Poema de Pablo Neruda Crepusculario
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A ignorância dócil é desculpável, a presumida e refratária é desprezível e intolerável.
Os homens geralmente preferem ser enganados com prazer a ser desenganados com dor e desgosto.
O valor que não tem por fundamento a prudência chama-se temeridade, e as façanhas dos temerários devem atribuir-se mais à sorte do que à coragem.
Condenamos por ignorantes as gerações pretéritas, e a mesma sentença nos espera nas gerações futuras.
Os grandes, os ricos e os sábios sorriem-se: os pequenos, os pobres e os néscios dão gargalhadas.
Parece, na verdade, que nós nos servimos das nossas orações como de um jargão e como aqueles que empregam as palavras santas e divinas em feitiçarias e em efeitos de magia.
Existem a beleza que excita, a que comove e a que satisfaz: a melhor é a última.
Nos nossos revezes, queremos antes passar por infelizes, do que por imprudentes, ou inábeis.
Há duas coisas que não se perdoam entre os partidos políticos: a neutralidade e a apostasia.
Um empreendimento imagina-se e começa-se com facilidade; mas na maior parte das vezes sai-se dele com dificuldade.
Os defeitos de quem amamos, devemos vê-los com os mesmos olhos com que vemos os nossos.
Não há pai nem mãe a quem os seus filhos pareçam feios; nos que o são do entendimento ocorre mais vezes esse engano.
As dívidas são bonitas nos moços de vinte e cinco anos; mais tarde, ninguém lhas perdoa.
A vitória de uma facção política é ordinariamente o princípio da sua decadência pelos abusos que a acompanham.
Na admissão de uma opinião ou doutrina, os homens consultam primeiramente o seu interesse, e depois a razão ou a justiça, se lhes sobeja tempo.
Todos se queixam, uns dos males que padecem, outros da insuficiência, incerteza, ou limitação dos bens de que gozam.
Os moços de juízo honram-se em parecer velhos, mas os velhos sem juízo procuram figurar como moços.
Os empregos que por intrigas e facções se alcançam, por facções e intrigas se perdem.
A dialética do interesse é quase sempre mais poderosa que a da razão e consciência.
A pobreza não tem bagagem, por isso marcha livre e escuteira na viagem da vida humana.
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