Poema de Pablo Neruda Crepusculario
Amor, o todo do tudo.
(Victor Bhering Drummond)
Isso é o que o amor faz;
Te faz conhecer o claro e o escuro,
A luz e a sombra;
O dia é a noite.
O amor é barroco.
Pequenos fragmentos de luz;
As flores de abril, o florescer da primavera.
O desejo que ninguém viu.
Estrada de prazer,
A folha que cai, a chuva que vem.
O beijo de paz, a fragrância de um dia que já clareou.
Consegue transformar o ribeirão na imensidão do mar
É um lindo lar sempre a acordar.
É divino. Ele é o todo.
E te faz conhecer o tudo
Porque ele é a mais pura liberdade.
(Victor Bhering Drummond)
Vicissitude
Não precisa me dizer
Eu sinto
O calor que embaça
Sob céus vazios
Poluído
Espera aí...
Onde pensa que vai?
Sei que está confuso,
Mas por que não espera um pouco mais?
Não precisa repetir
Eu sei que tarde
A lua te suspendia
Sobre um rio
Sinto muito...
O que te levaria a tanto?
Tão longe assim?
Sozinho
Enfim.
MINHAS DECISÕES
Minhas decisões
Acertadas ou não
Sangraram
Rasgaram a carne
Quebraram a casca
Minhas decisões
Acertadas ou não
Fizeram-me sentir
A dor das metamorfoses
Sem elas eu não sentiria
O frescor do vento nas asas.
DONOS DA VERDADE
Procuro onde mora a normalidade
Quem dita as regras do feio ou esquisito
A quem foi dado o compasso, prumo, régua
Não acho
Se souber, me procure
Quem sabe assim eu me cure
Estarei por aí
Aqui, ali
Nesse mundo confuso
Quem sabe a louca sou eu
Ou você que me lê
Inspiro, respiro, piro
Vida de Navegante
A cabine é teu lugar sagrado
Terra firme já não é o seu lar
Pelo oceano estás apaixonado
Sentido só há no partir e retornar
Vida repleta de tanta aventura
Tiveste prazer com mulheres de todas as cores
Cada qual com sua história e cultura
Deixando em cada porto lágrimas e amores
Como a Estrela Polaris eu queria ser
Para você meu Capitão em mim se encontrar
Mas de ilusão não posso viver
Convicta sou de que serei mais uma a chorar.
Enquanto o navio não parte
Vamos brindar, dançar e sorrir
Atiçar essa chama que em meu peito arde
Armazenando memórias pra minha alma nutrir.
GAIOLAS
Abandonei as gaiolas
Para ganhar os ares
Enxergar novas paisagens
Sentir o vento
Larguei as gaiolas
E para surpresa minha
Escolhi o ninho.
DESATINO
Perdi-me da razão
Não mais lembro do seu rosto
Nem ouço sua voz
O que afirmam ser o certo
Acho errado!
O que ensinam ser errado
Já nem sei!
Perdi a razão!
Se achar não me devolva
Nem diga onde estou
Nessa grande maluquice
É provável que os loucos guardem o último resquício de sanidade.
RECOMEÇOS
Vou seguindo de recomeços
De todas as segundas
De tantos janeiros
Já não sei se sou pedaço
Nem sei se sou inteira
Vou seguindo desse jeito
Sou feita de recomeços.
Que dizer de alguns poemas ?
são efêmeros como bolhas de sabão,
brilham, encantam, emocionam,
depois de algum tempo
se desfazem, estouram, são frágeis,
restam apenas vestígios
pelo chão ...
Estamos entorpecidos e fugimos
fingimos que não sentimos
mentimos e sorrimos até onde conseguimos
tentamos parar o relógio da destruição
mas somos uma bomba relógio,
nosso corpo sofrerá com toda essa ação,
a alma escurecerá
e o psicológico irá lhe martirizar
aos poucos até nada mais sobrar.
Meus versos são seus
Guarda-os em teu peito frio
Pra quando seu coração estiver vazio
Se lembrar que nosso amor existiu
A história da América
Venho contar uma história
Que aconteceu na América Latina
De povos tradicionais
Sem medo do perigo.
Veja só que coisa linda
Que era no Passado
Em toda nossa América
Tinha pirâmides por todos os lados.
Trinta espécies de milho existiam
Com os MAYAS na produção
A batata doce era os INCAS,
Que cultivava de montão.
Os povos ASTECAS
Que são muito ousados
Tinha logo era dois Deuses
Lua e sol assim chamados.
Os povos TOTOTECAS
Povos bem pequeninhos
Com suas pirâmides enormes
Suas histórias deixaram pelo caminho.
Os GUARANIS que aqui existiam
Hoje não existe mais
E se existe são chamados de Índios
Pelos seus generais.
Vimos até aqui o lado bom da coisa
A guerra dos colonizadores
Mudaram nossa história.
O continente era gigante
Dez milhões aqui existia
Os povos originários
Seus modos de produção definiam.
Na batalha
Quatro milhões foram os que restaram
Alguns se jogavam do abismo
Outros se migravam.
Morre ASTECAS morre GUARANIS
Morre INCAS, MAYAS e TOTOTECAS
E para apagar nossa história
Queimaram toda aquela biblioteca.
Já era tempo de perdoar e esquecer
esquecer e perdoar.
Mas o tempo não conta mais, ele parou de passar.
Corra! Não há tempo de fracassar
o tic-tac está rápido, eufórico, elétrico ou simplesmente aborrecido.
Talvez seja impossível
ele se acalmar da forma mais normal possível.
Ele passa, você nem vê
você vai morrer...
O eterno dura apenas um segundo
e por falta de tempo, acabou-se o mundo.
Se um dia eu me tornar um poeta,
Como um grande pensador,
Lhe escreverei lindos versos
Com lindas frases de amor.
►O Palhaço II
Olá, sou eu novamente
Formando em versos mais um pensamento
Pena que seja no lamento
Mas vejam, dou-lhes um presente.
Minha face mostra um sorriso
Animar os amigos, as amigas
É bom vê-los em alegrias
Amigos, amigas, teus sorrios preciso.
Vivo em prol de saídas
Me vejam como um psicólogo
É grátis, aproveitem logo
As tristezas serão destruídas.
Escrever é uma arte
Você só precisa da caneta
Irão dizer que é careta
Não se preocupe, faz parte.
Ontem escrevi versos
Me disseram que para isso não presto
Tudo bem, mas sou honesto
Mas, vejam em meus versos, gestos!
►Minha Querida Psicóloga
Não possuo tantos amigos quanto parece
Mas na verdade isso não me aborrece
Não possuo alguém para me abraçar,
Ter aquele círculo de amizades para desabafar
Mas, entretanto, possuo alguém que me ajuda
Uma pessoa que vou e digo “Me acuda”
Falo de minha amada "tia-mãe" que comigo dialoga
Minha querida psicóloga!
Decidi tirar um tempo para falar dela
Hoje está viajando para uma cidade bela
Animada para andar pelas favelas, só ela
Outrora, ela fica sentada ao lado da janela
Com aquela roupa simples dela, amarela
Em certas discussões com minha mãe, ela advoga
Minha querida psicóloga!
Tantos valores ela repassou em minha criação
Tia, de verdade, te agradeço de coração
Sempre que saio de noite, você faz uma oração
Sabe que por ti tenho uma enorme admiração
Você e meus pais me prepararam para essa geração
Até mesmo me xinga quando grito “Que Droga”
Minha querida psicóloga!
Tantas vezes já gritou comigo
Engraçado, não me lembro de ficar de castigo
Mas isso tudo valeu a pena, já te digo
Pois hoje eu poderia está no perigo
Com a mente fraca e desmotivada
Escrevo isso com a mente chateada
Me apoia para continuar a ser um palhaço,
Tomem, lhes dou aqui uma piada
Quando a senhora chegar, correrei para o abraço
Da minha psicóloga eu não me desfaço
E se for para agradecer, que seja por esse laço!
Obrigado, Tia
Obrigado, Tia
Leia isso, ria!
►Meus Problemas Mentais, Ideais
Quero uma saída para o caos que vivo
Ou quem sabe, necessito apenas de um novo objetivo
Preciso de um apoio talvez, um incentivo
Me encontro tão inativo, cativo
Talvez quem sabe um simples motivo
Pode-se pensar também que esse sentimento seja relativo
Quem sabe?
Me sinto feliz em ver outros felizes
Afinal, é melhor vê-los assim do que infelizes
Mas para alcançar essa felicidade, cometi alguns deslizes
Fui ignorado algumas vezes
Mas a felicidade que passo à eles, o tornam capazes
De transmitir a outros esse mesmo sentimento
Deveras, isso me ocorre em um pensamento
Talvez seja esse o meu tratamento
Vou tentar, seja esse um experimento
Quem sabe?
Ser recluso possui grandes desvantagens
Ajoelhado no canto do quarto, em meus olhos passam imagens
Me levanto, abro a janela e vejo as nuvens
Com lágrimas, enxergo mensagens
Dizem que chorar não é para os homens
Não irei acatar essas ordens , lamento
Sou um jovem rapaz, esse é meu depoimento
Prestem atenção ao que escrevo neste momento
O que estão a ler, é apenas um fragmento
Um simples pensamento, talvez
Quem sabe?
Sim, me apego em coisas materiais
Reativam o inativo, apesar de ser relativo
Materialismo, é essa a palavra certa?
Não sei bem, sou uma pessoa de “Mão aberta”
Admito me sentir feliz utilizando equipamentos
Mas, antes que fuja do contexto, fiquem atentos
Sou um filho único de meus pais
Porém não sou o primogênito de tais
Nunca iram saber o que sinto, jamais
Pois é, esse é um de meus ideais
Acredite, tenho de mais, que chegam a ser anormais
Talvez eu seja um jovem com problemas mentais
Quem sabe?
É uma pena que não sou poesia.
Pois, os meus dizeres seriam
do quanto eu amo.
E quando amo
Amo como um poema.
Letras que cuidam do espírito e da alma.
Indescritível
Me perguntaram porque te amei
Ciente de não ter resposta
De minha ignorância não dei mostra
E qualquer coisa falei
Falei de teu olhar
Mas nada do que se explique
Que de pronto se identifique
Dão a razão de se apaixonar
De tua doçura lhe disse
Mas não notei em quem ouvia
Que a ternura lhe floria
Ou que o amor o peito lhe abrisse
A verdade, sabia-o antes
Não há quem domine palavras
Nem quem ao cargo de muita lavra
Descreva o que vai no coração amante
Amo-te, em um não sei como
De dia a sonhar com teu beijo
Enternecido ao sentir teu cheiro
E à noite, imagino velar teu sono
Teu rosto imagino, suavemente pousado
Em brancos lençóis, teus negros cabelos
Amar é abismo, às vezes dá medo
É estar entregue, e nem sempre ser amado
Não importam os ásperos caminhos,
nem as beiradas de abismos sem a luz,
nossos pés descalços seguem seus passinhos,
pisando pedras, sem senti-las, a poesia nos conduz...
