta-o ser.

MARIA, O AMOR SEMPRE VENCE!

(Livro: Amar Até Dizer Chega)

Inserida por MariaDePaula

⁠Verdade absoluta

Eu nem sei o que dizer
Estou sendo estreada de novo com você
Já te falei né? Então... Também to descobrindo coisas em mim junto contigo. Você é tão mais do que você imagina pra mim, que não tem idéia. Ahm
Eu acredito e vivo isso como se fosse uma verdade absoluta. De verdade.
Pode até ser que você desista ali na frente por milhões de motivos, mas uma coisa é certa, eu vou viver isso, viver você, viver nós até a última gota. Mergulhei.
Tu me convenceste a mergulhar.
Você é tão foda, tão importante.
Putz... Fora o amor.
Ainda tem o amor.
Você sabe disso.
Não morra agora, pode demorar mais uns 60 anos pelo ao menos... Será pouco, mas será um bom começo.

MARIA, O AMOR SEMPRE VENCE

(Livro: Amar Até Dizer Chega)

Inserida por MariaDePaula

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