Poema Bobo
Ratoeira de Ferro
Quando tu fores para lá
e eu para cá dançando
a Ratoeira de Ferro,
O teu olhar encantador
há de encontrar com
o meu e serei o seu amor.
Roda das Rendeiras
Na roda das rendeiras
as canções da Ratoeira,
Rendem inspirações
para os meus poemas
e os nossos corações,
De canções em canções
vamos revivendo emoções.
Dança Ratoeira
Dança da Ratoeira
que o mar acompanha,
Viva está a lembrança
que o peito alcança
da herança açoriana
da época que a gente
era feliz e criança.
A Dança da Ratoeira
Algo em nós já morava
com amor e paixão,
De longe a Dança da Ratoeira
atrai a nossa atenção,
Entramos sem permissão
e acabaram chamando
para o centro para cantar
e dançar a tradição,
Foi assim que você de vez
entregou o seu coração.
O preço da guerra
é o sangue derramado
do povo na Terra,
Você sempre estará
do lado errado
sempre que escolher
torcer por uma guerra,
A palavra mal utilizada
também é quimera,
Prefira a diplomacia
sempre que for falar,
Se por acaso ela faltar,
opte por poesia
para que seja resgatada.
Bumba Meu Boi Canarinho
O Capitão avança, dança
e anuncia levantando
a alegria e a festança
que com ele vem chegando
para fazer a gente sacudida.
Bumba Meu Boi Canarinho
caiu no laço do Vaqueiro,
coitado, pobrezinho,
O Bumba Meu Boi agonizou,
e depois ninguém
mais ouviu se ele suspirou.
O Pai Francisco e a Mãe Catirina
estão preocupados
com o Dono da Fazenda
porque o Bumba Meu Boi Canarinho
era dos bois o preferido.
Pares de indígenas,
eles rapazes e elas meninas,
Junto com os Caiporas
acompanham o ritmo
dos músicos e a direção
que apontam os Caboclos.
O Cazumbá mantém
a ordem entre os Brincantes
enquanto a Burrinha
chora pela perda do querido
Bumba Meu Boi Canarinho.
O Dono da Fazenda foi
com fé atrás do Pajé,
E foi assim que ressuscitou
o Bumba Meu Boi Canarinho,
e todo o mundo pela rua comemorou.
Fogueira de São João do Itaperiú
Não canso de querer
ser para esse sorriso
que por onde passa
brilha mais do que
todas as estrelas
em noite de São João:
no céu do coração.
O teu jeito faceiro,
sem nenhum exagero,
me põe em arraial,
com temperatura igual
à altura da fogueira
de São João do Itaperiú.
Sei que não existe
outra como eu,
e alguém como tu,
sei que você é meu,
e meu peito é teu.
Você me prende, Júlia
Você me prende, sem amarras, sem esforço,
É no teu riso que meu mundo ganha cor,
No teu olhar, encontro calma e alvoroço,
E no teu nome, o doce som do amor.
Senhorita de covinhas tão singelas,
Tua espontaneidade me desfaz,
Teu jeito leve, teus risos, tuas novelas,
Me fazem te querer sempre, cada vez mais.
Teu sorriso encanta, tua risada envolve,
Tua presença acende luz no meu viver,
Teu toque, mesmo ausente, me comove,
E teus gestos simples me fazem renascer.
Não sei explicar, só sei que é verdade:
Meu coração, perdido, te encontrou.
E sem sequer pedir permissão, à saudade,
Ele se entregou… e te amou.
Nós temos tradição
Se for para aumentar
a temperatura, que aumente
o som e a da água do Chimarrão,
para aquecer o coração.
Não posso me esquecer
jamais de quem eu sou,
da onde eu vim
e para onde eu vou.
Dançando Quadrilha,
no caminho da roça,
que imita a vida,
ninguém há de me distrair.
A tempestade dos outros
não nos pertence,
eu ainda não me esqueci
de como é bom gostar de gente.
São João é tempo de lembrar
que nós temos tradição,
com tudo o quê temos direito
na nossa mesa com direito a Pinhão.
A vida deve ser mais
Mais que mergulho e voo
Sob luz e escuridão.
Há de ter um algo a mais,
Intrínseco e viajante
Na altura e profundidade.
Uma vez eu sonhei com você
Uma vez eu sonhei com você,
e foi um momento lindo.
Lembro de quando sonhei contigo —
me senti em paz.
Pude te sentir por pouco tempo,
mas foi o suficiente para viver um instante inteiro.
Vivi meu momento com uma garota sem rosto,
e desde então, fico imaginando
quando poderei te encontrar novamente.
Estou esperando o dia
em que poderei deitar minha cabeça em seu colo,
como você pediu.
Que você passe a mão nos meus cabelos
e pergunte, com voz suave,
se eu não estou cansado.
E eu, um pouco tímido, direi que sim.
Então, você sorrirá e dirá:
“Então durma um pouco.”
Mas, desta vez,
quero mais do que dormir e nunca mais te ver.
Quero te abraçar.
Ficar com você.
Sentir — e reencontrar — a paz.
Fico no aguardo desse dia,
assim como foi,
quando uma vez...
eu sonhei com você.
@ondas.q.escrevem
🌿 Jardim 🌿
A habilidade de cuidar de uma planta é algo lindo.
Cada uma tem sua peculiaridade, suas características, sua beleza.
A maneira como uma planta sobrevive é através do essencial:
a água, os nutrientes, o solo.
Algumas vivem somente pelo ar, outras só nos rios e mares...
Cada uma com suas belezas.
As cores — vivas ou não — verdes, rosas, amarelas... cores.
Tantas cores, cores.
Podem ser vistas, até mesmo por aqueles que as enxergam de formas diferentes.
Podem ser sentidas, trazendo informações, sentimentos, sonhos.
Podem ser imaginadas, criando características impressionantes.
Elas são uma expressão, uma filosofia.
Uma vivência e sobrevivência diária no cotidiano.
São como uma relação humana.
Relações estas que têm suas belezas.
Podem ser regadas ao longo do caminho, tornando-se mais fortes e resistentes.
Percebe-se que, assim como as rosas,
as relações podem ser delicadas,
mas também podem ter espinhos.
Ao contrário do que dizem — que as rosas não falam —,
elas simplesmente exalam...
o perfume.
Uma boa relação pode sim ter seus questionamentos,
mas carrega a obrigação de ouvir uns aos outros.
O amadurecimento não dá apenas frutos,
mas também fortalece as relações.
O chamado "ponto de vez"...
Assim como no nascimento,
a prematuridade pode não significar algo bom —
pode ser um empecilho.
Quando apenas um lado amadurece e o outro não,
geralmente o fruto não chega ao seu ápice.
✍️ @ondas.q.escrevem
Atitude.
Andando pela rua.
Caminhando, sentindo o Sul.
Olhando para baixo, passam silhuetas.
Olhar nos rostos das pessoas.
Medo... vergonha...
Como se todos estivessem sempre me observando.
Tudo que eu podia fazer era abaixar a cabeça.
O chão... o chão era menos assustador.
Pelo menos ele não me encarava de volta.
Porém, teve esse dia.
Nesse dia, algo brilhou.
Te vi como um raio de sol em dia nublado.
Tu, com teus cabelos e corpo, se destacaram na minha córnea.
Logo pensei, sonhei, parei e imaginei
o quão bom seria poder sair com você para um restaurante,
tomar banho de mar, ir a um show de jazz.
O quão bom seria te pedir em namoro.
Como seria nosso noivado?
Como seria o dia em que você entraria naquela igreja,
com o sol passando pelo vitral do lado superior esquerdo
e batendo diretamente na mesa à nossa frente,
com as duas alianças brilhando...
Seria um sonho.
Sonho que parou quando tu passaste ao meu lado.
Nunca mais te vi.
Acho que foi um sonho.
@ondas.q.escrevem
Reso.
Depois do último ataque, fiquei mais fraco. Pude sentir a fraqueza apertando meus músculos. Ao me reerguer, minhas pernas tremiam — pura tensão e fraqueza.
Olhei pra você... Estava praticamente intacto. Um inimigo... do meu nível. Um ser surpreendente.
Penso... — Será que sou mesmo capaz de te derrotar? É estranho... Seus movimentos são suaves, delicados. Tal como uma dança, deslizando no ar. Percebo que suas mãos deslizam e pairam no ar.
Meus membros estão no limite. Sinto o desgaste em meu ser, Queimando por dentro. Treinei por tanto tempo... Qual a possibilidade?
Encarar algo — alguém — como eu... É diferente. É difícil.
O suor desce em diagonal pela minha testa. Meus olhos, embaçados. O óculos... torto. O vento não é forte... Mas é frio.
O cheiro... De fogo. De suor.
Minha perna direita avança à frente do corpo, Buscando equilíbrio.
E, por um instante... No meio da tensão... O silêncio. O barulho da respiração. O gosto na garganta. A respiração pelo nariz. O coração batendo o máximo possível.
Percebo. Me lembro de alguém como você... Não só se parece comigo.
Você... Você sou eu.
Esse nível de dificuldade... Eu não esperava.
Agora entendo. Essa batalha... Não é contra você.
É contra mim.
Então, eu reso... Reso para que, no fim dessa luta, Seja eu... quem permaneça de pé. Só me resta... rezar.
@Ondas.q.escrevem
Renovação.
Cheguei.
Estando aqui nessa calçada, posso observar o mar de longe. Consigo olhar para frente e observar o fim.
Não do mundo, apesar de às vezes achar que sim.
O fim, o horizonte.
Olho para baixo: degrau.
Dou um pulo e caio naquela areia morna.
Sentindo ela passando pelos meus pés.
Caminho em direção à água.
Penso em como isso é lindo e como essa água fria vai molhar minha calça de linho branca.
Dobro as pernas da calça e continuo a andar.
Paro no meio da praia e olho para cima.
Sol, nuvem, um pôr seguido por um olá para o satélite.
Esse céu amarelado, com uma miscigenação de cores — o rosa, o azul-claro, o branco indo para o obscuro — me lembra você.
Por trás dessa obscura cor, escondem-se outras luzes.
Assim como Você o sol se foi, por força maior.
Levanto o braço esquerdo e tento pegar com minha mão você.
Sol.
Abaixo a cabeça e percebo esse mar.
Abro os olhos: enxergo não as cores, e sim os sentimentos.
Transmissão
Caminho e me molho, molho com intenção de lavar.
Levar tudo, trazer um novo eu. Submergir e voltar como eu.
Um novo eu, assim como ele fez.
Voltar com mais uma proteção, dada por quem você queira.
Mas eu sei que veio daqui.
Como esperado, não veio um pássaro branco, assim como na passagem.
Mas eu vi uma gaivota.
Voo para casa.
Acho que já conta.
@ondas.q.escrevem
Arraiá Açoriano
Com a mão balançando
o seu chapéu de caipira
no meio do arraiá açoriano,
tu me fizeste sentir bonita.
Porque olhaste nos olhos
enquanto na tua direção ía,
com o meu vestido todo
enfeitado com laços-de-fita.
Foi assim que percebi
que o amor estava a vista,
e no ar estava a poesia.
O mundo por um instante
parou naquela ilha,
era o romance que surpreendia.
Existência Campeira
Santo Antônio já passou,
continuo o desafiando
e ao Nosso Bom Senhor;
Vou em busca de melão,
cravo, rosas e de manjericão
para fazer enquanto
canta no ritmo nativista
a Capelinha de Melão
para a Festa de São João.
Só sei que continuarei
sem mudar o coração
que riscos sempre rejeita,
Pois encontrar um amor pede
paciência para não virar
um balão que logo queima.
Assim celebro com festa
minha existência campeira,
sublime e orgulhosamente brasileira.
[Retrato II]
Em meio ao verde da mata
Teu cheiro doce se mistura ao amadeirado
O teu sorriso sequer se disfarça
Irradiante como o refletir do lago
E o público de gansos e patos
Que ao nos ver no anfiteatro
Gracitaram tão enlouquecidamente
Tamanha era a beleza da gente
Se for para ter balão,
que seja só para enfeitar
no meio do salão.
Se for para ter fogueira
já tenho o seu olhar
para acender o coração.
Se não for para ser assim,
que não falte Pinhão
saboroso na nossa mesa.
E nem água quente
para o nosso Chimarrão.
Corpus Christi de céu
de suspense com garoa
caindo sobre o nosso
Pico do Montanhão,
O meu coração também
cria tapetes por onde
a poesia faz procissão.
As badaladas do sino
da Igreja Matriz São Francisco
nos põem inspiração,
O quê torna tudo mais bonito
mesmo é a dedicação
de quem apesar do tempo
não abandona a devoção.
(Mãos de Rodeio que
agradecem a Eucaristia
mantendo a tradição viva).
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