Poema de Pablo Neruda Crepusculario

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Quando me contrariam, despertam-me a atenção, não a cólera: aproximo-me de quem me contradiz e instrui.

O futuro é como o papel em branco em que podemos escrever e desenhar o que queremos.

Nas nossas democracias a ânsia da maioria dos mortais é alcançar em sete linhas o louvor do jornal. Para se conquistarem essas sete linhas benditas, os homens praticam todas as ações - mesmo as boas.

Os raios caem sobre os montes mais elevados, e onde encontram mais resistência é onde provocam o maior dano.

As mulheres vêem tudo ou não vêem nada, segundo as disposições da sua alma: a única luz delas é o amor.

A tecnologia moderna é capaz de realizar a produção sem emprego. O diabo é que a economia moderna não consegue inventar o consumo sem salário.

A gentileza faz com que o homem pareça exteriormente, como deveria ser interiormente.

Não há homem completo que não tenha viajado muito, que não tenha mudado vinte vezes de vida e de maneira de pensar.

As mulheres coram por ouvirem falar daquilo que não receiam de modo algum fazer.

A beleza na mulher honesta é como o fogo afastado ou a espada de ponta, que nem ele queima nem ela corta a quem deles se aproxima.

Os superiores nunca perdoam aos inferiores que ostentam a aparência da sua grandeza.

Muitos homens têm um orgulho que os leva a ocultar os seus combates e apenas a mostrarem-se vitoriosos.

Temos na filosofia uma medicina muito agradável, pois, nas outras, sentimos o bem-estar apenas depois da cura; esta faz bem e cura ao mesmo tempo.

Os homens estimam-vos conforme a vossa utilidade, sem terem em conta o vosso valor.

A demasiada atenção que se emprega em observar os defeitos dos outros, faz que se morra sem ter tido tempo de conhecer os próprios.

Muito se perde por falta de inteligência, porém muito mais por preguiça e aversão ao trabalho.

As desgraças buscam o desgraçado mesmo que ele se esconda nos cantos mais remotos da terra.

Se, por vezes, o juiz deixar vergar a vara da justiça, que não seja sob o peso das ofertas, mas sob o da misericórdia.

Nunca devemos dizer tudo, pois seria tolice; mas é indispensável que aquilo que se diz corresponda ao nosso pensamento; de contrário, é maldade.

O pobre lastima-se de querer e não poder, o avarento ufana-se de que pode, mas não quer.