Poema de Apaixonado e Amantes
Como deixei o meu amor passar...
perdi o libido da vida,
larguei as coisas fúteis
para viver algo surreal.
Pela passagem das brechas
que deixei escapar,
perdi o maior segredo
que um sábio me disse;
Ó amor..
vejo que é uma palavra
que os surdos ouvem,
sem despertar seu
verdadeiros significado.
Ouço pessoas famintas,
ignorando as vozes
de uma alma carente
e angustiada.
Estou angustiado
pela minha incapacidade
de armar,
desesperado pelo grito
de suicídio.
Ranjo e gemo de remorso,
remoendo as migalhas
da minha alma.
Advento
Como ato e consequência
Teu olhar e meu sorriso
Teu cheiro em meus pulmões
Ao sentir eu paraliso
Como à soar um aviso
Que o amor está por vir
Impetuoso, árduo, e viril
Doce, suave, febril à tinir
Consuma-se a esperança ardente
E o coração pulsa latente
Sua chegada à almejar
Sua constância à desejar
Vem amor
pode entrar
Espero que goste,
e queira ficar.
Ana Luiza Cirqueira
Incendiário
Na intrínseca de Minh ‘alma
Algo clama, algo queima, algo canta
Por sentir você, na essência, na calma.
E no âmago dos teus sentimentos,
Encontrar o mais seguro dos abrigos.
Sem que nada falte, sequer um fragmento.
Pois teu olhar me enfeitiça,
Tua voz me encanta, paralisa
E o teu cheiro, embalsama, alivia.
Ah! Como és incendiário sob minhas cartas,
Que jogadas no abismo das emoções
caíram bem em tuas mãos.
Faça destas então, relíquias de valor
Que ao arfar na doçura do teu toque
Eu possa me afogar em ti.
Ana Luiza Cirqueira
Amor a gente faz juntos, não só
É uma composição como canção
Com pausa e som, silencio e emoção.
Feito poema, papéis e tinta em pó
Tipo encanto das cordas que dão dó
Tipo tons que marcam a escansão
Tipo trem que encontra a estação
Tipo um enlaçamento, feito em nó
Faz amor quem compõem as melodias
Faz amor quem encanta com poesia
Faz amor quem espera noite e dia
Faz amor quem nos cerca com carícias
Amor não quer deixar para depois
Amor é não se faz só, mas a dois
Torturas
Nada mudou.
O corpo sente dor,
necessita comer, respirar e dormir,
tem a pele tenra e logo abaixo sangue,
tem uma boa reserva de unhas e dentes,
ossos frágeis, juntas alongáveis.
Nas torturas leva-se tudo isso em conta.
Nada mudou.
Treme o corpo como tremia
antes de se fundar Roma e depois de fundada,
no século XX antes e depois de Cristo,
as torturas são como eram, só a terra encolheu
e o que quer que se passe parecer ser na porta ao lado .
Nada mudou.
Só chegou mais gente,
e às velhas culpas se juntaram novas,
reais, impostas, momentâneas, inexistentes,
mas o grito com que o corpo responde por elas
foi, é e será o grito da inocência
segundo a escala e registro sempiternos
Na vida o que mais me satisfez:
Não foram os ensinamentos que recebi, mas os que transmiti.
Não foram as madeiras que utilizei, mas as árvores que plantei.
Não foram os poemas que li, mas os que criei.
Não foram as páginas que virei, mas as que escrevi.
Não foram as orações que li, mas as que a minha alma ditou.
Foi há muito tempo
Mas eu ainda me lembro
Como se fosse hoje
Por amor a um grande amor
Deixe de viver um grande amor
Sob a face serena
E o olhar tranquilo
No fundo do peito
Acima de qualquer suspeita
Há sempre um vulcão
Louco para entrar em erupção
O que é isso, o poeta?
Poeta é aquele ser estranho
E cujas palavras
Eu encontro palavras
Para explicar a minha dor
E o meu amor
A alma acostumada
A navegar
Em mares sombrios
E tempestuosos
Nas manhãs de calmaria
Desencanta-se...
Então, o vento veio
E levou tudo
E me deixou
Desde então
Ando a procura de ventanias
Que me arranquem – com raiz e tudo
Deste chão - onde eu fiquei pregado pelo medo
Pensamento
Se tu fosses ó rainha da dor.
A solução do amor.
Te faria de mim companheira.
Juntos inventariamos brincadeiras.
Para brincar com a sorte.
Se estivesses sozinhas é claro.
Pois com todos os teus predicados.
Poderia quem sabe conseguir o impossível.
(Momento terrível pensar assim).
Amando a morte, vivendo sem fim.
É como me sinto quando estou neste estado, surreal.
Estando ao teu lado eu calço os meus sapatos, de imaginação.
E começo a escrever.
Tudo ditado pelo coração.
E me ponho a sonhar contigo.
Singelo amigo.
Bem alto, por mim.
Procurando o que todos procuram.
A vida com ternura.
A casa da loucura.
O mundo sem fim.
Olho para o alto, tentando ver o céu
E o que vejo são os edifícios
e sinto pena, um arranha-céu inteiro
Não vale um poema.
O ARTISTA E SUA OBRA
Como é possível, senhora, que todos os homens aprendam
pela longa experiência? Formas que parecem vivas,
esculpidas na dura montanha de mármore, sobreviverão
ao seu autor, cujos anos ao pó retornam!
Assim produz frutos. A arte teve a sua vez,
e triunfa sobre a Natureza. Eu, que luto
com a Escultura, sei muito bem; suas maravilhas
vivem o despeito do tempo e da morte, estes implacáveis tiranos.
Portanto, posso dar vida longa a nós ambos
de uma forma ou de outra, na cor e na pedra,
fazendo o semblante do seu rosto e do meu.
MAL BENDITO
Se recebesse a notícia
De que amanhã irá morrer
Este choro importaria
Ou seria só "auê"?
Se importa, meu bem, repare
Não é mentira que tudo passa
Calúnia é dizer que nada sobra
Mas são dos restos que vem a graça:
As mais árduas batalhas
A maior das grandes dores
As perdas mais canalhas
Os mais fortes dos horrores
Não vêm para qualquer um
Não acontecem sem razão.
Os melhores soldados
São os postos em ação.
É assim mesmo...
Existe sim o que está escrito
E se não existe: inspire o ar.
O que é bem dito, não ganha borracha
Porque se não mata, bendito será!
Amo detalhes
Daqueles reais
Todo verso importa
Se não deixa em paz.
Amo o que odeio
Que bem que me faz!
Tudo o que fica
É porque algo, não mais
SEM HUMILDADE NÃO HÁ INTELIGÊNCIA
Um sábio grosseiro vira burro.
Se há arrogância na palavra,
Ninguém quer ouvir o seu saber.
Se ninguém ouve, é só sussurro
Dito de longe, na grande bancada
Fazendo de nada valer.
A graciosidade é o primeiro passo
Para o sabido não ser fracasso.
Um conteúdo mal dito,
Mal feito, mal posto,
Parece pura ignorância
Parece pressuposto.
O esperto tem que ter paciência,
Tem que se mostrar igual
Para então
Ser xeque-mate,
Para então não funeral.
Se ninguém ouve, se ninguém entende,
Quer ser o que: Além de empate?
Carisma é a primeira arma
Para o sábio não ser quem late!
Conseguir admiração é o que faz
Ser reconhecido.
Um grosseiro é só um grosseiro
Um sábio é comedido.
A gentileza dá beleza ao feio
E inteligência ao inteligente!
A estupidez deixa o esperto, inepto
E faz do lindo, um feio demente.
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