Permanecer em Silencio
Nós somos peões num jogo perverso, destinados a repetir nossos fracassos. E finalmente, como uma revelação irônica e alucinante, tudo começa de novo.
Achei que a gente pudesse ter alguma coisa, mas você foi embora. E ver você de novo trouxe tudo de volta.
A vida passa depressa.
O tempo corre.
E o que resta é viver o agora.
Nunca esqueça que amar é também demonstrar.
Na vida vai partir de você, permitir que algum julgamento alheio lhe ofenda. Não dê importância ao que não lhe acrescenta.
Quando estou com ele, tenho alguém comigo no meu luto. Alguém que conhece a arquitetura dele como eu, que anda comigo em cada sala melancólica, fazendo toda a estrutura incoerente de vento e vazio não ser tão assustadora e solitária como era antes.
O luto é uma casa que explode no ar com a menor das rajadas. O luto é uma casa cujas cadeiras se esqueceram de nos segurar, os espelhos, de nos refletir. O luto é uma casa que desaparece a cada vez em que alguém bate na porta, que se enterra no chão enquanto todos estão dormindo.
Conversa de comadres: Palma
Terra seca: Palma
Fome aperta: Palma
Mãos furadas: Palma
Boi babão: Palma
_Sabe, comadre: Não é todo mundo que sabe preparar a palma!
_Deus nos livre de engolir um espinho!
_Perde a voz! Perde a vida!
_Oxente, comadre!
Barriguda sabe preparar palma como ninguém!
_Como o boi nunca se engasga, comadre?
_ Sei lá! Vai ver a gente precisa aprender a ruminar!
_Ruminar a vida!...
Tentamos segurar a corda para que não haja mares em nós.
Porém, o vento da vida sempre teve mais força.
