Poema Bobo

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⁠POEMA PARA UM IRMÃO QUE NUNCA TIVE

Nasci só para ser só!
Tão só
Que quando nasci
E a luz vi
Disse a minha mãe:
Vê se me trazes um irmão,
Para podermos jogar ao pião...
E os partos dolorosos
Sulfurosos
De minha mãe, continuaram...
Nove anos, após o primeiro passaram
Depois do pedido feito
A minha mãe,
Agora no Além
Mas sem efeito
A súplica minha,
Talvez mesquinha.
E então, cá fiquei até agora
Sem aurora
Neste inverno da vida
Que nunca foi vida, não,
Sem ti, meu imaginado irmão!
Que triste é morrer
Sem ter
A costela de um irmão
Encostada à minha que vive
À espera desse irmão
Que nunca tive.

(Carlos De Castro, in Poesia de Mim Só, em 26-07-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠O MEU POEMA MAIS CURTO - o primeiro

Plantei uma árvore.
Sem enxada.
Não precisei de mais nada.
A não ser as mãos.
E a árvore.

(Carlos de Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 14-10-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠POEMA DE FATO

Um dia, vesti o meu poema
De fraque e gravata
E lantejoulas,
Como num dia de ir à missa.

Depois, tive pena
Desta cena
E até me deu um baque
Numa bravata
De ceroulas,
Em noite de derriça.

E os deuses da poesia
Me apareceram a talho
E aconselharam:

Um poema, mesmo de elegia,
Não precisa de fato de companhia,
Basta-lhe a roupa de trabalho.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 03-11-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠POEMA LAMENTO

Um mau poema
Sem tema
Alcance ou lema,
É tudo o que te posso dar.

Não sei mais.

Ela não quer nada comigo
E como castigo...

Também não quero ir mais longe
Não quero levar vida de monge
Porque monge
Sem capuz,
Já o sou nesta minha cruz.

Não pretendo nome
Ou cognome,
Estejam descansados
Para vosso bem.

Se o quisesse, alcançaria
Mesmo da noite para o dia!

Um bom poema
Para minha pena
Mas sem vontade de chorar,
É coisa que não te posso dar.

Lamento!

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 22-04-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

O HOMEM DO POEMA

Sempre que escrevia, agoirava:
Não vale nada!
Que poesia mais chanfrada!...

Talvez namoro ou derriço,
Ou grito agudo de lamento
Daqueles que a alma vomita
Numa sensata heresia,
Enquanto lhe resta tempo?...

Mas quando o poema nascia
Na transpiração suarenta
Do corte da placenta
Do filho que foi dado à luz,
Entre coxas de sofridão,
Na mais completa escuridão
Onde só se via a cruz,
O homem chorava então,
Já não agoirava e dizia:
Eis a minha poesia
Tão modesta, tão pequena,
Saída da minha pena...⁠

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 11-10-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

TALVEZ UM POEMA MEU DOS MAIS CURTOS

⁠Para mim, não há ano novo
Civil, religioso ou profano,
Quando a fome ataca o povo
No pântano em que me movo,
Neste mundo demais insano.
Quem elaborou o plano
Das horas e do calendário
Que rege o mundo, afinal?
Dizem que foi um mortal
Quiçá um gregoriano,
Papa, de certeza com papa
Garantida todo o ano.
Vieram os contadores dos tempos
Em épocas bem mais remotas,
Babilónias, Egípcias e Chinesas
E para maiores certezas
Perguntem lá ao Hiparco,
O grego que não Aristarco,
Nas matemáticas catedrático,
Se há justiça no relógio
Que marca sem sortilégio
Eu ter de me levantar,
Às três e meia da matina
Há trinta anos volvidos,
Matadores dos meus sentidos
Feita já minha doutrina.
Pobre o povo que continua
Sem ver o sol nem a lua,
Em dias e noites sem nevoeiro.
Não há cesto sem cesteiro,
Um dia, irá ser o primeiro
Da revolta
Presa ou solta,
Do teu ano, por inteiro.

Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 30-12-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Último poema

Ao respirar tua última palavra
Lembranças de toda uma vida
Murmurarás
Verás passar em tua frente
Tudo que passastes
Mas na impotência, que é teu presente,
Simplesmente sentirás a agonia, e as incertezas;
O dilema vida e morte
Quem fica o fazer?
Quem parte, como será?
Não existe tal resposta, suspire teu último poema, e transcreva o teu respiro....O teu último falar.

020125

Inserida por J6NEMG

TRAGO POESIA.

Porque p/ mim um poema,
não é só o que já esta escrito
mas também a emoção daquele
que esta por vir.

Inserida por luaempoemas

⁠VOCÊ É POESIA

Você é a poesia mas linda que preenche as linhas de um belo poema. Te escrever todo dia não é só enaltecer os seus encantos, é te aplaudir em palavras.
Quando sorriu pra me pela primeira vez, seus olhos brilharam mais do que diamantes e não foi nem por mim, foi simplesmente o seu brilho próprio. Brilho esse que me deixou encantado, aliás tudo em você me encanta, todo artista precisa de uma inspiração pra aprimorar o seu dom. E a minha é você!

Inserida por PoetaManoelBatista

⁠Poema - És



És qual cantiga de ninar
a um sepulcral descanso;

O sopro frio de inverno
em secas folhas de outono ...


És do jardim da solidão,
pétala, e caíra ...

Assim pálida de adeus,
de abismos esculpida!


És raio de sombra de um sonho
e não se sonha em trevas;

Como descarnado abraço
que o amor desaconchega ...


És aos campos-santos
poesia de epitáfios

Pútrido coração
e deformada paixão não igualo ...


És a beijos de distância
folha a fio levada

Íris cadente alinhada
a luar em febril lábio ...


És das lágrimas mais puras,
desnuda não cairá

Comum brinde de corpos
por tênue sopro de amar! ...


Lemos de Sousa
@lemo.sdesousa

Inserida por Christopher_Bennett

⁠Poema - Paimon

.

Ó andarilho —
Conquistador
da torre negra!
Senhor bastardo
que Serpenteia
e deus herdeiro
das Areias! —
Sopra a ampulheta
entre os meus olhos
que marca o tempo
de tua estrela:
Vem, anuncia
o aluvião!
Não silencia
a tempestade
que percorrendo
o meu Deserto
é um império
até então! —
Vem, andarilho,
reinar o pó
de minhas mãos —
elas são duas!
Vem, e confunda,
e ruja as mãos
e essas palavras,
elas são tuas!
Vem, andarilho,
veja o teu filho —
e como Dário,
como Alexandre
ou como Ciro
Ouve o meu Verso
entre o alaúde,
o dromedário
e o nosso Exílio! ( ... )


- Lemos de Sousa
@lemo.sdesousa

Inserida por Christopher_Bennett

⁠Poema - Pássaros

.

Tenham pena,
suas Asas,
dissecadas
De pancada
debatidas
Por Canção —
se elas partem
meu telhado
se elas caem
Separadas
se elas chovem
Solidão:
Sacrifícios
de silêncio
artifícios
do Deus tempo,
pra tingirem
de tormento
pra escreverem
de vermelho
Na entrelinha
dessas mãos —
tenham pena
suas Asas
Arrancadas
como as minhas
costuradas
Na Canção,
se os meus Versos
são gaiolas
se a Minh'alma
nunca chora
porque a delas
foi embora —
é que as aves
estão mortas
e eu roubei
a Canção! ( ... )


- Lemos de Sousa
@lemo.sdesousa

Inserida por Christopher_Bennett

⁠Poema - Gárgula

.

Eu vi um santo
muito feio
Se sentar
aos pés
De uma Cruz —
Se chovia
suas asas
Lhe estendia
como taças
e bebia
água benta
aparada
de Jesus:
Era alado,
tinha um falo
Parecia
ser Diabo,
mas chorava
aos pés
De uma Cruz! —
Tinha garras
tinha presas,
Eram chifres
a tiara
que o adornava
e adorava —
abaixava
a cabeça!
Eu vi um santo,
dava medo:
Vi no topo
de uma igreja
e ele ria
sem sossego,
Com esgar
e incertezas —
Ele ria
quem olhasse
para o trono
das estrelas! ( ... )


- Lemos de Sousa
@lemo.sdesousa

Inserida por Christopher_Bennett

⁠Poema - Vodu

.


Dois botões
de um casaco,
duas cores
— O olhar dela —
Seu cabelo
arrancado
de almas mortas,
cheira a terra:
Com seus pontos
de remendo
( sendo pano
Empoeirado )
Seu vestido
nem os ventos —
quem ousou
Soprá-lo?
Maquiada
pelas traças,
Costurada
por aranhas —
É mestiça
é de palha
e também
porcelana!
— Das costelas
dela, um fio
Se soltando
é sombrio:
e vê caindo
das entranhas
tristes ossos
Estridentes,
Recheada
com agulhas
com unhas
E até dentes —
mais assombro
causa o nome
da boneca
De presente! ( ... )


- Lemos de Sousa
@lemo.sdesousa

Inserida por Christopher_Bennett

⁠Poema - Café

.

A lenha atiça
o fogão (a)brasa —
pro fundo escuro,
o pó e a água:
Cheira a (e)coados
copos dos lábios
e aquece os corpos
como o pecado —
Odeia a boca
dos apressados
ama o silêncio,
Sofre calado,
Queima as más línguas
magoá-lo —
Ele envenena
Sem pena, amargo —
Ele envenena,
e os sonhos "Lembra
que estão acordados!" ( ... )


- Lemos de Sousa
@lemo.sdesousa

Inserida por Christopher_Bennett

⁠Poema - Gaia

.

Costurei
ó criança,
Em meu ventre
o teu irmão —
Ele chora
tempestades,
ele arranca
tuas árvores
Toca os galhos
como mãos —
quando o vento
lhe balança,
Traz o raio
e o tufão!
Quem o nina,
nina tarde,
tem a morte
por compadre —
tem o abismo
por canção!
Tem no passo
os nevoeiros,
treme a terra
treme os lagos —
tem os rastos
desordeiros
Como rastos
de vulcão!
Também olha
como as vespas,
come as flores —
boca seca,
Depois bebe
do trovão:
Ele inunda
quando impera,
ele chove,
Desespera —
e faz guerra
por paixão! ( ... )


- Lemos de Sousa
@lemo.sdesousa

Inserida por Christopher_Bennett

⁠Poema - dos Crepúsculos

Plena no horizonte
de negro arvoredo,
Nas brumas tardias
guardando segredos
Onde dando a luz
( mãe de pesadelos )
Ela tomou o vale,
fez das sombras reino —
Fez servos demônios,
Ela ensinou o medo
E ela — a própria lua —
sangra em desespero? ( ... )

- Lemos de Sousa
@lemo.sdesousa

Inserida por Christopher_Bennett

⁠Poema - Ensaios de uma Rosa e um Cadáver

.

Profundezas
ferrugíneas —
Nosso leito
conjugal,
Que perfumes
não declina —
Só os une
a odor mau! ( ... )

"Pouco importa
minha sina,
Estou morta
e o vermelho
É o sangue
de teus dedos —
só ferindo
meus espinhos" ( ... )

Teu caminho
de tristezas —
Teu desprezo
me venerem
Se uma lágrima
não caiu —
Se uma lágrima
há que reste —
Se por ti
sou outras mil! ( ... )


"Pouco importa
o teu amor
Contrapor —
ser meu fim,
Sou flor murcha
e ainda flor —
Entre vermes
e cupins!" ( ... )

Meu caixão
sendo adubo,
Serei teu
jardim de ossos —
E um casulo
só de moscas
Selaria
beijos nossos! ( ... )

"Há lá fora
tantos anjos,
Todos pálidos
e sem súplica —
Só reinando
a irmã morte —
Tem por trono
covas fundas!" ( ... )

Pois de inferno
farei céu —
Teus espinhos
a cercando —
Serão vasos
de caveira
E mais lindo
teu descanso! ( ... )


"Ouço um sino
badalar"

— É a igreja!

"Pouco importa"

— Silencia
tua voz

"Todos nós"

— E então chora? ( ... )


- Lemos de Sousa
@lemo.sdesousa

Inserida por Christopher_Bennett

⁠Poema - Zéfiro

.


Com galhos

e janelas

se tocando

ele cessa.

Com a sombra

na parede

Pelo fio

do alfinete,

ele cessa.

Entre as teias

e o telhado

— as aranhas,

o terraço —

ele cessa.

Segue a chuva

pela fresta,

toca a pele

bem mais frio.

Ele cessa

o arrepio

Ele cessa

meu silêncio —

Só não cessa,

triste folha,

teus caminhos

pelo vento! ( ... )



- Lemos de Sousa
@lemo.sdesousa

Inserida por Christopher_Bennett

⁠Poema - Monólogo de um anjo torto

.

Minhas asas,
minhas duas
negras asas —
Sangrarei
sem o céu
tocá-las?
Sete vezes
seu bater
Deixarei
pela estrada
– Sem que o ouçam –
e pela alva,
Sem caírem
como lágrimas!
Minhas asas,
minhas, duas,
Irmanadas
– Se abriram
debatidas
Pelo assombro
das palavras?
Choraria
nas florestas
Pelos bosques
pé de serras,
Pelas frias
madrugadas
Por tê-las,
minhas asas,
Entre estrelas
colocadas! ( ... )

- Lemos de Sousa
@lemo.sdesousa

Inserida por Christopher_Bennett

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