Poema Bobo
”De que adianta”
De que adianta a praia, se não a contemplo?
De que adianta a família, se não tenho tempo?
De que adianta algum dinheiro, se não viajo?
De que adianta alguns amigos, se não me engajo?
De que adianta o ar, se não respiro?
De que adianta o mar, se não me atiro?
De que vale o sol, se não me esquento?
De que vale a casa, se sou relento?
De que vale a fartura de pão, se eu não sustentar?
De que vale mais um culto, se não me entregar?
De que me serve a fala, se eu não pregar?
De que servem os braços, se eu não abraçar?
De que valeu o tempo, se eu não parei?
De que valeu a vida, se eu não reparei?
De que serviu a paisagem, se eu não percebi?
De que serviu o espelho, se eu jamais me vi?
De que me valeram os olhos, se eu não olhei?
De que me valeram as tempestades, se eu não mudei?
De que serviu a Bíblia, se eu nem a li?
De que serviu a Cruz, se não me arrependi?
גיהנום
GEHINOM– LIXÃO
INFERNO?
Um lugar desprezado
pelo Criador,
onde era
processada no calor
as almas íntimas...
Agonia
Nada acontece
como sempre
e também
parece que nada de mais acontecerá
Sempre esperando por algo
mas ao mesmo tempo
sabendo que no fim
nada vai mudar
O tédio reina
e se alimenta da angústia
resultando em pura agonia
Nada disso aconteceria
se algo fosse feito
Na verdade, o algo não existe
é uma ação sem efeito.
De tanto pensar que aos 90 chegaria,
Percebi que na crise dos 20 me perdia.
Pensei tanto em viver por muito tempo,
Que sobrevivi, mas perdi o momento.
Deixei de viver minha adolescência,
Pois morri na crença de uma falsa existência.
Acreditava que aos 18 seria feliz em qualquer lugar,
Com 16, sonhava com amores a encontrar.
Com 14, queria envelhecer pra enfim viver,
Mas hoje, nem 18, nem 16 posso ter.
Habita em mim o espírito de 90, cansado,
Viu a vontade de vencer dos 20 ser deixado.
Agora, tudo se resume a sobreviver,
Para um dia tentar, enfim, viver.
Perdido entre sonhos e realidade,
Busco um caminho para a verdadeira felicidade.
Desenredos
Qual o exato tamanho
da minha dor, da sua dor
da nossa dor?
Qual o momento certo
da felicidade, da sua
da nossa?
Sobra guerra, falta pólvora
sobra lágrima, falta
quem chora
Sempre acreditei que o melhor tipo de amor era aquele que víamos nos filmes: o herói salvando a princesa em perigo, romances trágicos como o de Romeu e Julieta… Para mim, o amor sempre precisou envolver sacrifícios. E, de fato, ele exige entrega, mas também deve ser leve, aconchegante e acolhedor.
Como Noah Calhoun disse uma vez: "O melhor amor é aquele que desperta a alma e nos faz querer mais, que acende um fogo em nossos corações e traz paz às nossas vidas." E é exatamente isso que eu desejo. Quero um amor como o de Peter Kavinsky e Lara Jean, Matt e Jenna, Noah e Allie, Landon e Jamie. Relacionamentos que mostram que o amor deve fluir naturalmente, sem ser solicitado.
É claro que há dias difíceis, tempestades inevitáveis. Mas se, além de tirar seus fôlegos, essa pessoa também é capaz de tornar mais fácil o ato de respirar, mesmo nos momentos turbulentos, então não hesite: case-se com ela imediatamente.
Acordei. Mas desta vez foi diferente.
Acordei. Onde está o mundo que costumava conhecer?
Acordei. Que sol é esse que queima a minha face?
Acordei. O vento canta aos meus ouvidos.
Acordei. Em meio a incertezas, me pus à prova.
Acordei, pisando e caminhando em uma nova vida.
Acordei. O medo não me acompanha mais.
Acordei. E, dessa vez, para nunca mais dormir.
Quem é esse que faz do espelho sua morada e insiste em me encarar toda vez que o olho?
Seu olhar é tão profundo... Como se, ao me observar, ele visse quem eu realmente sou.
Por que insiste em me encarar? Será que quer me dizer algo?
Ele parece mais confiante do que eu. Mais forte. Mais bonito.
Mas ele não sai de lá. Está preso, e eu estou livre. Algo meu é dele, e algo dele é meu.
Por isso, sempre que eu me esquecer de quem eu sou, voltarei aqui em busca de conselhos.
Espelho, espelho meu, diga-me: em que momentoeunãofuieu?
Incontáveis são os reinos que existem no coração do homem. Milhares de mundos e vidas já vivemos.
O que vemos, o que criamos, o que sonhamos... Mundos diversos, repletos de magia e encantos a cada dia.
Talvez façamos parte do Criador quando acordamos a cada manhã e, em nosso pensamento, dizemos: Que haja luz!
E vemos que houve luz — e que ela era, e ainda é, muito boa.
SE NÃO HOUVER AMANHÃ
Se o amanhã não houver,
ainda assim estarei contente,
pois vivo o hoje com glória.
Sobre a vida, digo eu:
Entendo,
mas às vezes me deixo desentender.
Ouso buscar sentido,
mas, em outras,
só quero ser ignorante.
Busco sentir as paixões mais intensas,
mas também saborear a solidão,
e me permitir sentir o vazio.
Sou impulsivo nas vontades,
mas disciplinado quando necessário.
Filho exemplar, respeitoso,
que ao cair da madrugada,
só deseja fugir
e ser rebelde.
Amigo fiel para poucos,
mas superficial para tantos outros.
Namorado e parceiro,
que, no silêncio,
reprime os instintos mais carnais.
Às vezes sou aventureiro,
querendo desbravar o mundo,
outras vezes busco um canto,
um lugar só meu.
Sou o irmão que protege os seus,
mas, em tantos momentos,
estive à beira de destruí-los.
Aquele que sempre tem a palavra certa
para os outros,
mas, muitas vezes,
não encontra uma para si.
Nas dificuldades, limpo as lágrimas alheias,
mas, quando choro, corro para debaixo das cobertas,
onde me desfazem.
Busco a maturidade constante,
mas às vezes,
só quero ser imprudente,
querendo ser imaturo.
Sei que sou difícil,
mas é isso que me torna único:
um céu limpo e ensolarado, que traz vida,
sorrisos e beleza,
mas também,
um furacão que destrói tudo por onde passa.
Não digo que me orgulho disso,
mas isso é ser humano.
Agora, me pergunto:
aonde isso tudo me levará?
Não sei.
E nem quero responder.
Agora,
só quero ser ignorante.
Pensar que nada se sabe, rebaixa
Tentar provar que tudo se sabe, exaure
Ser o que somos, sem pressa
Liberta
AMORTECER, AMOR TECER:
Amor só é amor se for transforma-dor.
Amor só é amor se amor-tecer.
Amor só é amor se for verifica-dor.
Amor só é amor se limpar a janela antes de chover.
Amor só é amor se for simples, mesmo no complexo.
Amor é ser o nome do outro, extensão em grande anexo.
Amor não faz silêncio para gargalhar ou defender, não se ama baixinho.
Amor não quer ser engraçado se for para ferir qualquer parte do ninho.
Amor é coisa de espelho, ato que faria por si.
Amor não é vermelho. É sensação de estar livre do que não pude e não li.
Amor é marrom. Dourado. Bege? Tanto faz.
Terra firme. Sol quentinho. Pergunta longa? Nunca mais.
Amor é fazer um só pulmão para a letra de música no carro. É gostar do silêncio pelo caminho n’outro dia.
Amor é esperar internamente para tirar o sarro. Intimidade é não sentir agonia.
Porque para saber se é amor, basta saber o que não é.
Amor se prova amor sem precisar testar a profundidade com mais de um pé.
Amor borda versão aprimorada de cada qual, com toque de saber se amar melhor.
Idem.
Amor tira a paciência cultural. Mostra que há raridade maior.
Duvidem!
O amor é um abrir de mão bonito. Não ser humilhante pedir. Se der, ceder.
O amor é um contrato infinito. Ajustar. Decidir.
Esclarecer-Saber.
Amor nem tudo tolera, nem tudo perdoa, nem em tudo crê.
O amor é um choro livre, um poder falar o que dói sem medo
de mais doer.
O amor óbvio está nos dias difíceis, mas amor de fato está nos dias em que a constância é pista e a prova.
Vento forte não derruba (profundas) raízes, assim como o amor, sim,
pode dizer que isso e aquilo
ele reprova.
Vanessa Brunt
Buscando a Cristo
A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos,
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.
A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lágrimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.
A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa pra chamar-me.
A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme
Quando o tempo não for mais o tempo
E o doer não for a-versão
Quando tanto não der n’outro pranto
Quando o sim for menos que o não
Ela chora, ardendo, gritando
Faz calar toda, tanta, ilusão
E o peito, cremado, berrando
Diz, enfim, que chorou de emoção
Sabe, aqui, que tudo faz motivo
Quando a hora não é de moer
E o bordado, bordado agressivo
Sabe, enfim, n’outra mão se caber
E o sentido que ninguém achava
Escondido, no que era pra’si
Faz resposta, assim, intuitivo
Como se choro pudesse sorrir
Entre adeus, chegadas e meios
Prefere ter tudo onde possa ficar
Porque voltar, já não suficiente
Faz a dor calejada sarar
Mas fica inda batendo tão roxo
E assim ninguém volta a sua cor
Aprendido que o cadarço frouxo
Não segura nenhum caçador
E agora ela entende o momento
De agradecer somente a quem fica
Casa, ninho, asa que descansa
Quando ir não destrói o que habita
Quando o tempo não for mais o tempo
Quando a marca não mais desbotar
Ela vai terminar o bordado
Ela vai saber se podar
Porque horta, para crescer grande
Só se poda quando se rega
Quando o tempo não for mais o tempo
Ela vai enxergar quando cega
Quando tudo não for mais a tora
Quando a hora não for o seria
Toda cura será para agora
Todo precisar saberia
Pelo belo de (se) achar mais bonito
Dentro d’olho de quem faz caminho
Casa, tranca, risco na parede
Quando tempo não se faz sozinho
E ela vai saber ceder,
Vai pedir
Demorado
Quando o tempo não for mais o tempo
Finalmente não será (mais) calado
Que de tanto corpo sem vida
Parou de ter tempo para viver
Mas quando o tempo não for mais o tempo
Não terá tempo é para morrer
(Vanessa Brunt • @vanessabrunt)
Queda que eleva o espírito, águas cristalinas que caem pelas pedras, amostras do poder divino que mostram o que é ter uma persistência contínua, seguindo o seu fluxo,
enfrentando os empecilhos por mais fortes que pareçam, uma perspectiva que faz com que uma cachoeira seja bem mais do que um belo atrativo da natureza, onde estive recentemente
e pude desfrutar de um dia incrível como tomar um banho de vida, que me deixou naturalmente reflexivo e refleti sobre este ponto de vista que para mim, é imprescindível, assim, este meu simples poema ganhou vida.
