Poema de Pablo Neruda Crepusculario
De o primeiro passo
Gaste a primeira sola,
Crie as primeiras marcas.
A vida tem dessas surpresas
Estas aventuras do acaso,
Marcas acontecem para quem vive
Não para quem apenas sobrevive.
Ouse com alguns olhares
Derrube muros com alguns sorrisos,
Deixa extrapolar alguns gritos!
A alegria não foi feita para ser guardada
Em pequenos potes ou em pequenos vidros.
Suspiros não nascem do nada
Requerem ousadia, tem que se permitir sentir,
Arriscar para poder perder
E para poder, em algum momento viver.
Noite dos cachorros perdidos
Enquanto o latido
Toma conta das ruas,
Restos são jogados
Como banquete.
Na tentativa
De amordaçar,
Bocas famintas.
Como uma sinfonia absurda
A raiva espumando pela boca,
Já contamina as diferentes formas de vida.
Dessem-lhe pauladas!
Duchas generosas de agua!
Por um breve momento recuam
Mas fome é tanta,
Que seu amo assustado recua.
Corre e com medo se esconde,
Atrás de falsas propagandas
De alegrias gratuitas.
“Ha lugares que são vazios
E outros tantos nem existem,
Mas como preencher, teu lugar
Em um horizonte sem limites?”.
‘’A única rotina que desejo é a de sentir o gosto de teus beijos,
O único gesto de selvageria que ouso é lançar-te um olhar de cobiça,
E minha brutalidade será de tomar-lhe em meus braços.
Assim ouso ser um animal, irracional a procura de teu cheiro
Desejando teu corpo, junto ao meu.’’
"Quem dera negar uma só palavra do que sinto aos teus ouvidos,
Seria infinito o arrependimento de minha boca ao não pronuncia-las.
Fado que não agüentaria carregar, o peso do silêncio seria castigo demais".
"Amanhã serei maior que hoje
Serei mais sábio, serei mais completo,
Terei mais carga para carregar em minhas costas,
Serei com certeza mais forte."
Dê-me tuas mãos
Dê-me tuas mãos
É só o que lhe peço,
Tão lindas e suaves
Como a primavera que se aproxima.
Empresta teu toque
É só o que lhe imploro,
Deixa eu sentir uma vez mais
Tua pele rasgar a minha como seda.
E teu cheiro tomara conta de meu quarto,
E eu rogo para que nunca saia de mim,
Pois a doçura de teus gestos já não cabe
Em meu olhar, é preciso de tempo,
De todo o possível, para poder lhe amar.
Verdadeiro Amor
Sinto muito, não era eu,
era minha alma, varrida, perdida e sofrida.
Pedindo por ajuda, clamando por algo seu,
gritando, por uma vida, uma saída.
Por uma nova forma de amar, aprendendo a esperar,
aonde dela surjam apenas sinceridade, apenas verdades.
E que o sonho da eternidade não me faça abrir os olhos
Ver um mundo sem amor, sem o verdadeiro amor, sem teu amor,
que desejo em fim encontrar em teus braços, abraços e laços,
para enfim não mais chorar, apenas amar.
Sonhei que era famoso
Sonhei que era famoso,
Compositor, cantor, escritor, ator ou o seja lá o que for,
Tudo que eu dizia tinha classe, tudo que fazia tinha glamour,
Havia fãs, seguidores e admiradores.
E assim acumulava grana e fazia fortuna,
Mulheres aos meus pés e muitos corações partidos
Mas era famoso, isso era bom, mesmo com muito interesse em jogo.
Carrões, iates e hotéis de luxo, nada me faltava,
Por muitas festas eu passava, o pessoal me chamava,
E ainda se precisasse de mais alguma coisa
Meu empresário providenciava.
Foi então que nesta vida de famoso resolvi descansar,
Sem querer acordei do sonho que tive e sofri,
Contas para pagar, a geladeira vazia e a mulher a gritar,
Morar na periferia, carro popular e filhos para cuidar.
Assalto a mão armada, buracos nas calçadas e algumas sandálias estragadas.
O dinheiro não dá, o mês é pouco, vivendo sempre no sufoco,
E eu querendo voltar a sonhar, porque sinceramente meu amigo,
Esta vida de pobre, definitivamente não dá.
Menino da vida
O menino sorriu,
O menino dormiu,
O menino sonhou,
O menino chorou,
Sentiu frio,
Sentiu fome,
Sentiu falta de amor,
Sentiu falta do calor,
Sentiu-se abandonado,
Desolado e jogado,
Vivendo como um rato,
Menino de rua,
Menino drogado,
Sem lar, sem paz, sem pais,
Mais um famigerado,
Menino da vida,
Menino de Deus,
Apenas abandonado,
A própria sorte deixado.
Amor
“Amo o amor,
Com toda a alegria e dor,
Com todo seu marasmo e fervor,
Que somente este sentimento,
É capaz de me proporcionar.
Amo sentir o amor,
Com sua vibração,
Com suas desilusões,
Mesmo vivendo uma paixão,
Que finda em um verão,
Que loucura seria viver,
Em um mundo sem este doce sabor.”
O amor supera tudo
Como dois amantes,
Caminhamos pelas ruas, entre muros pichados da cidade,
Contemplando toda desigualdade,
Com o céu de testemunha das lagrimas e de nosso amor.
Pelos becos escuros, famigerados,
Sem tetos e famintos, observam
A soberba, fartura de nosso amor.
O mau cheiro das sarjetas,
Este, já não nos atrapalha mais,
E assim, passeamos por praças quebradas,
Mal iluminadas e abandonadas.
Contemplamos a beleza de ser diferente,
Em um universo igual.
E pelas calçadas esburacadas, chegamos ao nosso destino final,
Para nos amarmos ao som de balas cruzadas,
Em meu apartamento de vinte metros quadros,
Distribuídos entre sala e quarto,
Na periferia da cidade.
Sonho Perfeito
Ontem sonhei com você!
Esfregava meu chão, limpava meu fogão,
E ainda dava um trato na pia!
Você sempre foi tudo o que procurei,
Prática e eficaz o sonho de qualquer rapaz!
Minha mãe já aprovou e até se espantou,
No começo até não acreditou.
Mas quando encontrei você,
No supermercado,
Na Prateleira, logo abaixo do sabão,
Do lado dos sacos plásticos,
Foi paixão a primeira vista,
Meu pano mágico.
Tic-Tac
Tic-tac, Tic-tac, Tic-tac,
Aonde a pressa ouve-se o versar do relógio
Avisando que o mundo não para.
Corre, corre, corre,
Tudo é sempre igual,
Dorme, acorda e come, dorme, acorda, come,
Sai atrasado, chega atrasado, patrão brabo.
Passeia nas horas, viaja nos segundo e descansa nos minutos.
Relógio de cabeceira, relógio de pulso e relógio de mesa,
Perder a hora é dureza.
Mas se der tempo eu como a sobremesa!
A Conquista do Amor
Os Deuses do Olimpo se erguem,
E ao ver quem se aproxima, se curvam,
Diante de tal feito e conquista inigualável.
Os céus celebram a sua chagada,
Os anjos o recebem com salvas e louvores.
A árvore da vida celebra seus novos frutos,
O Deus supremo ao ver, parece não acreditar,
Deixa cair uma lagrima de emoção,
Onde a esperança enfim se renova.
Os poetas em seu reduto sagrado
Se inspiram, escrevem sem parar,
Sonetos, poemas e cartas,
Tudo para que tal fato, seja lembrado pela eternidade.
E ao adentrar os portões do reino dos amores
Com sua Afrodite, flutua pelos longos campos da alegria,
Segura em seus braços sua conquista e lhe corteja como se fosse este
Seu ultimo dia.
E tendo sol e lua como testemunhas
Vive intensamente seu grande e verdadeiro amor.
Anestesiando corpo e alma
Para que seu coração sinta e viva
O eterno momento em que se encontra sua vida.
Amar é sublime, é o majestoso momento de duas almas
Que se unem e sentem o que poetas tentam descrever com palavras,
E fazem da vida um lindo soneto.
Cantado aos quatro ventos.
Viver com o coração
O que é isso amigo?
Não vejo motivo,
Não tem sentido!
Sofrer por antecipação,
Querer morrer de aflição.
Deixa essa moda de lado,
Aceita que não passa de besteira,
Moda caseira, utopia de gente pequena.
Segue a estrada, define teu destino,
Não se deixe sentir diminuído,
Os comentários, não passam de pequenos zunidos
Em nossos frágeis ouvidos.
Não liga não, é pura inveja,
Intriga e insatisfação,
Azar o deles que não sabem,
Nem imaginam o que é viver com o coração.
Joãozinho e o mundo.
Joãozinho era um menino triste
Triste era um menino chamado Joãozinho,
Tão pouco sabia da vida,
Tão pouco a vida sabia sobre ele,
Não sabia o potencial que tinha,
O potencial ainda não havia chegado até ele.
Joãozinho estava descobrindo coisas novas,
As coisas estavam descobrindo Joãozinho,
Joãozinho não sabia andar sozinho,
As ruas ainda não haviam descoberto Joãozinho,
Joãozinho não conseguia ver beleza no mundo,
Mas o mundo, via beleza em Joãozinho!
Queijo estragado
Garçom!
Sim senhor,
Este queijo está com aparência de mofado!
Sim senhor,
Como assim, isto não está errado?
Não senhor,
E vocês servem queijo estragado para ser provado?
Não senhor,
E você não fará nada?
Posso trazer outro queijo que seja do seu agrado!
E o que fará com este estragado?
Guardarei para quem souber aprecia-lo!
Que absurdo! Vou denunciá-lo!
Desculpe senhor, são normas da casa.
É?
É! Senhor.
Garçom chame o gerente!
Sim senhor,
Gerente, por favor,
Sim senhor,
Este queijo está com aparência de mofado!
Sim senhor,
Como assim, isto não está errado?
Não senhor,
E vocês servem queijo estragado para ser provado?
Não senhor,
E você não fará nada?
Posso trazer outro queijo que seja do seu agrado!
E o que fará com este estragado?
Guardarei para quem souber aprecia-lo!
Que absurdo! Vou denunciá-lo!
Paquera moderna.
Menino: Ai mina, vamo troca uma saliva?
Menina: Que? Você esta louco?
Menina: Nem te conheço!
Menino: Não é por isso gata! Juriscreison ao seu serviço! E agora vamo da um grude?
Menina: Que, que é isso meu Deus! Nem ao menos falar você sabe!
Menino: Que foi mina, vai fica de treta pro meu lado agora? To com 17 na 6° série, to mandando mo bem da comuni. Ta tudo dominado naquela escola!
Menina: Eu mereço!
Menino: Concordo prenamente gata, toda mina filé que nem você, deveria ter um Júri na sua vida!
Menina: Vai procura tua turma!
Menino: Não vai dá não, os mano tão fazendo a correria agora, tão na mo atividade gata, de bobeira aqui com você.
Menina: Estou indo embora! Vê se vai achar o que fazer!
Menino: O gata, não vai não. Pô, já foi, fiz tudo certinho nem sei pruque a mina não caiu na minha, essas gata de hoje em dia não tem como agrada!