Poema de Entrega

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A T

No amor basta uma noite para fazer de um homem um Deus.
(PROPÉRCIO)

Amoroso palor meu rosto inunda,
Mórbida languidez me banha os olhos,
Ardem sem sono as pálpebras doridas,
Convulsivo tremor meu corpo vibra...
Quanto sofro por ti! Nas longas noites
Adoeço de amor e de desejos...
E nos meus sonhos desmaiando passa
A imagem voluptuosa da ventura:
Eu sinto-a de paixão encher a brisa,
Embalsamar a noite e o céu sem nuvens;
E ela mesma suave descorando
Os alvacentos véus soltar do colo,
Cheirosas flores desparzir sorrindo
Da mágica cintura.
Sinto na fronte pétalas de flores,
Sinto-as nos lábios e de amor suspiro...
Mas flores e perfumes embriagam...
E no fogo da febre, e em meu delírio
Embebem na minh’alma enamorada
Delicioso veneno.

Estrela de mistério! em tua fronte
Os céus revela e mostra-me na terra,
Como um anjo que dorme, a tua imagem
E teus encantos, onde amor estende
Nessa morena tez a cor de rosa.
Meu amor, minha vida, eu sofro tanto!
O fogo de teus olhos me fascina,
O langor de teus olhos me enlanguece,
Cada suspiro que te abala o seio
Vem no meu peito enlouquecer minh’alma!

Ah! vem, pálida virgem, se tens pena
De quem morre por ti, e morre amando,
Dá vida em teu alento à minha vida,
Une nos lábios meus minh’alma à tua!
Eu quero ao pé de ti sentir o mundo
Na tu’alma infantil; na tua fronte
Beijar a luz de Deus; nos teus suspiros
Sentir as virações do paraíso...
E a teus pés, de joelhos, crer ainda
Que não mente o amor que um anjo inspira,
Que eu posso na tu’alma ser ditoso,
Beijar-te nos cabelos soluçando
E no teu seio ser feliz morrendo!

Dezembro, 1851

Alguém

Alguém me levou de mim
Alguém que eu não sei dizer
Alguém me levou daqui.
Alguém, esse nome estranho.
Alguém que eu não vi chegar
Alguém que eu não vi partir
Alguém, que se alguém encontrar,
Recomende que me devolva a mim.

Anjos do Céu

As ondas são anjos que dormem no mar,
Que tremem, palpitam, banhados de luz...
São anjos que dormem, a rir e sonhar
E em leito d'escuma revolvem-se nus!
E quando de noite vem pálida a lua
Seus raios incertos tremer, pratear,
E a trança luzente da nuvem flutua,
As ondas são anjos que dormem no mar!
Que dormem, que sonham- e o vento dos céus
Vem tépido à noite nos seios beijar!
São meigos anjinhos, são filhos de Deus,
Que ao fresco se embalam do seio do mar!
E quando nas águas os ventos suspiram,
São puros fervores de ventos e mar:
São beijos que queimam... e as noites deliram,
E os pobres anjinhos estão a chorar!
Ai! quando tu sentes dos mares na flor
Os ventos e vagas gemer, palpitar,
Por que não consentes, num beijo de amor
Que eu diga-te os sonhos dos anjos do mar?

Amor foi feito para amar
Perdão foi feito pra se dar
Não semeie pra colher depois, o tal ressentimento.

A Uma Que Lhe Chamou “Pica-flor”

Se Pica-flor me chamais
Pica-flor aceito ser mas resta agora saber
se no nome que me dais
meteis a flor que guardais
no passarinho melhor.
Se me dais este favor
sendo só de mim o Pica
e o mais vosso, claro fica
que fico então Pica-flor.

E sou já do que fui tão diferente
Que, quando por meu nome alguém me chama,
Pasmo, quando conheço
Que ainda comigo mesmo me pareço.

Aula de piano

Depois do almoço na sala vazia
A mãe subia pra se recostar
E no passado que a sala escondia
A menininha ficava a esperar
O professor de piano chegava
E começava uma nova lição
E a menininha, tão bonitinha
Enchia a casa feito um clarim
Abria o peito, mandava brasa
E solfejava assim:

Ai, ai, ai
Lá, sol, fá, mi, ré
Tira a não daí
Dó, dó, ré, dó, si
Aqui não dá pé
Mi, mi, fá, mi, ré
E agora o sol, fá
Pra lição acabar

Diz o refrão quem não chora não mama
Veio o sucesso e a consagração
Que finalmente deitaram na fama
Tendo atingido a total perfeição
Nunca se viu tanta variedade
A quatro mãos em concertos de amor
Mas na verdade tinham saudade
De quando ele era seu professor
E quando ela, menina e bela
Abria o berrador
Ai, ai, ai,
Lá, sol, fá, mi, ré

Vinicius de Moraes
Álbum "A arca de noé"

Nota: Música composta por Vinicius de Moraes e Toquinho

...Mais

As mulheres escreveram o poema do amor; os homens comentaram-no, mas não o compreenderam.

"Queria não controlar meu coração. Penso: se pudesse entregá-lo ao menos por um final-de-semana, esta chuva caindo em meu rosto teria outro sabor. Se amar fosse fácil eu estaria abraçada com ele, e a letra da música contaria uma história que é a nossa história."

Não faz graça, se entrega, fazer graça é sua defesa, não se defende, eu tô bêbado, eu não tô me defendendo.

Preste atenção pra quem você entrega seu coração: A maioria das pessoas acham que ele é de brinquedo e de plástico.

Limpei mais, adorei, conversei, bravo, é isso aí, minha filha, não se entrega não.

Inserida por alines2

RECEITA DE MULHER
(Vinícius de Moraes)

Para ser uma grande mulher..!!!

É preciso que haja qualquer coisa de flor......
Que seja bela.....
Que seja sem ser.....
Que se reflita e desabroche no olhar dos homens.....
Que seja leve como um resto de nuvem, mas que seja uma nuvem.....
Que dê sempre a impressão de que se se fechar os olhos ao abri-los não mais estará presente.....
Que surja, não venha; parta, não vá.....
Que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente....
E que em sua incalculável imperfeição constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação........

Rico e pobre.

A diferença vem na morte,
Que qualquer hora pode chegar.
E entrega a própria sorte,
Qualquer um que ela venha buscar.

Só se ama de todo quando se permite ser o outro. Quando a entrega é tamanha que as dores são as mesmas, a fraqueza, os anseios e a força se torna algo singular mesmo que vivida em pluralidade.
Somente aquele que se arrisca no pior que o outro pode ser é que verdadeiramente ama.
É prático e hipotético esse amor moderno onde o certo é ser "mais você" onde o amor próprio tem que gritar até te ensurdecer, onde a fila anda, o tempo apaga...o "Se cuida" vazio, o "seja feliz" decorado de alguma revista machista ou feminista, fazedora de gente vazia, como suas páginas timbradas.
O amor dói, não é pra qualquer um. E o paradoxal da vida é que vivemos para fugir da dor e ainda assim buscamos amor.

Inserida por Isadoraleitura

A poesia não se entrega assim,

Traze para mim o teu coração,

Entrega-o todo para mim,

Sem cerimônia, e com emoção;

Não desistirei da nossa paixão,

Entregue-se todo e sem fim.



O amor plantado em versos,

Às vezes comete excessos,

Estou uma lira doce enfim,

Pronta para ser bem tocada;

Especialmente para ser amada,

Coisa de alma apaixonada.



A minha veia poética forte,

Não precisa levar versos,

Eles são incensos frescos,

Que seguem em nuances

E atingem a doces toques;

A poesia consegue criar raízes.



A procura pelo amor às vezes

deixa marcas (cicatrizes),

Mas sempre há uma coragem

que faz com que não (desistas);

A poesia que tem os seus apelos

e amorosamente dá (pistas).

Inserida por anna_flavia_schmitt

O teu beijo é a fonte que beija os bosques

- naturalmente me tens

Como o pasto se entrega para a chuva

- nada me detém


Sê meu, porque escolhi ser tua,

- por mais de mil e uma noites

E com todos os teus toques.


Irei me banhar na tua seiva

No primeiro ensejo,

Não escondo o meu desejo

à ti entrego-me toda,

Dou-te o meu melhor desvelo.



Se é maravilha o quê estou sentindo,

não nego, e revelo que maravilhada estou,

Por ti o meu coração brilhou e ainda brilha;

E ele continua brilhando,

desde o dia que elogiastes a minha escrita quando ainda ela era reduzida

à modestos e religiosos 'versos',

Provocaste-me os impulsos mais diversos...


Ainda me provoca a tal ponto que continuo

escrevendo como refúgio,

- escrevo para me refugiar dos outros, é claro!

Escrevo para estar mais perto de ti,

- insinuo

Sem nenhum pudor, desnudo-me para ti.


Nunca viste nada mais sem vergonha, creio

- com jeito de brisa e cheiro de mato

Um coração carinhoso e ensolarado,

- com a intensidade de uma queda d'água

E com um corpo pelando feito brasa,

Com versos e fluidez para descrever,

- o amor in natura

Que chamam até de loucura...

Inserida por anna_flavia_schmitt

Esta Pátria mergulhou
num oceano profundo
de dor, ódio e tristeza;
e por rebeldia não vou
entregar o meu peito
à sorte e a rudeza,...

Desejo estar inteira
e pronta para quando
a hora certa chegar,
por isso fui construir
um abrigo interno
para de ti jamais ir;

Prefiro falar no sonho
de mais de mil e uma
noites de amor ao luar,
e não é por frieza,
porque sei que tenho
que ser fortaleza e crer
que tudo vai passar,...

No exílio em solo pátrio
firme e circunstancial,
em tempo de frio austral
e confusa distância social:
até nos dias mais duros
vivo te buscando como
quem vive o tempo todo
se aventurando por novos mundos.

Inserida por anna_flavia_schmitt

Estou tecendo [seriamente:

- Um plano de entrega

Para entrar no teu coração...,

E não mais sair da tua [mente];

Estou com uma vontade terna,

Que é fome de 'loba- quimera'.



Com inversão ou sem,

Quero você inteiro,

Do jeito que você vem,

Quero você [faceiro].



Estou desenhando [preliminarmente:

- Uma rota de sensualidade

Para romper com a castidade..,

E não mais aderir aos protocolos;

Estou com uma vontade imensa

De fazer parte dos teus [sonhos].



Com santificada carícia,

Quero você bem

Do jeito da malícia,

Que desliza [urgente].



Estou costurando no silêncio das horas:

- Para que tu venhas sem demoras

Rompendo auroras e poentes,

Trazendo estrelas [para mim],

Teus meneios serão presentes,

Um florescimento em meu jardim.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠A minha humanidade
de poeta sob a Lua,
não se entrega jamais
ao Deus da Guerra,
com a minha pluma
infinita invoco a paz
e o amor na Terra.

Os livros de romance
devem ser abertos
e as baladas de amor
devem ser cantadas
para que o melhor
para nós permaneça.

Confiante no giro
da orbe celeste,
Vou no ritmo
do peito o nome
do amor derradeiro.

Inserida por anna_flavia_schmitt

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