Poema curto
Direção
A vida por vezes
me tira o norte
a vida por vezes
desnorteia o meu ser
Mas se ela me desnorteia
Você me trás o norte
o sul
o oeste
e todos os seus afins.
Até você que você abandone sua espada
não vai se tornar um escudo
até que você coloque sua coroa de lado
não estará apto para liderar
Salve-me rainha
Salve-me dessa dor sem fim
Apenas salve-me
Você não pode me dizer que é o fim
Eu não quis que fosse assim
Só salve-me
E um dia, podemos sorrir?
Há poemas que habitam
o olhar das pessoas...
Exorbitam o silêncio das noites
e perduram, no rimar dos dias...
.
neste intenso leito de odores
quando passas, que fica
quando voltas, que paira
que permaneça enquanto vivas
neste embriagar louco das flores
que fique, que paire
permaneça, que baile
que sobreviva, se fores
..
A PRIMEIRA
E tudo era nada
e o nada era trevoso
E a treva, num súbito suave
pariu a estrela vertiginosa
E a refulgência foi feita
E era boa E era bela
Recendia primavera
E o verbo chamou, à lux, rosa
Foi a primeira Poesia
LÍNGUAS E LAVAS
nos céus
das bocas,
palavras soltas.
meias vozes.
odes! brados!
entre brasas
e águas vivas,
espadas de Eros
radioativas
em batalhas
amuralhadas
por pétalas
carnívoras,
vigias armadas
até os dentes
dos beijos
sem paz.
OUTROUTONO
Outro outono entra
sem bater. Entra
para abater.
Para reabastecer
a máquina putrefaciente.
Para dar de comer
à máquina viva
que nos dá de comer.
Para vivermos.
Para morrermos.
[Deus, preciso beber algo
que esteja a salvo!
Dai-me de Vós, Senhor!]
Vírgulas
preciso vírgula
com urgência vírgula
desapegar-me das vírgulas vírgula
essas asas inversas vírgula
reguladoras dos voos livres
ESQUECIMENTO LENTO
Rutilava coisamentos
que lhe abrandavam a pensamentarada.
De déu em déu
domava o coração da saudade.
Quando não escrevo poesia sofro a falta do lápis.
Quando não escrevo poesia sofro a falta.
Quando não escrevo poesia, sofro.
Quando não, escrevo poesia.
a dor e as lágrimas
do profundo
do profundo de
minha alma
o homem que
preferiria morrer
a soltar suas mãos
e uma vez que
soltei
acabei por morrer..
acordou de seu devaneio
do dia que se foi,
o para sempre nunca,
o sonho se desfez
na realidade nua e crua
da poesia que o rejeitou,
e ante as palavras
que sangram
desistiu de concluir
este expressar..
e soprou o vento
de um pra sempre
de ontem
que o hoje tornou
em nunca,
trouxe um aroma
do sal do mar
que veio suave
pelo ar embalado
pelo voo de pelicanos..
Minha Doce Helena
eu soube que era Amor
quando cada palavra sua
ficou gravada em minhaalma
tal qualtatuagemem minha pele
perpetuou..
todo esse tempo que pareceu um século, dói tanto, tanto
e ainda assim o Amor cresceu a cada dia confirmando o pra sempre,
eu preferia o pra sempre quando vivíamos nossos pequenos infinitos..
a calmaria veio com teu Amor,
a tempestade veio com sua partida,
chovem lágrimas no seu adeus
encharcando de sentimentos
[...]
mais uma vez busco palavras,
não as encontro, o vento as levou,
lhe dedico então todas as palavras,
que habitam no meu silêncio..
e só Deus sabe das palavras nunca ditas,
mas intensamente sentidas,
como se tivessem sido tocadas,
e foram tocadas com sua alma
eque só lhe direi
no silêncio
de um beijo..
Eu Adoro
Eu adoro olhar para seus olhos castanhos,
Eles são fascinantes
E me hipnotizam
Eu adoro seus beijos
Eles são doces como mel
E viciantes
Eu adoro estar com você
A sua companhia é extasiante
De uma maneira que não compreendo
Eu adoro ser amada por você
Me sinto feliz
E amada
DOCES DOMINAÇÕES
uma flor
pertenceu o beija-flor
que povoou meu coração
trespassado de violeta emoção
que bebeu amor
na taça da flor
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