Poema de Cao
O CÃO QUE CANTAVA ÓPERA
Eu já tive um cão
Baixinho como eu que o sou
No destino e na pernada,
Que cantava ópera farsada
Sempre que eu dizia ao serão
Versos de dor a uma fada.
A ópera do meu cão, uivava
Numa voz tão pura de fina
Como alguma jamais encontrada
Em cantares de gente canina.
Tinha um não sei quê de magia
Saída pelos foles da garganta,
Sim, porque um cão triste canta
E encanta
No silêncio da noite vazia.
Um dia de sábado pela manhã fria
O meu cão de ópera já não operou...
Estava rígido, teso, na alcofa
Que ele tinha, meu Deus, tão fofa!...
Nem se despediu de mim
O companheiro amado...
Ele acabou o seu fado
E eu, sozinho assim
Não voltarei a dizer poemas
Porque dão azar e penas!
(Carlos De Castro, in Igreja de Argoncilhe, 22-06-2022)
Certo dia um carro estava nadando, quando de repente o jacaré bateu a cabeça porque o canguru estava comendo cenoura.
O cão não é ‘quase humano’ e não conheço maior insulto à espécie canina do que descrevê-la de tal maneira.
O meu âmago acende e apaga nas escuridões dilaceradas.Entretanto brilha uma constelação perene, só que tênue, tênue por causa dos cactos estilhaçados pelos caminhos inóspitos. Transcrevo e apago, amargo o ardor desprovido, comido pelo mal abrigo. Desabrigo de um devaneio múltiplo, alumbrei as vísceras num tom estonteante. O afago me cobria naquela estação, canção não cantada em voz alguma, em tons de aquarela encontrei-me numa mistura homogênea, meandrica. Choveu cor, e eu me inundei até o último pote de tinta revirado. Dancei só nessa chuva, as tintas dialogavam comigo, e diziam que eu era meu abrigo, caiam feito as águas do céu, cantavam feito um cantor, e susurraram em meus ouvidos, que nem toda cor veio pra fazer aquarela, simplesmente se misturam e desaparecem.
O balançar dos cabelos, os corpos em livre constância pelos ares, livres,livres pra voar aonde o coração conduzir.
Voo, voo como um pássaro solto nesse bailar de corações .
De repente num mirante, distante, aspirante, sentei-me sobre as margaridas caídas, a pairar pelo ar; O sopror enlaçava meus fios de cabelo, era alto, planalto, de vegetação exuberante, mesclando o céu e o mel espalhado entre casulos despedaçados. Lá do alto eu enxergava as complacências dissipadas pelo ar, pelo tempo. Avistava um jardim de arbustos que plantei, reguei, parei, hoje vivos estão nas memórias dos corações, uns acesos, outros apagados, árduos de memórias insanas, inacabadas, perversas, obscenas, apaixonantes e vibrantes, desconcertantes; Conexões que se desconectaram, calafrios que se amenizaram. O sol se pôs, o sol raiou, o tempo passou e tudo mudou, nada mudou, as pessoas se mudaram, arbritaram os corações cruéis, fiéis, em viés, ao invés, entre anéis, entre céus, entre o mar, entre dropar, enlaçar, pegar uma onda, risonha, loucona; sal ardente, sal latente, a pele no sol, o sol na pele, na areia, clareia, nas ondas, na água, no fundo, o mar é antigo, fascínio, abismo, numa locução, numa navegação. Fui atriz, fui personagem principal, eu sou atriz, encenei, enceno, a vida é arte, encerrar faz parte e iniciar uma nova página, um novo enredo, é pura sagacidade, sagacidade de viver.
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Meu âmago transcende em poesia, deleite entre a Costa do oceano teu. Nele coexistem a fúria das tuas ondas e a calmaria de seu tom azul, anil, primaveril. A primavera habita. Em tuas entrelinhas, em tuas cores, amores. Na imensidão do coração, canção ao som da voz tua ao pé do ouvido. Numa ventania de um dia girassol, soletrava palavras nuas ,vestidas de ressignificados.
Encontros desajeitados, desafiadores, que fitam, te fazem estar, ficar. São faíscas que queimam e fazem queimar. É energia, onda , que te permite dropar, se enlaçar, equilibrar. Fascínio perdido, convexo. É exagero dizer que não, mas loucura dizer que sim. Distante é tão perto. Um olhar direto. É quebranto desvairado, que soa e vibra, que faz emergir e mergulhar em seus reflexos, que refletem nos sentidos meus.
Dar um osso para seu cão não é bondade. Bondade é quando o osso é um de seus cardápios prediletos e você resolve dá-lo ao seu cão.
Angela: Grandes eventos acontecem no mundo todos os dias. Terremotos, furacões, até mesmo o movimento das geleiras. Então, por que ele não pode pelo menos...olhar pra mim.
Angela: É incrível quando você consegue sentir sua vida indo a algum lugar. Como se ela acabasse de descobrir como ser boa.
Nós moramos num ambiente pobre, com os donos pobres, que têm comportamento pobre, influenciado pelo entorno, com um sistema de falta de direitos e políticas públicas.
Os cachorros aqui do bairro já estão virando humanos. Perderam a sensibilidade de respeito pela dor do outro.
Estou cansado e não consigo dormir. Quero dormir , mas não tenho sono. Perdi o prazer de descansar. Não tenho descanso.
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