Poema de Despedida para Pessoa Especial
E o teu doce hálito de cereja
quando nos beijamos debaixo das macieiras
como se escrevesse numa página do livro da minha vida
“nunca me esqueça”
Vejo as linhas do horizonte
parece que saem de mim
qual o tamanho de um sonho?
foi feito para não ter fim
Pediram-me uma poesia autoral sobre mãe. Digo a vocês que não sou poeta; seria muita, mas muita pretensão de minha parte, abraçar e/ou adotar esta condição artística-filosófica.
Mas se fosse para eu associar poesia à mãe, diria que:
Mãe é sinônimo de amor que é sinônimo de poesia que é sinônimo de mãe; fim.
Minha filha não conheceu meus pais
mas eu conheci meu neto
Por isso faço versos
para que ele saiba
o que meus retratos sentiam por dentro
baobá
procuro nos outonais trâmites do teu corpo
o insofismável vestígio das tuas raízes
salgueiro que jaz e se curva obliquamente
eterna a bênção, terrível o fim do tempo
deserto, areia, sol, miragem, saudade
serás sempre o antes e o depois de nós
e nós seremos tão pouco e tão poucos
depois de ti secarão todas as welwitschias
África não renascerá da força dos tambores
mil homens sangrarão entre solenes rituais
as grávidas abortarão com sede de terra
e o céu encher-se-á de conchas e espinhas
e virão os deuses deste mundo e do outro
velar a desgraça efémera da sabedoria
ninguém saberá mais falar, escrever ou viver.
Poema dedicado a Catarina Pereira do Nascimento
(Pedro Rodrigues de Menezes, “baobá”)
CORDÃO UMBILICAL
Quando nasci
cortaram-me o cordão umbilical,
só esqueceram de cortar
o fio que me deixou atado ao tempo
EU-JORGAL
Ó trovador que abre seu lábio antigo,
Diga a musa que ouve doce as cantigas de amigo:
Assim como tu sabes que mente para si,
És tola e eu tolo, mesmo sem a tua harpa,
Minha harpa é tua harpa, pois é para ti.
Chego até querer ir a tua corte com lira de maldizer,
Porem tua íris céu, cabelo ouro e branca rosada,
Expulsa de mim a sátira grosseira a cavalgada
Feito Segrel e seu cavalo perdido em toada .
Desde as melodias da antiguidade
Os trovadores sopravam realidades.
E tu dama a mim desfere lira de escarnio
Enquanto minha harpa compõe amor em grande ensaio.
ODE AOS PEIXES DE VERA CRUZ
Aos peixes em solo firme eu digo:
Saltou para a terra em criatividade
Rastejou em lama em sua vitalidade
Sempre esteve comendo fora d'água comigo.
Esperançosos ao rio do futuro
Elegem anzóis ao topo da cadeia
Lembram-se e esquecem-se que já foi de aldeia
Adaptam-se milhões de anos ao muro.
Permanecem na esperança desde os antepassados
Antigos que um dia nas águas rasas nadaram
Ancestrais que todos os dias aos poucos andaram
Nas azedas poças estavam sempre adoçados.
O samba na nadadeira antes do pé!
A novidade das mãos sempre em toque
Afluentes culturais do Chuí ao Oiapoque,
Folclore, danças polonesas e arrasta-pé.
Tantas cores no manto verde e o cantar alto,
Falam como araras, e que saudade da ararinha azul
Reco-reco forte como vós do norte ao sul
Amo odiar e odeio amar este mar alto.
Vontade tenho de puxar-lhes as escamas
Comem iscas na água, comem incas no solo
Pirajuçara do bem, fisgada no no colo
Namorado nas ideologias em chamas.
Em redes antes dos coronéis
Pescas nas caravelas de Portugal
Escravidão em embarcação surreal
Repetem golpes nos futuros papéis.
Ó peixe que usa calças e é anfitrião
Simpático este cardume que agrada
Criatura gloriosa que por troca degrada
Luta lá de longe sem ver que é em vão.
Com cuidado, elevados peixes, sobreviveremos!
Brigamos, amamos, será que também sou assim?
Como os ratos de Noronha, a dor terá um fim
Cuide das águas, Linguados terrestres, pois evoluímos!
Perdi tempo perdendo tempo
em olhar o relógio com pressa de chegar
e nem me dei conta da paisagem
em que havia canteiros de jasmins
que não levarei comigo na memória
Ela é a cara da mãe,
que em tudo puxou de sua avó.
A avó, por sua vez,
é idêntica à mãe que um dia teve,
que vejo em apagados retratos,
e que, conforme antigamente contavam,
era cópia fiel da bisavó da mãe
da mulher que hoje amo,
e que é a cara esculpida da minha sogra.
Creio que me apaixonei
foi por uma mulher do começo do século XIX
Acordei,vesti os sonhos,
calcei os desejos,e sai de casa
fantasiado de realidade.
Quando voltei,
a roupa estava suada,
os sapatos estavam gastos,
deitei a fantasia de lado,
enxaguei os desejos manchados,
ensaboei meus sonhos molhados,
deitei-me na cama cansado,
encobri-me com o véu da noite
e esperei o corpo dormir
no acordar da minha alma
Já fui neve no mar, já fui espada na mão (José Afonso)
No passado sofri de algumas vaidades. Mas calei que prefiro ser neve no mar do que poeira pisada, caída no chão. Ser a neve que se funde com o mar é ser a frescura que sabe de antemão que muita gente lhe vai perguntar: quando cantaremos o Hino da Libertação?
No passado sofri de algumas vaidades. Mas agora, que vivo sem sedução, digo: ser neve que se fundiu com o mar é ser como a estrela que se fundiu com o céu (coisa que, antes, a estrela sempre temeu) e nele brilha mas sem chamar à atenção.
No passado sofri de algumas vaidades mas não falei de ser espada na mão. Hoje, que sou a neve caída no mar, muitas vezes me interrogo: ser lâmina afiada em ereção não será entrar no estranho jogo dos que põem pessoas a sangrar e querem sentir vida a pulsar no seu coração? Mais logo, quando a Musa Menina chegar, me dirá se tenho ou não tenho razão.
O amor é a essência da vida
É a energia que nos fortalece
É como um sol que nos ilumina
E faz o coração aquecer-se.
A mulher que eu amo é minha luz
É a minha estrela da manhã
Ela me traz paz e alegria
E me faz sentir completo e sã.
Estar ao lado dela é uma festa
É como estar em um paraíso
Nada mais importa quando estou com ela
Só o amor que é sempre vivo.
Nossos sonhos são grandes e lindos
Nós queremos construir um futuro juntos
Ter uma família e uma vida feliz
E não deixar que nada nos abale ou nos assuste.
A mulher que eu amo é minha juventude
Ela é o meu amor eterno
Eu sou grato por seu amor e virtude
E isso me faz sentir muito mais que um ser humano.
Seu sorriso é a minha felicidade
Ela é a minha melhor amiga
E ter ela em minha vida é a maior verdade
Eu sou abençoado por este amor que persista e diga.
O amor nos faz sonhar e realizar
Nos dá força e coragem para seguir
E ao lado dela eu posso encontrar
O caminho para ser feliz até o fim.
Atestado poético
Tão longe,
Tão perto
Como te desperto?
Às vezes, me consome,
Noutras, esconde-se
Por que some?
Hoje, faz falta,
Amanhã, transborda
Por que meu peito ainda salta?
Somos dois,
Um.
Dias depois, nenhum?
Tão cedo, tão tarde,
Descubro que não é paixão,
Mas patologia: crise de saudades.
VICIOSO
No vício eu me perdi, desatinado,
Inebriando os sonhos em goles fundos,
Água transparente em trago profundo,
Engolindo pesadelos sem cuidado.
Esqueci dos sorrisos, do amor velado,
Afundei na lama dos lixões do mundo,
Devoção licorosa, é meu terreno imundo,
Obra humana, pecado capitalizado.
Na provisória dor da mente entregue,
A alma manchada por essa sina vil,
Desvairado, sem luz, me tornei intruso.
Porém, busco redenção, esperança surge,
Os versos do soneto, um grito sutil,
Transformam-se em luz, em resgate e em uso.
Com outra irmã morta,
Todos nós morremos juntas,
Todos os dias, pouco a pouco.
De que valem as gotas salgadas
escorrendo dos olhos?
Minha garganta seca ainda engasga
Quando em seu nome canto.
- Livro de poemas "Flores Roxas", Editora Patuá.
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