Poema Entardecer
ABOLIÇÃO
Em 1888 veio a Abolição
Um passo infalso
Um passo sem chão
Liberdade em papel
Sem terra e pão.
Do passado ao presente
É luta e é glória
Na pele e na alma
Se faz essa história
Da luta de ontem
AO sonho de agora
É força que brilha
Que insiste e vigora.
161124
Raízes do Afeto
Nas fotos antigas, desbotadas no tempo,
Sorrisos guardados em preto e branco —
São laços que tecem, silentes, seu assento
No meu coração, como um rio sagrado.
Vejo nas tuas mãos as linhas que herdaste,
O mesmo tremor da avó ao cantar.
No teu olhar profundo, o que me contaste:
Amores antigos a nos sussurrar.
Na mesa posta, na receita esquecida,
No jeito de dobrar o pano de chão,
Vive a ternura de outra vida,
Semente lançada em gerações.
O amor ancestral não morre, repousa:
É seiva na árvore, é voz no vento...
Sangue que flui e não se esgota,
Abraço de séculos no meu momento.
Luz Simples
Cada dia acende
Uma luz diferente.
Não é nada complicado,
É um sol bem presente.
Luz que entra pela janela,
Aquece o chão da sala.
Luz que pinta a folha verde,
Que na roseira balança.
Essa luz não é só brilho
Pra clarear o lugar.
Ela é convite manso
Pra começar a olhar.
Olhar pro pão quentinho,
Pro cheiro do café.
Pro vizinho que acena,
"Bom dia!" pra você.
Olhar a nuvem viajante,
A formiga no caminho.
Ver que a vida, mesmo simples,
Tem um jeito de carinho.
É nesse olhar atento**
Que a luz vira alegria.
Não uma festa barulhenta,
Mas paz que todo dia cria.
Paz de sentir o tempo,
De agradecer o pão.
De saber que estar vivo
Já é grande lição.
E aí vem a felicidade,
Não um tesouro a guardar.
Mas o amor que se espalha
No simples compartilhar.
Amor no prato feito,
Na palavra de consolo,
Na mão que aperta a outra
Quando o caminho é um pouco só.
Cada dia tem sua luz,
Não precisa ser intensa.
Basta abrir os olhos
E a alma, com doçura imensa.
Deixe que essa luz simples
Te mostre o essencial:
A verdadeira alegria
Morando no amor, que é...
Eterno, e tão normal... Quanto essa canção que faz bem ao coração...
O Fio Infinito
Não roda simples, nem espiral vã,
Mas tecido denso, sem começo ou grão.
O que hoje é chão, que hoje é dor,
Será novamente, sem perdão ou flor?
Cada instante, pesado de eterno,
Cada suspiro, cada inverno,
Cada riso que o vento levou,
Tudo voltará... Tudo voltará!
Não fuga no céu, nem porto além,
Só este mundo, sempre e também.
Amar o destino, dizer "Sim!" profundo,
Ao peso mais duro, ao abismo do mundo.
Seríamos deuses? Ou prisioneiros?
Criando eternos canteiros?
A vida, uma pedra que sempre se lança,
No lago do tempo, sem mudança.
Oh, volta que não é volta,
Mas presença absoluta, desenrolta!
Aceitar o mesmo que nunca se repete,
Pois só existe este instante que nos mete...
No centro do círculo, imóvel e ardente:
O eterno retorno é a vida consciente.
Amar cada sombra, cada luz que se acende,
Sabendo que tudo... Tudo... eternamente, desce e ascende.
**"Sem Resposta"**
**(Verso 1)**
Eu te mandei mensagem outra vez,
Mas o silêncio foi tudo o que você me deu.
Olho pra tela esperando seu sinal,
E cada minuto sem você me faz tão mal.
**(Verso 2)**
A saudade aperta o peito sem perdão,
Fica um vazio onde morava a emoção.
Já tentei seguir, tentei me convencer,
Mas sempre volto a te querer.
**(Ponte)**
Por que você não responde, não me dá atenção?
Eu só queria ouvir de você uma explicação.
Será que errei, será que te perdi?
Ou será que nunca estive aí?
**(Refrão)**
E eu choro, sozinho no meu quarto,
Com as lembranças que me deixam em pedaços.
Eu te espero, mesmo sem saber,
Se algum dia vai voltar a me querer.
**(Verso 3)**
No rádio toca a nossa canção,
E a dor aumenta dentro do meu coração.
Tantas promessas, tantos planos ao luar,
Agora tudo se perdeu no teu olhar.
**(Ponte)**
Por que você não responde, não me dá atenção?
Eu só queria ouvir de você uma explicação.
Será que errei, será que te perdi?
Ou será que nunca estive aí?
**(Refrão)**
E eu choro, sozinho no meu quarto,
Com as lembranças que me deixam em pedaços.
Eu te espero, mesmo sem saber,
Se algum dia vai voltar a me querer.
**(Final)**
Sei que talvez eu nunca vá entender,
Mas ainda assim não consigo te esquecer.
Te espero, mesmo na escuridão,
Com a saudade apertando o meu coração.
O que é a vida?
O que é a vida? — pergunta que ecoa,
No peito cansado, na mente que voa.
É brisa que passa, é chama que arde,
É dança de sonhos, tão doce e tão tarde.
Vivemos cercados por mil afazeres,
Repetem-se os dias, iguais os deveres.
Na roda do tempo, giramos sem ver
O tempo escapando sem a gente entender.
Esforços vazios, caminhos traçados,
São passos mecânicos, já programados.
Mas onde a mudança? Quem vem despertar
A alma que dorme sem se questionar?
Seremos eternos escravos da pressa,
Ou vamos enfim romper essa peça?
Quem somos no fundo? Quem vamos ser?
Se o mundo é espelho, por que não ver?
Talvez sejamos nós o vento que vira,
A mão que renega, a voz que inspira.
Pois se ninguém vem... então somos nós
Que temos a força, o grito, a voz.
Escrevo versos
feito quem acende uma lanterna
em meio a escuridão imensa
É uma lanterna antiga
que brilha na noite escura
Ascendo versos
Luzes
Risco Fósforos
O que seja!
Canto para iluminar
a minha vida
E acabo
Iluminando outros corações
Eu vim cantar no barro
Doar ao mundo o meu óleo!
Escrevo versos
feito quem carrega
no peito vendavais/
Tempestades-viventes!
E na alma o Paraíso
que nunca perdi...
Nunca deixei perder!
Jamais me perdi de mim...
Amo a minha meta
De ser poeta!
Acendendo outros corações
apagados na escuridão
desta noite grande que é a vida!
Sigo feliz...
Caminho a cantar!
Escrevo versos
como quem acende faróis à beira mar!
Em meio a escuridão imensa
Desta vida!
É uma lanterna antiga
que brilha, brilha...
Brilha em mim!
Derradeira lua
às três da manhã
E o adolescente olha
através do vidro da janela
Da toca
FAREJA...
O Universo girando
DESEJA
A Roda!
Sem sono...
Uma fera à espreita!
Esta fera da vida
'Fera Ferida'
...Só quer viver!
Quantas vezes...
Exato agora!
Me restou apenas cantar
para não ser destruído
Cantar para seguir...
Como a melhor
escolha-ou-única-saída
Para não deixar morrer minha vida!
O CANTO AO PÁSSARO DE FOGO!
Hoje, lembrei-me de ti
Do teu nome indígena:
Olhos de Fogo!
Em vida passada
Alguém te gritava...
Em um dia de explosão
e tempestade!
E teu bailar
fez tremer os montes,
E teu passo seguro
fez correr o mal!
E teu voo incandescente
flecha flamejante,
constante...
Foi lembrado para sempre...
A riscar a Via Láctea
O céu da noite!
...
Vai! Não percas mais
a tua força...
É hora de partir!
Pois quando retornares...
Serás o próprio Sol!
................................
Vai!
Que teu grito
seja ouvido!
Tua lenda
Tua marca
Tua dança
Tua canção
escutada!
Teu legado deixado ao mundo
Este simples canto:
- Olhos de Fogo!
Cabelos de nuvem...
Menino de Lama!
Ao vento sul despido
Vai viver a tua lenda
Curar o Mundo
Vai Bendito!
Poesia!
Poesia!
Poesia!
Poesia!
Grite aos quatro cantos...
Quem sabe os ventos levem doçura
A este momento do mundo
A esta humanidade
Desumana!
Sou um desmedido paradoxo
em cântico!
Sou um monge descabelado...
Um arlequim tristonho...
Um amante não amado
Um Cristo sem paraíso...
E bandido
SIGO...
Pela vida desamparado
O único remédio que tenho
É o meu verso
E às vezes este mesmo verso
que canto
Me machuca tanto
Feito aço enferrujado
Todos vamos morrer
Todos vamos desaparecer
E este é o único e justo motivo
para sermos tão incrivelmente vaidosos
A vaidade e o ego
são âncoras que nos atam a vida
Danados que somos
sem nunca ter visto Deus ou o Diabo
Encerrados neste corpo
que nem é o que queremos ser
e onde queremos estar...
Só temos a vaidade
para nos explicar
E soterrar
o medo da morte,
a raiva da vida
e a danação de ser gente
e não poder voar!
Eu não queria que houvessem construções...
Casas ou ruas pavimentadas
eu não queria!
Eu queria que fosse tudo árvore
E que morássemos na árvore...
Queria que o mundo fosse mato!
Que só ficassem de pé
os museus
os teatros
as bibliotecas públicas
os templos religiosos que pregassem o amor e a caridade...
E as casas de chocolate!
O Viajante Interplanetário
Eu quero que lembrem de mim quando eu partir
Como sou realmente sou
(Uma mariposa enlouquecida na lâmpada!)
A verdade do que eu era...
Um caboclo cantador
Um feiticeiro da cobra coral
Um marinheiro...
navegador de estrelas
Um, que feito poucos
sonhou um mundo integrado,
igualitário, feliz e co-lo-ri-do!
Mal compreendido por isto
Bravo guerreiro errante
Arredio mas assertivo
Delicado e estrondoso
Dual!
Um, que cantou acima de tudo!
Apesar do mundo...
E uniu em seu próprio corpo
Paraísos e Infernos!
Um que tentou mil vezes
E que voltou até No Tempo
para pode fazer melhor!
E fez
Deu cerro
Ele cantou!
POETA as suas entranhas são de fogo puro!
Bandido do tempo
Arredio dançarino
Nigisnki do Metaverso!
Carmen e suas bananas de dinamite subatômicoss!
Vou ao quintal
ergo minhas mãos sereno e elétrico
Emano o que sou ao céu azul
e desejo:
Que reverbere a minha história ao universo
e além dele!
A minha história...
O meu canto;
o meu caminhar
e o meu sonho!
E mesmo que não tenha dado nada certo
eu segui em frente e pra cima
eu fiz o melhor de meu caminhar
e de meu cuidado ao mundo!
-Se dependesse de mim
este mundo estaria coberto de jardins!-
Eu levei a bandeira
d´Aquele que veio antes de mim
e que batizava com fogo
eu segui adiante
não envergonhei
a Confraria do Fogo
da qual pertenço!
Dedicou a sua vida ao Irredentismo,
para libertar a Itália não resgatada,
Muitos não conhecem esta herança
indomável que carregam no destino,
mas quem conhece sabe que faz
sempre toda a diferença no caminho.
Ele que lutou pela sua Pátria até o final,
foi capturado no Monte Corno di Vallarsa,
Nas mãos do Império foi executado,
dele cada um ao seu modo leva
consigo a fibra e o brio apaixonado.
Sabe-se que, quando chegou o momento final,
o herói deu o seu forte brado anti-imperial
[[- "Viva l'Italia!"]]
que ecoa e traz a aurécia atemporal,
fluindo além mar de um jeito sobrenatural.
A Itália segue viva em nossas veias,
no coração e na memória ítalo-brasileira,
com o valente Giuseppe Cesare Battisti
e seu legado de mártir e herói nacional,
Em nome do nosso amor trentino ancestral
cultivamos esta história de maneira sem igual.
Átomos, partículas, borboletas, azul e branco
Budismo, construções, pedras, beija-flor
Vazio, saudades, momentos, eternidade
Livros, crianças, casamento, profundidade
Tempo, amor, não-esquecimento, cruz
Fraternidade, Deus, linha do tempo
Estrelas, caminho, escrituras
Barco de sentimentos, ausência, solidão
Bússola
A meu coração, meu pequeno, frágil e tolo coração
Ainda não entendi a tua intensidade e a tua complexidade e muito menos essa tua ambição por amar, deverás saber que morrerá em solidão
Fiz de você objeto, te entreguei a alguém que ao menos queria saber da tua existência
Quando foi jogado fora, voltou correndo chorando para mim, dizendo que não foi correspondido e por algum tempo te vi na melancolia
Certo tempo depois, adentrei seu quarto e perguntei se havia esquecido dela
Com aquele bafo de putrefação me disse que não queria muito, não queria nada, apenas pertencer à ela
Já não cheirava como antes, fedia a decomposição no lugar do vermelho rubi, havia um cinza morto
Pedi que descrevesse suas características, um brilho veio, me disse que perto dela sentia um calor e logo começou
-Seu sorriso brilhava mais que o sol, melhor, o sol nunca brilhou tanto quanto aquele sorriso
-Era tão brilhante assim ?
-Demais
E continuou
-O seu cabelo não era apenas cabelo, o DNA, a genética, as estrelas, o universo, Deus teceram aquele cabelo e fizeram que ele pertencesse a pessoa mais perfeita
-Ela ?
-Exatamente
Quase sem ar e sem fôlego, disse apenas mais uma coisa
-Aquele rosto
E caiu ao chão com as pupilas dilatadas, talvez pensando naquele rosto
Reza a Lenda da Rede da Lucci
Reza a lenda que numa varanda esquecida,
Balançava o tempo na rede estendida.
Era da Lucci.... Mulher de mil passos,
Que bordava saudades entre os seus laços.
O pano era velho, mas firme e sagrado,
Guardava memórias de um tempo encantado.
Ali se deitava, entre sonho e luar,
E o mundo parava só pra escutar.
Saudade chegava de mansinho, em silêncio,
Com cheiro de infância e gosto de incenso.
O tempo, curioso, sentava ao seu lado,
E juntos choravam o que foi passado.
A rede contava histórias no vento,
De amores, partidas e renascimentos.
Cada fio trançado, um pedaço de vida,
Da alma da Lucci... forte, sofrida.
Reza a lenda que quem nela deita,
Sente o pulsar da paixão mais perfeita.
E mesmo que o tempo tente esquecer,
A rede da Lucci faz tudo renascer.
Pois onde há rede, há colo e calor,
E onde há Lucci, há tempo e amor.
Saudade ali dança, leve e serena...
Na rede encantada, a vida é um poema
🧡
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