Poema a Morte das Casas de Ouro Preto
Tomara que existam cores no teu pensamento
Tomara que exista madrugada no teu bocejo
E que seja verso cada esquina donde moras
Pra que a poesia se encalhe no refrão dessa canção.
Abre a porta do quintal podes entrar
Sou fruta de vez no teu pomar
Toma logo esse açaí mata a vontade
Devora esses olhos castanhos do Pará.
Sou o Zequinha daqui mesmo da redondeza
Que de vez em quando acerta o rumo deslumbrante do show
E se propaga também nos refletores opacos da mediocridade.
Me guarde agasalhado no seu coração
Me balance, me fale da nossa canção
E penetra sua voz suave sem cessar
Bem no pé da minha nuca..
Menino levado a tona das cores
Filho de Macunáima
Neto da sensibilidade
Guerreiro amazônico da arte
Passeando de ubá com simplicidade.
Lembro da gente voltando da festa terminada
Em cambaleios abraçado a pessoa amada
Ouvia-se apenas os compassos de nossos passos
Que se harmonizavam com as cantigas
Que surgiam do silêncio romântico das estrelas
Que clareavam caminhos da minha cidade do interior.
Vou batendo pilão na cadência desse carimbó
Anunciando aos meus guias os segredos dos tajás
Chamando os curupiras sonhadores da Amazônia
Pra essa festa danada de boa que é marabaixo.
A forma que encontrou,do jeito que eu sonhei, o futuro preparou o nascer deste querer .
Que fonte é essa no seus olhos azuis?
Faz bem a minha alma e ao meu coração;
Tudo ia assim um dia após o outro
Da hora marrenta ao lhe ver passar
Mais e mais fazia a flor deste encanto
Desabrochar virar a noite....
Encontro raro entre tantos desencontros
Espécie de amor tão incomum,
Toda ternura envolve o desejo secreto
Mas quando estamos juntos somos apenas um
As reações vem vicejar um sentimento tão distinto
Deixa o destino revelar...
Agora todas as coisas boas que me acontece
Me pego desejando que você ali estivesse
Pra sorrir ou se emocionar
Compartilhar minhas conquistas
Ver meu coração se alegrar ....
Deixa o destino revelar o nosso amor.
Um rádio tocando Mister Robinson de Simon e Garfunkel
Um urubu planando no céu da minha cidade ai leu
Um beijo à flor aflora as rosas desse teu jardim
Uma serpente sem dente, sem presas passeia por cima de mim.
Hoje amanheci com vontade de dançar
Com vontade de provar do batom da tua boca
Hoje eu acordei com vontade de beijar
Com vontade de beber dessa paixão tão louca
Já acorda todo dia de manhã
Subordinando sua vida ao seu afã
Sua vontade própria se ruiu
Tudo o que consome lhe consumiu
Não vive mais pra se sustentar
Tem vivido só pra trabalhar
Mas deixando a vida pra depois
Sua mente e seu ego
Se partiram em dois
Só precisa de um momento
Pra sair de dentro do apartamento
Ganhar uma cicatriz no rosto
Conhecer alguém que lhe dê gosto
Podia ser como as pedras
E assim como as pedras
Saber esperar
Ou podia ser como os rios
Que por sua vez sabem
A hora de passar
Você e eu passamos
Por cruéis provações
Cheias de consequências
Cheias de ilusões
E emprega-se o enunciado
Da relatividade entre nós
Cada um com a cara fria do silêncio
Em notáveis atuações
Demos um passo que só estava escrito nas lendas
Desafiamos um mundo enraizado em crenças
Estamos vivendo a transvaloração de valores
Estamos ligados a todos os computadores
...Não sei se é da lua
Só sei que as fadas
Me deixaram cantar
E esse canto que levo
Carrego pra te agradar...
,,,Eu quero plantar contigo agora o amor
Quero ver nascer nossa canção Nagô
Borboleta que pousou na esperança
Cantando o amor, colhendo a flor
Provando o sabor, égua do calor,,,