Poema a Morte das Casas de Ouro Preto
eu estaria mentindo se dissesse
que você me deixa sem palavras
a verdade é que você deixa minha
língua tão fraca que ela esquece
a linguagem que fala
Porque?
Porque sempre me pararam por conta da minha cor?
Porque sempre dizem que preto não presta, e nem sente dor?
Porque sempre nos fazem de escravos, se escravo eu não sou?
Porque sempre dizem:"Ah, mas é preto, não tem valor!"?
Porque fazem a gente de cachorro, se cachorro eu não sou?
Porque sempre me fazem ganhar menos, se eu sei do meu valor?
Porque eu não posso entrar em uma loja e sair sem ser parado pela cor?
Porque sempre nos matam, sem antes ouvir meu clamor?
Porque sempre implicam com a minha cor?
Porque sempre dizem:"Os brancos são de boa, esse sim tem valor"?
Porque na visão alheia o preto é "ódio" e não "amor"?
Porque é preconceito com o preto, e com o branco amor?
Porque sempre fazem de tudo pra incriminar um preto de valor?
Porque sempre dizem que o preto é fuleiro e o branco é superior?
Porque sempre dizem que o branco vale ouro e o preto é um sem valor?
Porque o branco é "brabo" e o preto é um desmerecedor?
ESTRELA DA PROMESSA- Poema Sufi
Vem,
Te direi em segredo
Aonde leva esta dança.
Vê como as partículas do ar
E os grãos de areia do deserto
Giram desnorteados.
Cada átomo
Feliz ou miserável,
Gira apaixonado
Em torno do sol.
Faltam-te pés para viajar?
Viaja dentro de ti mesmo,
E reflete, como a mina de rubis,
Os raios de sol para fora de ti.
A viagem conduzirá a teu ser,
transmutará teu pó em ouro puro.
Um Poema de Amor
Todas as mulheres
todos os beijos as
diferentes formas que amam e
falam e carecem.
suas orelhas todas elas têm
orelhas e
gargantas e vestidos
e sapatos e
automóveis e ex-
maridos.
na maioria das vezes
as mulheres são muito
quentes elas me lembram
torrada com a manteiga
derretida
nela.
está estampado no
olhar: elas foram
tomadas elas foram
enganadas. eu nunca sei o que
fazer por
elas.
sou
um bom cozinheiro um bom
ouvinte
mas nunca aprendi a
dançar — eu estava ocupado
com coisas maiores.
mas eu apreciei suas variadas
camas
fumando cigarros
olhando para o
teto. não fui nocivo nem
desleal. apenas
um aprendiz.
eu sei que todas têm
pés e descalças elas andam pelo piso enquanto
eu olho suas modestas bundas no
escuro. sei que gostam de mim, algumas até
me amam
mas eu amo muito
poucas.
algumas me dão laranjas e vitaminas;
outras falam mansamente da
infância e pais e
paisagens; algumas são quase
loucas mas nenhuma delas deixa de fazer
sentido; algumas amam
bem, outras nem
tanto; as melhores no sexo nem sempre são as
melhores em outras
coisas; cada uma tem seus limites como eu tenho
limites e nós aprendemos
cada qual
rapidamente.
todas as mulheres todas as
mulheres todos os
quartos
os tapetes as
fotos as
cortinas, é
algo como uma igreja
raramente se ouve
uma risada.
essas orelhas esses
braços esses
cotovelos esses olhos
olhando, o afeto
e a carência eu tenho
agüentado eu tenho
agüentado.
Seja você quem for, agora eu coloco minha mão em cima de você, que você seja meu poema;
Eu sussurro com meus lábios perto de seu ouvido,
Eu tenho amado muitas mulheres e homens, mas eu amo ninguém melhor do que você.
Poema Para Paulo Leminski
vai
meu amigo
desta vez
não vou contigo
a morte
é um vício
muito antigo
só que nunca
aconteceu
comigo
pode ir
que eu não ligo
eu fico por aqui
separando
tijolo do trigo
Enraizados, compactos, vivos
Crescendo a cada dia
Casas dos passarinhos lascivos
Semeando alegria.
Nossos sentimentos nasceram aqui
Sob a sombra de casa exímio arbusto
Como você não mais sorri?
Com a beleza deste matutino crepúsculo.
Eu pensava que o nosso amor ia arborescer
Mas parece que a magia só estava em mim
Para você só eram árvores no amanhecer
E pássaros que voavam sobre o jardim.
A aptidão que leva os homens a contruírem casas, é semelhante a que leva os pássaros a construírem seus ninhos.
Se os homens construíssem suas residências com as próprias mãos, e arranjassem alimento para si e a família de maneira bastante simples e honesta, quem sabe não desenvolveriam a faculdade poética e épica, cantando como fazem todos os pássaros quando assumem um compromisso dessa natureza?
Mas ai de nós! Agimos como Chopins e Cucos, que põe ovos em ninhos feitos por outros pássaros e cujas melodias não alegram o viajante...
CILADAS DA VIDA
Amo-te e nem sei porque
Como a brisa da manhã
Entra em nossas casas
Você entrou em meu coração
E nele fez morada.
Por que as coisas acontecem assim?
Sem esperarmos e sem razão.
A vida nos prega cada ciladas,
Mas sei que nada é por acaso
Se um dia cruzamos nossos olhares
E convivemos alguns momentos juntos
Seja ele qual for, é porque tinha que acontecer.
O difícil é entender o porque tão tarde,
Quem sabe um dia encontrarei a resposta.
O que hoje eu sei é que me apaixonei por ti
E isso é real dentro de mim.
Pena que não posso sentir teu abraço,
Nem o calor dos teus beijos.
Sei também que é um amor impossível,
Pois o amor que dedico a ti
Em teu coração não faz abrigo.
Como é inexplicáveis essas encruzilhadas da vida,
Mas tenho certeza que em algum lugar
Haveremos de nos encontrar,
E decifrar os enigmas dessa vida.
Nós abríamos Marx
cada volume
como em nossas casas
abríamos as janelas
mas mesmo sem livros
nós compreendíamso
em que lado estar,
em que lado combater.
Sempre que entro numa grande cidade à noite, considero com solene gravidade que todas aquelas casas fechadas e escuras encerram seu próprio segredo, que cada aposento em cada uma delas oculta um mistério, que cada coração pulsando nessas centenas de milhares de peitos esconde algum segredo para o coração que está a seu lado!
Alguma coisa do horror, até mesmo da Morte, tem a ver com esse fato. Não mais posso virar as folhas daquele querido livro que amei e em vão pretendi ler. Não mais posso contemplar as profundezas dessas águas insondáveis nas quais, à luz fugaz dos relâmpagos, vislumbrava tesouros enterrados e outras preciosidades submersas.
Estava escrito que o livro deveria fechar-se para todo o sempre, quando eu lera apenas uma página. Estava escrito que as águas se imobilizariam sob um gelo eterno, enquanto a luz brincava em sua superfície e eu me detinha, ignorante, às suas margens.
Meu amigo está morto, meu vizinho está morto, meu amor, a eleita de minha alma, está morta; e essa é a inexorável consolidação e perpetuação do segredo que sempre existiu nessa individualidade, e que eu próprio também carregarei comigo até o fim da minha vida.
Dormirá nos cemitérios desta cidade por onde agora passo alguém mais inescrutável do que é para mim qualquer de seus habitantes vivos e ativos, ou do que sou eu próprio para eles?
(Livro "Um Conto de Duas Cidades”)
A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! Ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!
ONTEM FALTOU ENERGIA
Ontem faltou energia...
E sem opções, as pessoas saíram de suas casas. Elas conversavam, riam, interagiam… crianças brincavam como se não houvesse horário para entrar.
Ontem faltou energia…
E encontrei vizinhos que há tempos não via e conheci outros que nunca tinha visto.
Ontem faltou energia…
E consegui olhar para um céu tão iluminado e ver estrelas que não lembrava sequer que existiam.
Ontem faltou energia…
E na escuridão da noite consegui enxergar uma vida que eu nunca mais tinha visto. Sem celulares, cobranças, ansiedade e até mesmo sem violência.
Quando a energia voltou… ouvi gritos de alegria, vozes de despedidas e, alguns minutos depois, o silêncio prevaleceu… todos novamente em suas casas, com seus WiFis, com suas mensagens acumuladas, com suas fotos não postadas, com suas solidões e depressões disfarçadas e com muitos momentos, dos outros, para "Curtir".
Ontem faltou energia… e por algumas horas, a vida voltou.
A cada dia entendo mais sobre a alma e minha guitarra.
as cordas perecem ser minhas veias, as casas cada separaçao do corpo,os captadores o coração.
e por ultimo o som que ela emite,como se fosse a minha alma gritando de dor querendo sair pra fora, e a cada solo ela se alimenta cada ves mais dos meus sentimentos..
é inverno no inferno e nevam brasas
Por favor, escondam-se todos em suas casas
Pois o anjo caído voa com novas asas ...
Eu não sou preto e branco, meu bem!
Eu sou o colorido da vida.
Dias cinzentos não combinam comigo;
O arco-íris é que me faz bem.
Eu não nasci pra choramingar,
estou aqui é pra sorrir a quem.
Tô aqui pra amar, pra beijar e abraçar sem me cansar.
Em dias nublados, saio empurrando as nuvens entristecidas;
E nos dias ensolarados, ah! Meu coração saltita de euforia!
Tropeço no meio da rua, não porque a pedra não vi no caminho,
mas porque estava deslumbrada a olhar para o céu sorrindo.
Percalços? Quem não os têm? E têm!
Seja como for, não adianta me esconder atrás do cobertor.
Me enclausurar no quarto escuro e ruir em pensamentos frios.
Eu quero é o calor da vida, sair pela rua e sentir no rosto o carinho da brisa.
Deixo na porta uma brecha, penteio o cabelo, coloco o chinelo e vou procurar solução.
Ah! E deixo a janela bem aberta, que é pra deixar o vento passear pelos quatro cantos da casa,
varrendo essa destreza incerta.
Escancaro os portões do meu coração e deixo entrar os risos, os rios, os amigos!
Eu sou colorida meu bem!
Não pense que o céu está sempre azulado, ou que toda noite tem céu estrelado.
Mas quando não tem, eu invento também.
Fecho os olhos e invento meu céu do bem.
Sou minha própria estrela cadente.
Sou meu céu resplandecente.
Eu não me abato com os "nãos" da vida.
Eles reforçam a necessidade de buscar os "sins" que o diga!
Porque eu mereço, porque me refaço no embaraço, sem perder a gentiliza tecida.
Mais Clara, Mais Crua
De noite, na rua, em frente ao parque
A minha solidão é sua
Decerto sei que você vaga em qualquer parte
Sob essa vaga lua
De noite, na rua, em frente ao parque
A minha solidão é sua
Decerto sei que você vaga em qualquer parte
Sob essa vaga lua
A noite esconde as cicatrizes
Esconde as carícias e os maltratos
A noite esconde as cicatrizes
Esconde as carícias e os maltratos
De noite alguém decerto lhe ampara
Por onde hoje você anda
Mas sem olhar sua ciranda louca
Daquele jeito que lhe desmascara
De noite alguém decerto lhe ampara
Por onde hoje você anda
Mas sem olhar sua ciranda louca
Daquele jeito que lhe desmascara
A noite esconde as cicatrizes
Esconde as carícias e os maltratos
A noite esconde as cicatrizes
Esconde as carícias e os maltratos
Agora, bêbada, você estremece
Como se ainda não soubesse
Em frente à porta desse bar
Em que embarca sob essa vaga lua
E a luz da lua apura a nitidez da marca
Mais nua, mais clara, mais crua
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