Poema de Mario Quintana Decendo as Escadas
APOCALÍPSE FINAL - 02/02/2014
Eita mundo transloucado
cheio de seres alienados
que acreditam num passado
como futuro premeditado
Nessa estranha loucura
onde não existe lisura
porque mente as escrituras
de uma ordem má e obscura.
A situação é tão grave
que não há reza que salve
e nem tão pouco uma nave
que a todo mal desagrave.
Essa sina segue adiante
e mesmo que se levante
uma minoria relevante
a maioria será ignorante.
Tenho medo desse escuro
que há por trás desse muro
que se chama de futuro
fadado ao total desconjuro.
Será o apocalipse final
do mal vencendo o mal
como se fosse um ritual
de um deus tão irreal.
BRANCA MANHÃ COLORIDA - Almany Sol, 01/01/2014
Amores gris ou amores multicor.
Um é frio e o outro é morno,
pois só com a força do pensamento,
é que se cria o elo que aquece
e faz arder como fogo de felicidade,
todo desejo de ser tom arco-íris,
chuva e sol, tudo ao mesmo tempo.
Sim, pois somente com o desaguar
e o brilho da alegria que se pinta,
é que podemos ter todas as cores,
clareando a vida e guiando o destino.
Um tino, que segue o caminho da luz,
aquele que levará você até a emoção
e ao prazer de se renovar por bençãos
a cada branca manhã colorida de paz!
CALMA E TENUE SAUDADE - Almany Sol, 11/03/2014
A poucos estava eu observando a bela lua,
assim tão linda e serena, deslizando livre,
como se fosse carregada pelo vento brando
e que entre nuvens tão tímida se escondia,
deixando em mim uma saudade inexplicável.
Nessa solitude resolvi fazer uma conexão,
busquei alguém pra teclar, encontrei você.
Que bom, me trouxe vida nova e emoção,
ascendeu meu céu, trouxe brilho e cor,
me permitiu um brinde ao universo da alma
e depois como a lua se furtou no infinito
deixando em mim uma calma e tênue saudade!
UM MITO SEM VALOR - Almany Sol, 26/03/2014
E se Jesus em vez de homem, fosse mulher?
Seu nome não seria cristo e sim cristina.
Porém, certamente seria um mito sem valor
pois a cartilha que escrevesse sua história,
não passaria de um mero diário torpe e infame.
Seu árduo fado seria ignorado como doutrina
e a sua morte não representaria uma salvação
e sim uma condenação, talvez por blasfêmias.
Mesmo que seus atos apresentassem mistérios,
como sinais, milagres, curas e ressurreições,
certamente seriam considerados como bruxarias
e a levaria a um martírio penoso sem perdão.
A chamariam de filha do pecado, a maculada.
Sua via crucis seria lamentosa somente pra si
e seria amaldiçoada por todos os séculos, amém!
ALMA NÃO TEM COR
Alma branca
Alma negra
Qual alma será a tua
Mas se alma não tem cor
Com qual se compactua
Alma negra, Alma branca
Lá no céu ou lá na rua
Toda essência da matéria
É o sentimento que inclua
O vermelho de um corpo
Que irriga as fontes suas.
Doar-se
Nunca tive muito a oferecer a ti
Por isso lhe dou estes poemas
Chamados Eternidade
E juro sempre ser seu nome a inspiração;
E então, dou-lhe
A maior frase do mundo: eu te amo.
O maior verbo do mundo: amar.
O maior nome do mundo: amor.
O maior poema do mundo: tu
De repente eu abri os olhos e todas as coisas mundanas e universais
Começaram a olhar pra mim e me disseram:
Hei, fala sobre mim, escreve sobre min.
De repente eu não sou humano e sim um maquinário da arte
De repente eu sou prepotente e orgulhoso, mas de repente não
Então comecei a escrever um monte de bobagens
Pra quem sabe alguém algum dia chame de arte.
Procura-se uma prenda..
Pra viver comigo num rancho feito de amor e de madeira.
Que queira ouvir milongas pra se amar a noite inteira.
Tomar chima, comer pipoca, contar causos em volta do fogão.
Ter um cusco, um baio e uns filhos pra alegrar ainda mais a nossa junção.
Jogar truco, comer pinhão, viver juntinhos pra sempre aqui no rincão.
— Procura-se uma prenda que queira esse tipo de peão,
pois a quero amar a vida inteira, e entregar o meu coração.
Micropoemas do infortúnio - 2
Para viver um grande amor
Inês e Neves deram-se o sim.
Quando Inês já era morta,
sem falar que aí já morrera o Neves,
tal o tardamento.
Um nada
Um tudo
Um papel e uma caneta
O meu futuro
Mas o tudo vira nada
E o nada continua sendo o nada
O papel continua em branco
A caneta continua largada
O meu futuro continua enevoado
Como se fosse ilusão
Como se a linha do sonho não chegasse até a realidade
Você, eu peço
Troque a minha linha por um elástico
Apesar de que teu corpo incendeia meu ser,
mas arde o sabor dos teus lábios estranhos,
mesmo viver longe de você,
não posso dizer te amo
Ricardo Cabús
REENCONTRO
(Estações Partidas)
O prazer de rever
Sem antever o ponto
Sem prever a duração
Entre o ver
E o rever
Haver e reaver
Ter
Sem reter
Nem deter
Compraz-me
DEUSA SEM ESPARTILHO
Estranho pensar em você
Deusa sem espartilho
Sem o cálice de vinho
Sem o olhar de mãe
A beira da minha cama.
Estranho beber de outra boca
Meditar em outra sombra
Deusa sem espartilho.
Passei a noite toda acordado
Enquanto você dormia
Ainda vestida.
Na rua soltavam bombas de gás
Que apenas enfeitiçava.
Foi com suas asas que decolei
Para o pesadelo...
Não entendia porque voava.
E voava sozinho
Depois de discutir sobre Deus
Na obra de Platão.
Não sei mais se Deus
É desejo ou vontade.
Me assusta minha tolerância
Sobre as coisas.
A certeza que tenho
Está velha e desgastada.
Se Deus não é desejo
Eu passo a temer
Minha vontade.
É estranho pensar em você
Deusa sem espartilho.
Talvez eu deva ficar aqui
Isolada, trancada, amuada.
Talvez eu deva ser assim:
Ser o que eu nunca fui em mim.
Ou talvez eu deva fazer isto:
No meu viver dar um sumiço.
"Me chamem de louco....
Prefiro enxergar de forma clara a minha loucura,
Do que estar cego na sua falsa sanidade!"
Nesse trecho uma frase
Que isso seja uma fase
Espero que não demore
Para que eu possa mudar
Espero um dia poder mudar
Essa forma d'eu me apaixonar.
No interior mais obscuro da floresta negra, as minhas grandes aliadas adormecidas.
Não sei se fora a inocência que domou a fera, ou será a fera que corrompeu a inocência...
Eu sou culpada de traição, enganei ambas...
Eu sempre soube que as duas travariam uma batalha interminável dentro de mim...
Por anos elas se estranharam, duas grandes forças opostas, e eu era o seu território de guerra...
Fizeram de mim seu receptáculo, fui obrigada a deixar que fossem enclausuradas por defesa de mim mesma, tramei a queda de ambas, deixei cada uma delas pensarem que me possuíam...
Mentira!
Eu aprendi a sentir desprezo por elas.
A inocência me trouxe decepções...
Fui sua parceira e só me iludi, num mundo onde não há lugar para nós...
Onde é o inocente que paga o preço dos erros alheios, é levada ao matadouro como uma ovelha...
A fera me tornou odiada por muitos, me apresentou ao ódio, as desilusões, a todos as companheiras das trevas.
Me trouxe dores, feridas incuráveis, uma alma negra buscando redenção...
Fiz com que elas adormecessem dentro de mim, juntas, lado a lado, se uma é meu lado bom, a outra é o oposto.
Indecisões?
Quem despertará?
Eu bem sei que preciso das duas...
Só depende de mim decidir quem acordará esta noite, qual delas ouvirá o meu chamado...
A grande Fera ou a pequena inocência...
Não sei!!!"
Eu confesso a mim mesma...
Tentei de todas as formas virar as costas pra você....
Eu quis te deixar no passado, fingir que nunca te desejei...
Minto todos os dias para o meu coração, quando te encontro me desvio de teu olhar, prendo a respiração ofegante para não sentir teu cheiro...
A minha alma grita pela sua presença, meus desejos tenho que ocultar, fico distante porque se me aproximar corro o risco de estragar o meu disfarce...
Aprendi a mentir, a manipular meus sentimentos, a sofrer calada o desejo de te querer...
O meu corpo deseja conhecer o seu toque, os meus lábios querem sentir seus beijos, o seu abraço me apertando...
A sua língua explorando o meu corpo, as batidas de seu coração, os meus ouvidos sonham com o som de seus gemidos de prazer, e toda a sua força se esgotando dentro de mim...
Tenho que me afastar, virar as costas pra você...
Porque se meu olhar cruzar o seu, não vou conseguir ocultar o meu amor...
Finjo o tempo todo não te desejar, me tornei amante da mentira só pra te proteger de mim...
Tenho vontade de te seduzir, fazer de você o meu refém, explorar todo o seu corpo, sou fixada em te querer...
Mas já conheço o final dessa história, não quero ter que sofrer outra vez...
Então eu me viro quando nos esbarramos, nem imagina o que faço em pensamentos com você, é meu amante, meu homem, razão dessa explosão de sentimentos...
Segredos de meu coração, guardado dentro de mim, então nunca me questione porque quando me cruzo com você viro as costas...
Pra te proteger de todos meus desejos...."
Roseane Rodrigues
Nem a mais negra das tempestades pode impedir o amanhecer...
Assim sou eu...
Num mundo repleto de desespero, ousei ter esperança...
Onde reina a mentira ousei acreditar...
Onde o ódio e o rancor andam lado a lado, ousei falar de amor...
Onde os pesadelos horríveis tomam conta da noite escura, ousei ter sonhos...
Onde a maldade construiu seu império, ousei falar de bondade...
Num reino de trevas, ousei um dia querer ver a luz, apresentei a um coração negro que se tornou compulsivo por vingança, ousei falar de perdão...
Ousei querer revelar o mundo que conheço, mesmo sabendo o risco que corro todos os dias...
Ousei abrir minhas lembranças manchadas de lágrimas, onde minha alma sempre se escondeu prisioneira num corpo por anos, eu lhe ofereci redenção...
Ousei revelar o meu outro Eu, pois desejo me mostrar, fugi por anos, pois pensei que a distância fazia esquecer, mas esqueci que a saudade sempre me fará lembrar de quem sou eu...
Hoje ousei controlar meus impulsos mais profanos, meus desejos mais secretos, e decidi fazer guerra a mim mesma, venci uma batalha, mas a guerra continua, dentro de mim habita dois seres disputando a mesma alma...
Só por hoje ousei tomar uma decisão...
Anjo ou demônio?
Assim sou eu...
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