Platao - Apologia de Socrates
Perder alguém especial é como se naquele momento essa pessoa representasse o mundo para nós. A razão da nossa existência. De repente deixamos de sentir o tempo passar, deixamos de reparar no anoitecer ou no amanhecer, e dormir já não faz sentido, é como se viver fosse só num dia. Nem a meteorologia nos representa algo. A chuva, o vento, sol, calor, frio, trovoada, etc. Nada significa. Apenas é um fundo vazio que em nada preenche a nossa alma magoada. Parece que os nossos olhos, abertos ou fechados, apenas vêm momentos dessa pessoa e nada mais à sua frente. Queremos tentar não chorar, mas parece que há um impulso dentro de nós que tenta sair por encher o nosso vazio de sofrimento. Após o choro sentimos um certo vazio, frio na barriga e, ao mesmo tempo, um incômodo na garganta e na cabeça, como uma dor. Apercebemo-nos de que daqui por diante nada seremos sem aquela pessoa e longos tempos infinitos se aproximam para acompanhar este nosso sofrimento solitário.
A vulnerabilidade é o que me define como ser vivo. É por ser vulnerável que amo. Não tenho cercas na alma. Vivo exposto.
E prefiro.
Eu queria apenas um pouco de atenção, de compreensão. Queria apenas fazer historia e não sofrer com ela. Queria ser pra você alguém especial, e não alguém que você só lembra quando ninguém lembra de você. O que não quer para você, não faça com o outro. Seja sincero por mais que isso doa… Não iluda se não quer ser iludido, não faça sofrer alguém que não te fez sofrer. Se não pode fazer esse alguém feliz, deixe-a livre para que ela vá em busca da sua felicidade, para que ela possa ser feliz de verdade.
Ai! um sorriso que se desprendesse dos
lábios formosos daquela virgem,
mataria de amores um homem!
Um olhar meigo e terno que brilhasse
por entre aquelas pestanas aveludadas,
venceria o mundo!
A Favela Perfeita
Originalmente fiquei conhecido como um menino do rio, pela alegria forma despojada de ver e viver a vida, não precisava de muito dinheiro, uns poucos trocados, bons amigos e uma resenha na praia para alimentar o bom espírito.
Quando menino e ainda muito pequeno trago boas recordações e lembranças da infância vivida entre becos e vielas na maior e melhor favela dentre elas, sempre reconhecida pelas suas belezas naturais, e visuais deslumbrantes. Apaixonam-se aqueles que a olham de fora para dentro, ou aqueles que de dentro, contemplam o visual maravilhoso do Rio de Janeiro.
Nascido na década de 80, minha favela sempre foi a melhor dentre as favelas, referenciada sempre pelo seu tamanho como a maior da América Latina, impunha respeito e admiração, pois além de fazer parte da história de nossa cidade, compunha em versos e prosas as letras das melhores musicas de funk da época. Reconhecidamente um berço de grandes MC´s da minha geração.
Não tinha policia ou doutor, até bandido respeitava morador, não tinha guerra, quase não tinha tiro, não morria policia, não morria bandido, não tinha bala perdida em morador. Roubo não existia e o corajoso do ladrão, coitado, percorria só de calcinha as ruas da favela, sob ovadas, xingamentos e vaias não corria, e se corresse a madeira cantava.
Pela praia de São Conrado era sempre laser, no sol de verão ou de inverno, seja o morro que descia ou o rico que comparecia. Até você podia ir sozinha(o), pois sabia que no que é seu ninguém mexeria. Mesmo se morasse naquele lindo prédio na esquina.
Na minha favela, a melhor dentre elas, esperto também não se criava, enganou o traficante, achando que passaria batido, vendeu passarinho roubado e acabou culminando o seu próprio fim, um quilo de Sal, e se a sede apertasse, um litro de cachaça dava, para quem sabe, amenizar a dor de uma provável cirrose hepática.
Por falar em bebida, festas iguais não haverá. Bebida e comida a vontade, onde traficante em meio à multidão queria ser apenas um morador a curtir, com certeza o inicio do “Open Bar”. Não existia “mimimi”, era tudo “arregado”, e até o amanhecer não podia acabar. Não tinha briga e não tinha confusão, a festa era para curtir e cantar os funks do patrão. Calma, não se assuste, não é apologia e tampouco ostentação, eram as histórias da favela cantadas nos versos de uma canção.
Orgulhosos são os crias por ter vindo de onde vieram, ter visto tudo que viram e principalmente vivido tudo que viveram na melhor favela dentre as favelas, de origem na Fazenda Quebra-Galhas, que divida virou chácaras e a região carinhosamente foi batizada de Rocinha. A favela dentre as favelas ainda a maior e melhor favela.
Obs.: Esse é apenas um relato de uma Rocinha vista através dos meus olhos, se certo ou errado, não cabe a um ou outro julgar. Opiniões divergentes são sempre bem aceitas, mas espero que saiba que todos gostam de respeito para com o nosso lar. E desculpe qualquer equivoco no português, sentimentos geralmente não precisam de um padrão linguístico para fazê-lo, boas descrições fiéis as informações passadas já dão conta de muito bem descrever.
A Palavra de Deus está na Bíblia? Não. A palavra de Deus está na Bíblia e em todo lugar desta terra, céu e mar. Deus não é só o autor de um livro, Ele é o Criador de todas as coisas.
A velhice ridícula é, porventura, a mais triste e derradeira surpresa da natureza humana.
Saudade de Amar
Deixa eu te dizer, amor
Que não deves partir
Partir nunca mais
Pois o tempo sem amor
É uma dura ilusão
E não volta mais
Se tu pudesses compreender
A solidão que é
Te buscar por aí
Andando devagar
A vagar por aí
Chorando a tua ausência
Vence a tua solidão
Abre os braços e vem
Meus dias são teus
É tão triste se perder
Tanto tempo de amor
Sem hora de adeus
Oh, volta
Que nos braços meus
Não haverá adeus
Nem saudade de amar
E os dois, sorrindo a soluçar
Partiremos depois
O verme
Existe uma flor que encerra
Celeste orvalho e perfume.
Plantou-a em fecunda terra
Mão benéfica de um nume.
Um verme asqueroso e feio,
Gerado em lodo mortal,
Busca esta flor virginal
E vai dormir-lhe no seio.
Morde, sangra, rasga e mina,
Suga-lhe a vida e o alento;
A flor o cálix inclina;
As folhas, leva-as o vento,
Depois, nem resta o perfume
Nos ares da solidão...
Esta flor é o coração,
Aquele verme o ciúme.
Às vezes a vida quer que caíamos na real, que paremos de supor, de sonhar, de imaginar que nós, nossos planos, sonhos e pessoas que amamos são melhores do que, de fato, são.
A vida só quer que sejamos realistas, mas, quanto mais arrogantes somos, quanto mais nos achamos superiores e “especiais”, maior é a queda e, acredite, o tal do “cair na real” pode ser extremamente dolorido. Uma queda e tanto!
UM RECANTO SEGURO
Há em cada criatura um recanto seguro
para falar ou escutar a Deus.
Uma paisagem desértica,
um jardim florido,
um córrego em festa...
Um amanhecer risonho,
uma tarde chuvosa...
Uma canção ao longe,
um rosto de criança,
um campo bucólico,
alguém em sofrimento...
A magia de um poema,
a glória de um amanhecer,
a policromia de uma pintura...
Uma frase da Bíblia,
uma conversação edificante,
um relato comovedor,
um gesto de sacrifício,
uma oração...
Há, em toda criatura,
um recanto seguro,
que se alcança através de algum
desses convites naturais,
onde se sente, se fala, se ouve a Deus,
e o Seu amor está
mais próximo, é mais envolvente.
Acho que ninguém pode falar da dor enquanto ainda a sofre.
Mas se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
Nota: Trecho do livro "O pequeno príncipe"
Indiretas são para os fracos e para os que não suportam críticas. Eu falo diretamente ou me calo com meus pensamentos. (PLDD)
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