Pessoas Falsas Inuteis e Feias Merecem Pessoas
As Mulheres culpam os homens de serem canalhas e todos iguais. Se hoje em dia , não há mais conquistas e sedução, talvez seja em parte culpa delas. Quando não há valorização de si e se perde os principios, relacionamentos se tornam superficiais e sem graça.
Deus, eu quero chorar no Teu colo. Quero sentir Teu consolo. Quero o amor sem medidas. Quero me ver livre das amarras da amargura. Quero Teu espírito Santo queimando dentro de mim. Que meu corpo seja a Tua morada. E que ao mesmo tempo eu alcance o Teu coração. Amém.
Amor Maior
Nada pode ser tão doce quanto sentir alívio no meu coração,
saciar a minha angústia, me esquecer do medo, então
As algemas do pecado e as ameaças da morte não me alcançarão
Fui comprado,
Fui marcado,
Fui chamado pra vencer
O amor de Deus é maior
O amor de Deus é bem maior que de uma mãe
Nada pode ser melhor, nem se compara ao que já tem, é o afeto do pai
O amor de Deus é maior
O amor de Deus é bem maior que de uma mãe
Nada pode ser melhor, nem se compara a este amor, é o afeto do pai
Oh Dia Feliz
Oh dia feliz(Oh dia feliz)
Oh dia feliz(Oh dia feliz)
Quando Jesus lavou(Quando Jesus lavou)
Oh quando ele lavou(Quando Jesus lavou)
Oh quando ele lavou(Quando Jesus lavou)
Levou meus pecados para longe(Oh dia feliz)
Oh dia feliz(Oh dia feliz)
Ele me ensinou como (oh, Ele me ensinou como)
Para ver (para lavar,para lavar)
Lutar e orar (para lutar e orar)
Lutar e orar!
E viver louvando
Todos os dias, todos os dias!
Dia feliz
Jessus te amo !
Essência
Cada lágrima derramada vai valer a pena
Na tua presença, oh deus
Tu és meu conforto em meio à aflição
Buscando tua vontade,
Olhando para o mais alto monte,
Crendo nas tuas promessas
Num quarto escuro,
Sozinho no mundo,
Sem visão do futuro
O senhor faz raiar a luz
E ao caminho conduz
A essência da sabedoria,
Que transforma a dor em alegria
Eu vejo um milagre acontecer
Na manifestação do teu poder
É o sobrenatural no mundo real
E do mais alto monte eu posso ver
Que nada pode me deter,
Pois tua graça e o teu amor
Vão me guiar
Eu poderia tentar ser romântico e descrever tudo, do seu sorriso ao toque da sua pele fria, poderia detalhar cada um dos seus trejeitos, recitar seus bordões que nunca me fazem parar de rir, sério, eu conheço tanto esse seu quebra-cabeça que eu até posso sentir o que você sente. Algumas vezes, confesso, doeu, umas palavras ali, outras ausências mais a frente, mas toda a dor é sufocada pelo fato de que pude te conhecer, alguém incrível.
[…] e foi assim, você fugiu de perto de mim e preferiu buscar segurança nos braços de outro alguém. Só espero que daqui em diante, você não sinta a minha falta, pois quando vier a me procurar já não estarei mais aqui, estarei em outro lugar difícil de se encontrar. Mas também espero que você seja feliz, muito feliz, já que não conseguiu ser feliz ao meu lado.Mas te juro que tentei sempre te ter por perto, fiz o meu máximo, fiz sempre o que pude. Fiz ao máximo para sempre não te magoar; o máximo pra te ver sempre feliz; o máximo pra você ter se sentindo seguro ao meu lado. Mas vejo que hoje de nada adiantou tal esforço, de nada adiantou eu ter sempre o zelo de te ter comigo. Mas agora que você se foi, não sei se ainda me escuta, mas se ainda me escutas te digo: - Vá para um lugar bem distante, um lugar que lá você nunca mais vai ouvir ninguém citar sequer a primeira letra do meu nome. Assim como não quero mais tuas lembranças, sei que você também não quer as minhas - Mas como dizem: “Do que adianta tirar das lembranças, aquilo que não tiramos do coração?”.
Dois corpos e uma alma
Você enche meu coração de paz e minha alma de inspiração;
Você me desperta a fúria das palavras mais calmas que são filtradas e transformadas em solenes versos de amor
Desperta em mim toda a calma e faz cessar toda a dor!
Estranho pensar que quando estou diante de suas palavras meu horizonte é tão vasto, que nada me é difícil, tudo é possível, pois com você eu encontro a saída para os labirintos que a vida indesejavelmente me propõe!
Você me traz a fé para ousar, a coragem para não desistir e a força pra continuar...
Com tudo isso, somos dois poetas que sonham sem medo e carregam na amizade o lindo dom de AMAR!
O pior efeito de um amor pela riqueza é a perca da própria personalidade. Como uma pessoa se deixa levar a isso? Como uma pessoa deixa se torna isso? Sinceramente eu não te reconheço mais, Simplesmente Não te conheço.
''Ele omitiu, e não desistiu...Correu e só assim percebeu
Que adiou o começo atrasando o final.
E é a própria fé...Aquilo que divide em dois
Esperando agora o que virá depois''
E foi assim, veio como um vento sutil e arrogante mas se passou e não houve tempo para deixar muitas lembranças. Sem promessas, sem planos, sem roteiros. Da mesma forma repentina como chegou, se foi. Permaneceu aqui apenas a certeza de que apesar de intensos, nem os melhores momentos duram pra sempre.
Já que os planos as vezes se desviam e se colidem com outros que não estavam em mente .
Vida minha vida
As vezes começo a pensar,
Que um dia posso me revelar.
Não se deixe levar pela alegria,
Pois tudo pode ser uma fantasia.
Nosso Coração é incrível,
Qualquer coisa deixa-o sensível.
Nossa esperança ainda pode ficar,
Pois a Paixão um dia voltara.
Mesmo com essa dor,
Eles não nos dão valor
As vezes fico a imaginar,
Se tem outra no meu lugar.
O amor é sempre igual,
No final sempre acaba mal.
Após envolver a taça com seus lábios e deixar uma delicada marca de Batom, Vitória deixou a taça de vinho sobre a mesa de centro, de forma sutil, abaixou a alça esquerda do vestido enquanto mordia o próprio lábio inferior, descaradamente me convidando para o seu sofá. Aqueles cabelos claros e sedosos desciam sobre seu busto seminu, sua pele em si era um convite quase irresistível... Como dizer não?
CANTATA 147 DE J.S.BACH
JESUS, ALEGRIA DOS HOMENS
TRADUÇÃO LIVRE DO TEXTO
Texto
A maior parte do texto usado na cantata 147 é de Salomão Franck, enquanto os textos originais do 6º e 10º movimento foram escritos por Martin Janus em 1661. O texto do 10º movimento é inspirado no versículo bíblico que cita:…no Teu nome e na Tua memória está o desejo da nossa alma.
(Cântico de confiança na proteção Divina)[3]
Coração e boca e atitude e vida
1. Coro
Coração e boca e ações e vida
Devem dar testemunho de Cristo
Sem medo nem hipocrisia,
Pois ele é Deus e Salvador.
2. Recitativo (tenor)
Bendita boca!
Maria dá a conhecer o íntimo de sua alma
Com gratidão e louvores;
Ela desata a falar, espontaneamente,
Das maravilhas que o Senhor operara
Por meio dela, sua serva.
Ó raça humana,
Escrava de Satanás e dos pecados,
Tu és livre — através da manifestação viva de Cristo,
Desse fardo e dessa subserviência.
Contudo, tua boca e tua índole rebelde
insistem em negar tal bondade.
Não te esqueças, pois, que, segundo as Escrituras,
Um terrível julgamento te espera.
3. Ária (contralto)
Não te envergonhes, ó Alma,
De confessar teu Salvador,
Para que ele possa chamar-te noiva
Perante a face do Pai!
Porquanto aquele que sobre a terra
Temerariamente o renega
Será por ele renegado,
Quando ele vier em glória.
4. Recitativo (baixo)
A obstinação cega os poderosos,
Até que do seu trono os lance a mão do Altíssimo.
Esta mão porém se erguerá,
Ainda que diante dela trema a esfera terrestre,
Em favor dos mansos e dos humildes,
Os quais serão salvos.
Ó cristãos bem-aventurados,
Ide, preparai-vos,
Pois é chegada a hora oportuna,
Pois é chegado o dia da redenção;
Vosso corpo e espírito,
O Salvador quer revesti-los com os dons da credulidade.
Ide, invocai-o com lúbrico desejo,
A fim de o acolherdes firmes na fé!
5. Ária (soprano)
Prepara, ó Jesus, ainda hoje, a tua vinda!
Cobre os recônditos do coração, da alma,
E contempla-me com os olhos da graça.
6. Coral
Bem-aventurado sou, porque tenho Jesus.
Oh, quão firmemente eu o seguro,
Para que traga refrigério ao meu coração,
quando estou triste e abatido.
Eu tenho Jesus, que me ama
e a si mesmo se entregou por mim.
Ah! Por isso não o deixarei,
Mesmo que meu coração se quebre.
7. Ária (tenor)
Ajuda-me, Senhor, ajuda-me a reconhecer-te
No bem e no mal, na alegria e no sofrimento,
E que eu possa chamar-te Salvador
Com fé e serenidade;
Que meu coração arda sempre de amor por ti.
8. Recitativo (contralto)
A mão forte do Altíssimo age
Até nos confins da terra.
João deve encher-se do Espírito:
Já no ventre de sua mãe
Envolvem-no os laços do amor,
E o fazem conhecer o seu Senhor,
Embora ainda não possa nomeá-lo;
Ele se agita, pula, salta,
Fazendo que Isabel confesse um milagre,
E que dos lábios de Maria brotem cânticos de alegria.
Ó Justos, se vós percebeis a fraqueza da carne,
E tendes vosso coração ardendo,
E contudo vossos lábios ainda não professam o Redentor,
Deus vos dará forças,
E alevantará o poder do espírito em vós,
Para que com júbilo e louvores o exalteis.
9. Ária (baixo)
Cantarei os prodígios de Jesus,
E levarei até ele a oferenda dos meus lábios.
A minha carne frágil,
Subjugará ele, pelo seu próprio amor,
E a minha voz mundana,
Mediante o seu fogo sagrado
10. Coral
Jesus continua sendo minha alegria,
o conforto e a seiva do meu coração
Jesus refreia a minha tristeza,
Ele é a força da minha vida
É o deleite e o sol dos meus olhos,
O tesouro e a grande felicidade da minha alma,
Por isso, eu não deixarei ir Jesus
do meu coração e da minha presença.
Para contarmos as nossas coisas demoramos um certo periodo ,mas para contarem coisas sobre nos talvez só necessitem de uma simples frase esquecendo tudo que ela já fez ..........criar demora e como demora ,mais destruir sempre foi um trabalho mais fácil .....
Imagine um mundo bem diferente desse. Não, não é simplesmente porque o céu tem outra coloração ou a fauna e a flora são diferentes. Imagine um lugar... podemos dizer corrompido? Acho que corrompido é uma boa palavra. Um lugar caótico onde a principal força reguladora foi destruída. Um lugar único em todo o multiverso, um lugar que conseguiu destruir a morte. Não é tão doce quanto se pensa, há o mais básico dos perigos de se matar algo tão poderoso, mas há efeitos ainda mais imprevisíveis.
Imagine um lugar onde nada morre: toda criatura vaga por aí, sendo devorada e se reconstruindo, quase nunca de forma totalmente igual a anterior. Doenças não sumiram, pelo contrário: sem a morte para levar embora bactérias, doenças são mais comuns que nunca. Ferimentos crônicos sem esperança de alívio, traumas, fantasmas metafóricos de passados para sempre assombrando os vivos. Esses são os efeitos básicos de se lidar com isso. Há coisas ainda piores em antagonizar a morte, coisas que poucas pessoas pensam.
Imagine que a Morte também é responsável por manter a sanidade de um dado local. Não de seus cidadãos, mas do local em si. Imagine um mundo onde som, luz e cheiro se misturam, onde as rosas gritam cores e cada segundo que se mantem os olhos abertos, se ouve os gritos das cores. Imagine um mundo onde sons despertam sabores, memórias e reações do corpo. Onde a própria luz do sol esmaga, acaricia, estapeia, queima e congela ao mesmo tempo. Onde todas as cores pulsam com vivacidade impar, onde todos os cheiros são tão fortes que queimam imagens estranhas na retina. Isso também não é o pior em se retirar uma das forças reguladoras do universo de um dado local.
O pior são as mutações. Criaturas ainda caçam, homens ainda guerreiam; a imortalidade não acabou com conflitos e instintos básicos dos viventes. Felizmente, após ferimentos as pessoas se consertam sozinhas, ninguém sabe de onde vem a massa extra necessária para repor membros e ninguém quis realmente se preocupar com isso, afinal, a cavalo dado não se olha os dentes. O problema é que isso era um cavalo de Troia.
O que era reposto era, quase sempre, ligeiramente diferente do original. Talvez os dedos de uma mão fossem mais juntos, talvez uma das pernas tenha joelhos voltados um pouco para o lado... isso não importa, né? Não, provavelmente não importa ao curto prazo. Não interessa se, depois de algumas regenerações todos acabassem com estranhos tentáculos preênseis no lugar de braços ou com estranhos rostos ovalados, sem olhos e de longas bocas, ainda estavam vivos. Ninguém se importava se os animais estavam ficando cada vez mais ferozes, loucos e destruidores, a morte não era permanente. Que se danasse que o próprio universo estivesse virando uma grande massa cancerosa, que a biologia da humanidade estivesse completamente diferente e que cada criatura naquele universo se tornara uma aberração lovecraftiana. Ainda estavam vivos. A mutilação e seus corpos, a corrupção de suas essências, a violação de seus sentidos... tudo isso era um preço pequeno a se pagar, não era?
Não era?
Não?
"Bom" Zaratrusta começou "O que vocês chamariam de multiverso, nós chamamos de universo, o que é, para vocês, o universo, nós chamamos de realidade."
"Interessante, mas ainda não sei a razão de vocês lutarem pelo controle das realidades. Quero dizer, há espaço o suficiente pros dois lados, não?"
Zaratrusta sorriu de forma triste e ficou de pé, saindo de cima da minha pia, onde estava sentado. Estava vestido com uma camisa de um roxo escuro e calças jeans. Era negro, alto, forte e com o cabelo raspado baixinho. Ele veio andando até mim e sentou-se ao meu lado na mesa onde eu comia pão com mortadela.
"Havia mais do que espaço necessário para capitalistas e comunistas no mundo, não? Bom... não, mas deixa pra lá. A coisa é que precisamos fazer isso, nós estendemos proteção junto com a nossa influência. Se alguns milhões morrem no processo para salvar trilhões, todos consideram um preço justo. A metáfora da guerra fria que eu tentei fazer ainda a pouco..." ele parou, se pôs para trás na cadeira e me avaliou. Zaratrusta inspirou fundo e com bastante pesar na voz, voltou a falar. Ainda mais devagar do que o normal. "Bom, digamos que nós e nossos rivais discordamos do que fazer com as sociedades sob nosso controle. Como travar uma guerra está fora de cogitação porque destruiria o que queremos proteger, nós lutamos através de vocês."
Aquilo ainda não fazia sentido. Eles tratavam uma guerra como se fosse um jogo. Zaratrusta havia tentado explicar sobre as tradições e que esse era o jeito que imortais lutavam, mas ainda assim era difícil para mim de engolir isso. Levantei-me e fui beber uma água. Fiz isso mais para conseguir tempo para clarear a cabeça do que por uma sede real. O sistema de guerra deles era espalhar pilares pelo mundo e lutar para roubar todos os do adversário enquanto mantem os seus.
Depois de beber minha água, virei para encarar Zaratrusta e perguntei as duas coisas que mais me interessavam no momento. "Por que envolver-nos e por que eu tenho que me meter nisso?"
"Sua realidade, criatura. Se nós fossemos você, nos sentiriamos honrados em ter participação em um evento tão importante. Escolhemos você a esmo e ao acaso, assim como todos os outros..." Os olhos dele brilharam como alguém que tem um súbito entendimento e ele soltou uma gargalhada "Você achou que fosse algum tipo de escolhido? Um semi-deus ou coisa parecida? Ai, Deus... sempre assim. Não importa a realidade, esse clichezinho de 'O Escolhido' está sempre presente na humanidade!" Ele ainda estava tentando controlar o riso quando eu perguntei
"Tá, mas você ainda não respondeu por que incluir a gente e não simplesmente lutam vocês."
"Nós não lutamos, vocês lutam com nossas armas, nós simplesmente julgamos e avaliamos a luta. Se a maioria lutar por nós, o outro time manda soldados de outra realidade. Se a maioria lutar por eles, retiramos os que nos querem dessa realidade e enviamos soldados-tributo de outras realidades para essa. Vocês lutam, como já falei, porque não podemos lutar aqui, e porque isso conta como treinamento para uma guerra ainda maior que estamos lutando no momento e na qual talvez venhamos a precisar de vocês"
"O quê?"
"Se preocupe com a sua realidade, primeiro. A Guerra Ominosa está bem longe daqui, agradeça a nós por isso. Se preocupe em ganhar para nós e manter sua cultura do jeito que está."
"Não posso lutar pelo outro lado, já que tenho que lutar?"
Zaratrusta sorriu. Ficou de pé, colocou o braço nos meus ombros, como um meio abraço e falou com um toque pequeno de orgulho na voz. "Sabiamos que escolhemos certo. Você pode lutar por nós, pelos Celestiais ou mesmo não lutar. Esse é o livre arbítrio, cara!"
"Outra coisa que não entendi. Se vocês são os bons, por que se chamam de Anátemas e a eles de Celestiais?"
"Ah, isso? Isso é porque nós nos separamos das regras originais por causa de vocês, nós achamos que vocês tem que manter a própria cultura e nos pagar apenas com um sexto da população para exército e armas a cada 150 anos. Os Celestiais querem todos vocês como escravos e soldados. Coisa boba, nós sabemos. Não importará depois da Grande Reunião, mas até lá, achamos que vocês não vão gostar muito."
"Como eles convencem outros a lutarem por eles? Eles estão convencendo pessoas a lutar pela própria escravidão?"
Nesse ponto, Zaratrusta tirou o braço de mim e voltou ao lugar, parecia pensativo. Sentou na cadeira e olhou no fundo dos meus olhos.
"Eles simplesmente prometem uma posição de poder durante o governo Celestial, além de imortalidade como a nossa. Eles condenam trilhões e trilhões de vidas a uma condição miserável, não por um objetivo nobre, mas pelo conforto... pelo próprio conforto! Sempre houve e sempre haverá indivíduos assim. Isso nos dá nojo" Ele quase cuspira as últimas palavras, tamanha era sua raiva
Zaratrusta estava me enviando para matar gente e começar uma guerra em escala mundial, acabou de falar que queria, a cada 150 anos, no mínimo 1 bilhão de pessoas para morrer em uma guerra que não era exatamente nossa que será lutada através do universo e falava com bastante naturalidade sobre matar bilhões ou deixar que bilhões morressem, mas parecia sinceramente ofendido, chocado e até surpreso por achar que alguém seria capaz de quase tudo para poder subir na vida.
Resolvi ir até ele e sentar-me. Cruzei os braços apoiando o cotovelo na mesa e abaixei minha cabeça, pensando na estranha criatura ao meu lado, na mesa. Ele tinha uma mente um tanto estranha para um humano, o que ele justificara dizendo que não era humano, simplesmente estava tentando imitar nosso comportamento. Distraía-se facilmente; olhava fixamente para coisas brilhantes, como lâmpadas, fogo do fogão ou para o sol, para depois olhar para baixo rindo enquanto a imagem queimada em sua retina sumia e parecia achar estranho a posição de seus membros, esbarrando em alguns lugares com os braços, calculando mal a distância entre ele e o que quer que ele quisesse pegar e as vezes simplesmente parando e olhando fixamente para a pessoa antes de falar o que quer que fosse. E seu irritante habito de se referir na primeira pessoa do plural, o que confundia bastante se ele estava se referindo a si como indivíduo ou a sua espécie.
Zaratrusta,a tal da Guerra Ominosa, a Luta pela Realidade, o Grande Jogo, que era como ele chamava a guerra pelo universo... tudo isso fora entregue para mim de uma vez só. Era difícil de engolir. O fato que lutaríamos em escala global com armas de seres de além do universo pelo direito de sermos livres, o fato que eu fui escolhido como um dos líderes apesar de não ter peso político nenhum, o fato de que, após essa guerra, ainda lutaríamos outra, que seria travada através do universo... tudo isso me fez sentir a pequenez de uma formiga ante uma montanha.
Levantei a cabeça e vi os olhos de Zaratrusta olhando para mim. Dessa vez não havia traço de seu sorriso no rosto e ele parecia bastante assustador, com seu olhar fixo e sua boca grossa e pequena se apertando. Permaneceu me fitando durante quase um minuto antes de falar.
"Amanhã nós apareceremos para líderes deste mundo por todo o globo. Daremos a eles nossas condições e, a partir daí, eles terão um mês para decidir se lutarão por nós ou contra nós no Grande Jogo. Se você lutar por nós e seu mundo contra nós, te evacuaremos, caso contrário, você ficará e lutará pela sua realidade e por nós"
Ele se reclinou em minha direção, seu rosto bem perto do meu. Ele não respirava. Congelou nessa posição por mais um bom tempo me olhando nos olhos antes de falar.
"Conosco ou contra nós?"
Eu não me mexia, não havia nada me impedindo, não havia nada que segurasse meu olhar nos olhos dele, mas eu não conseguia desviar. Eu ainda fitava aqueles olhos negros, profundos. Os olhos dele eram como duas bolas negras de vidro. Como brilhavam!
"Eu lutarei por vocês... eu lutarei por vocês"
Zaratrusta sorriu, pôs as mãos em minhas bochechas e gargalhou alto. Ele tirou as mãos de mim, se levantou e se afastou, falando rapidamente e com bastante energia e alegria.
"Sabíamos que era uma boa escolha, disseram para nós: 'Não sabeis escolher, Guanapará. A vossa criatura é pequena e magra demais.' 'Sim', nós retrucamos, 'mas não se ganha o Grande Jogo com força bruta. é necessário convicção para jogar'. Você tem convicção, criatura! Ligue sua televisão amanhã e veja como todo o seu mundo vai mudar, não com um estrondo e sim com um sussurro."
"Zaratrusta, o que é um Guanapará?"
"Ah, nosso nome... bom, é o mais próximo que uma boca humana vai conseguir chegar dele. Preferimos Zaratrusta. É um nome importante na história de vocês. Por um descuido de um de nós, esse homem viu uma realidade onde o Jogo era jogado. Pensamos ser... achamos que a palavra é poético, que esse seja o nome pelo qual atendamos enquanto somos um dos Valetes desse Jogo."
Fiz um som de concordância e o segui para minha sala. Ele ia em direção a porta, ainda falava alegremente.
"Então, criatura, veja-nos amanhã em nosso grande dia. Veja-nos ao lado de um dos celestiais. Seremos os responsáveis por tentar pedir auxílio ao seu país. Depois disso, virão buscar-te aqui por um pedido nosso. Não saia de casa, sim?"
Ele já tinha aberto minha porta quando finalmente calara a boca. Olhou para mim como se não tivesse certeza de como se despedir ou do que fazer no momento seguinte. Ainda me olhando nos olhos, fez um gesto como quem diz "e agora?"
"Zara, posso te pedir um favor? Não me chama de criatura, tenho nome"
"Ah, sim... sentimos desculpas." Ele disse sem parecer se importar nem um pouco. "Quer que usemos teu nome, sim?"
"Sim, por favor. Não se importa se eu te chamar de Zara, né? É menos formal que Zaratrusta... e já que você escolheu ser o meu... aaarrnh... valete? Valete o nome?"
"Sim, valete. Ajudante, guia, auxiliar. Valete" ele falou isso rapidamente sem pontos ou vírgulas.
"Ok... já que você vai ser meu valete, acho que é bom sermos um pouco informal um com outro, há algum problema nisso?"
"Não. Pode me chamar de Zara se quiser, Talisa" Ele disse, andando rapidamente pelo corredor do prédio e virando na escada para cima. Resolvi que era loucura demais para um dia e fui para meu quarto tentar dormir ainda com toda aquela muvuca de informações gritando na minha cabeça.
Vai mas me devolve pro mundo, imperativo meiotorto meiomudo.
Um pedaço de mim por aqui, pra se esvair entre os teus dedos, credos e medos.
Um minuto de silêncio pro peso do teu olhar, que eu carrego nos ombros.
Um gole de café pros teus julgamentos que se espalham em todas as vírgulas do meu corpo, e qualquer verdade pra eu fingir acreditar.
Um beijo de vento pra bagunçar os teus cabelos, um beijo da minha língua pra te bagunçar inteiro, e asas.
Um par de asas que te mantenham voando bem longe de mim.
Alguma espera pra começar a agir, mas vem cá, me diz: Quem é o tempo pra me dizer o quanto, o tanto, o quando… Devo evoluir?
Volta e me rouba pra si, apanha o amor que eu deixei pendurado no varal.
Me procura nos quatro cantos do quintal
da sua alma.
E dá vida aos beijos pensados que eu prendi nos galhos talvez mais verdes que eu.
Nunca mais entrelaçados, doidos, fartos,
e seus.
Por amor.