Poema Desejos de Elias Jose
Embalo
Deus nos dá empurrões,
mas poucos aproveitam o embalo,
a maioria faz corpo mole,
cai, rasteja, reclama da vida.
Artimanha
Faço traço,
troça,
feito traça,
viso, piso,
improviso,
faço verso,
inverso,
faço vento,
invento.
FLOR DE PÊSSEGO (Fatima)
A minha querida flor de pêssego partiu para um novo jardim, onde as flores belas não são mais lindas que ela, que ficou pra sempre em mim.
Aqui tudo ficou deserto e o silêncio não tem fim. Se foi o seu lindo sorriso
e o seu jeito proprio de ser. Fiquei sozinho na vida sem a minha flor querida
que não irá voltar pra mim.
Na sua vida você terá sempre que escolher entre duas opcoes:
Sim ou Não, independente da ação ou caminho.
Escolha a correta e segue em frente.
A linguagem humana, e os discursos por ela produzidos, são necessariamente polifônicos - mesmo naqueles momentos em que pensamos que estamos emitindo uma ideia única e unidirecional, a uma só voz. Podemos compreender isto a partir de um exemplo simples. Suponhamos que historiadores e antropólogos de um outro planeta - no qual já tivessem sido abolidas todas as formas de desigualdade social - aportassem na Terra e se deparassem com uma inscrição com os seguintes dizeres: 'todos os seres humanos são iguais, independente de cor, gênero ou convicção religiosa'. Para eles, pertencentes a uma sociedade na qual tal frase não precisa ou não pode ser dita, dada a sua obviedade, a inscrição revelaria luminosamente uma outra voz e uma mensagem oculta: a de que temos, neste mundo, desigualdades de todos os tipos; e de que, por isso mesmo, há uma luta constante contra elas
[trecho extraído do livro 'Fontes Históricas - uma introdução aos seus usos historiográficos'. Petrópolis: Editora Vozes, 2019, p.289]
Qualquer fonte histórica está em uma relação circular com a história: 'produz História' [ao participar da História escrita pelos historiadores] e é 'produto da história'.
[trecho do livro 'Fontes Históricas - introdução aos seus usos historiográficos'. Petrópolis: Editora Vozes, 2019, p.258]
Todo aquele que adentra um campo de saber - do seu mais prestigiado nome ao seu mais humilde praticante - já passa imediatamente a interferir nele, mesmo que de forma indelével ou imperceptível. O mais iniciante estudante de graduação, os leitores externos das realizações produzidas no campo - e não apenas os renomados pesquisadores, cientistas e autores - todos produzem coletivamente o campo ao integrar a sua rede humana. Não há posição ou contribuição, por singela que seja, não repercuta de alguma maneira no campo. Podemos não nos dar conta de cada contribuição atomizada, mas certamente a influência de cada um e de todos pode ser entrevista nas lentas ou súbitas mudanças de temáticas, de preferências teóricas, de escolhas metodológicas; Um campo de saber, enfim, não se faz apenas das suas obras magistrais, mas também das contribuições que se estabelecem na média ou que se deixam ficar nos recantos mais obscuros, das tendências que se afirmam ou se revertem em vista das ações da massa de pesquisadores que constituem o campo disciplinar e da recepção dos leitores que completam o processo de circulação de saber.
[texto extraído de 'Interdisciplinaridade - na História e em outros campos de saber'. Petrópolis: Editora Vozes, 2019, p.71],
A interdisciplinaridade entre um campo de saber e os demais que o cercam, que com ele se interpenetram ou interagem, pode se dar através de certas instâncias que podemos entender como 'pontes interdisciplinares'. Uma disciplina pode dialogar com outra através dos seus aportes teóricos e dos conceitos em comum [a ponte interdisciplinar da 'Teoria']. Pode incorporar, integrar ou partilhar procedimentos metodológicos que já estão bem desenvolvidos em uma disciplina irmã, ou mesmo em uma vizinha distante [ponde interdisciplinar do 'Método']. Pode assimilar padrões e fórmulas expressivas que também constituem o discurso da outra. Diversos campos de saber, além disso, encontram consistentes caminhos interdisciplinares através das suas temáticas de estudo - ou seja, através de certas coincidências entre seus campos de interesse // As redes profissionais que se referem a cada campo de saber, por outro lado, podem se interpenetrar de muitas maneiras, e cooperações diversas podem ser estabelecidas... [...] Cada um destes âmbitos - Teoria, Metodologia, Discurso, campos de interesses temáticos, rede humana, espaços intradisciplinares - pode se apresentar aos pesquisadores de um campo como importantes 'pontes interdisciplinares' capazes de estabelecer diálogos entre os diversos saberes
[extraído de 'Interdisciplinaridade - na História e nos demais campos de saber'. Petrópolis: Editora Vozes, 2019, p.77]
O Cinema é interdisciplinar - e interartístico - por excelência. Dificilmente poderia ser de outra maneira. Ainda que excepcionalmente tenha contado com cineastas interdisciplinares - como o multiartista britânico Charles Chaplin, que foi diretor, roteirista, ator, músico e produtor de suas realizações - o modelo essencial do Cinema é certamente o da equipe interdisciplinar. Enquanto um laboratório de Microbiologia costuma contar com uma equipe formada exclusivamente por microbiologistas, já o set cinematográfico congrega necessariamente uma grande equipe formada por artistas, profissionais e técnicos ligados às mais diversas especialidades, sem contar o trabalho prévio realizado pelo roteirista e o trabalho posterior do montador e de outros profissionais que trabalham na edição da obra fílmica. No set, teremos também a presença de certos campos artísticos e técnicos criados ou aperfeiçoados especialmente para o Cinema, como a Fotografia. A isso tudo se junta a Cenografia, a Música, e outros campos artísticos já tradicionais, quando não a Literatura, nos casos em que o roteiro é extraído de alguma obra literária. Se o filme é histórico ou biográfico, também incluirá o trabalho de pesquisadores. Por fim, os atores e atrizes! - e toda a equipe de diferentes profissionais que se responsabilizam pelas suas imagens, indumentária, maquiagem, e tantas outras coisa mais.
[extraído de 'Interdisciplinaridade - na História e nos demais campos de saber'. Petrópolis: Editora Vozes, 2019, p.98]
O amor deve ser como sapato velho
O amor deve ser como o sapato velho e surrado que ajustou ao defeito dos pés. Se não ajustar é porque não é amor!
Élcio José Martins
O que tem do outro lado do muro?
Um amigo ou um inimigo?
Um anjo ou um monstro?
Nunca saberemos
Se os muros continuarem existindo.
Valorizo todos os tipos de cultura, mas venero a erudita. O conhecimento não tem limite. Por mais que você seja catedrático, é pouco perto daquilo que ainda há para aprender. É feito uma gotícula de água do oceano se dissipando rumo troposfera.
080124
CRÔNICA DA VIDA
Quando permaneces por um longo período em um determinado lugar pode ser devido aos seguintes fatores: todo esse tempo que permaneceste, é porque és bom no que faz. É articulado , paciente e compreensivo.
Ou então é invisível, não é pário a ninguém e passaste despercebido. Por essa ótica é ruim. Mas quando não fores notado, significa que não fizeste nada de errado, não prejudicaste ninguém. Isso é positivo.
Não é crime e / ou pecado, ser um observador nato, que desdém a ambição, e notoriamente sabes a consequência disso? Essa é uma pergunta retórica.
É até admirável a busca pela excepcionalidade, a excelência em tudo que estas envolvido, contudo a vida de um obcecado e compulsivo, não é vida. É a guerra mais letal que existe. Porque não tens um inimigo, a sua maior batalha é consigo mesmo.
100124
BERÇO
Saudade da terra
Onde plantei minha esperança;
Saudade do rio
Onde curei minha dor;
Saudade do monte
Onde guardei minha fé;
Saudade do abraço
Onde achei amor e guarida.
E o aprendiz pergunta ao mestre:
Por que temos que tomar cuidado com pedrinhas ?
Ao que responde o mestre :
É porque ninguém tropeça em montanhas....
Chegamos a um ponto que nos sentimos cansados de tudo!!!
Será mesmo?
O trabalho é muito?
Há quem está sem nenhum.
Está insuportável a jornada? Há alguém que suporte.
A remuneração é pouca?
Há quem seria extremamente feliz com a metade do que pra ti é pouco!!!
210223
Odeio suspiros e ficar lamentando lembranças. Prefiro viver bons momentos. E de cada instantes tirar proveito. Prefiro a realidade do que o surreal. Faço o que quero e de agradar quem eu quero. Sou mais de tocar nas profundezas dês desejos doque ficar nas boas conversas.
Jose A Nascimento
DISTRAÍDA
Na calçada andava ela, distraída,
Sem perceber que era subtraída,
Saia curta subia na subida,
Percebia-se que era linda, sacudida!...
A calçada era esperta e sabida,
Com o espelho que o piso dava,
A mente se habilitava,
E o olhar entusiasmado, disfarçadamente, esbugalhava...
Distraída com o forte vento,
Por um instante momento,
Quase perdeu a saia, proibida no convento...
Foram segundos de constrangimento,
Sob olhares ligeiros e fuxiquentos, o questionamento:
Por que justo naquela hora, a saia curta e o vento!?
Élcio José Martins
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