Poema de Apaixonado e Amantes
A mocidade expande-se para conhecer o mundo e os homens, a velhice contrai-se por havê-los conhecido.
Mudai um homem de classe, condição e circunstâncias, vós o vereis mudar imediatamente de opiniões e de costumes.
Todo o espírito que existe no mundo é inútil para quem não o tem; ele não tem perspectivas sobre nada e é incapaz de aproveitar as dos outros.
Toda a grandeza, toda a força, todo o poder é relativo. É necessário ter bem presente que, ao procurar aumentar a grandeza real, se não diminua o verdadeiro poder.
Não pode fazer com que um homem comum abandone uma ideia que ele julga difícil de compreender e que julga ter compreendido.
Os que reclamam para si maior liberdade são os que ordinariamente menos a toleram e permitem nos outros.
Apenas à dos mestres-escola se iguala a ignorância dos que aqui na terra têm a jactância de haver dito uma palavra que outros antes não disseram.
O que se qualifica em alguns homens como firmeza de carácter não é ordinariamente senão emperramento de opinião, incapacidade de progresso, ou imutabilidade da ignorância.
Sou presa.
Esse seu olhar de predadora;
Faz assim:
Avança em mim?
Não pensa...
dispensa todo seu pudor,
me avança,
seja lá como for,
mas que venha por inteira,
fique ao meu dispor...
te espero,
quero...
e nem precisa ter amor.
Quero só que se lambuze,
que me use,
com ardor.
Que crianças fomos, ao pensar que ia durar para sempre. É a experiência de todos os amantes: a impossibilidade do amor eterno.
" Se eu soubesse amar como amam os amantes
e antes de qualquer amor fosse fruto de um deles
se eu soubesse amar como as flores amam o vento
como o chão ama a chuva
se eu soubesse amar um pouco mais
transbordaria carinhos e em seu ninho
e lá não seria ave pagã
se eu soubesse amar como uma mãe ama seu filho
que valores teriam meus abraços
e que calor ou aconchego teria para dar
se eu soubesse amar como descrevem os poetas
que não entendem de desamor, por isso não choram
se eu soubesse que amar é de fato o tudo
quanta rebeldia teria meu ato de amar...
Amantes
Sob o brilho da luz da rua
E a escuridão pálida da lua
Caminha Solidão opaca,
Negra e com ressaca
Após arrastadas bebedeiras,
Com pessoas sorrateiras
Na noite sem estrelas
Sem amor e sem belezas
Sob o brilho da luz da rua
E a escuridão pálida da lua,
Caminha um homem opaco
Meio a meio Mulato.
O homem do dia a dia
Sentindo a ressaca da ironia
Em noites sem estrelas encontra-se com Solidão
Sem perceber apenas sua ingênua traição.
Sob o brilho da luz da rua
E a escuridão pálida da lua
Os Outros se assombram por uma janela
No quarto escuro acendem uma vela
Rindo do Mulato até doer
Do quão banal é ter que o olho ver
Pessoas tão ignorantes
Em nosso mundano mundo repleto de amantes.