Perdemos tanto Tempo

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Há dois poderosos destruidores: o tempo e a adversidade.

O Homem não tem porto, o tempo não tem margem; / ele corre e nós passamos!

Na verdade, a imaginação não passa de um modo da memória, emancipado da ordem do tempo e do espaço.

O tempo, tudo o consome e apenas o amor o aproveita.

SOB ESCOMBROS

Um tempo houve em que,
de tão próximo, quase podias ouvir
o silêncio do mundo pulsando
onde também tu eras mundo, coisa pulsante.

Extinguiu-se esse canto
não na morte
mas na vida excluída
da clarividência da infância

e de tudo o que pulsa,
fins e começos,
e corrompida pela estridência
e pela heterogeneidade.

Agora respondes por nomes supostos,
habitante de países hábeis e reais,
e precisas de ajuda para as coisas mais simples,
o pensamento, o sofrimento, a solidão.

A música, só voltarás a escutá-la
numa noite lívida,
uma noite mais vulnerável do que todas
(o presente desvanecendo-se, o passado cada vez mais lento)
um pouco antes de adormeceres
sob escombros.

Não se descobrem novas terras sem se largar da vista a costa durante muito tempo.

A morte não é um mal: porque liberta o homem de todos os males, e ao mesmo tempo que os bens tira-lhe os desejos. A velhice é o pior dos males: porque priva o homem de todos os prazeres, deixando-lhe deles todos os apetites; e traz consigo todas as dores. Não obstante, os homens temem a morte e desejam a velhice.

A busca da solidão é uma tendência do nosso tempo; antes, e desde o seu aparecimento sobre a terra, o homem buscou apenas não ficar sozinho.

O tempo, que fortalece as amizades, enfraquece o amor.

O tempo acalma a ira.

Os que têm tentado reformar os costumes do mundo, no meu tempo, com opiniões novas, reformam os vícios da aparência; quanto aos da essência, deixam-nos intactos, quando não os aumentam.

As mulheres bonitas não sabem envelhecer, os artistas não sabem sair de cena quando é tempo: ambos estão errados.

Em matérias e opiniões políticas os crimes de um tempo são algumas vezes virtudes em outro.

O mais grave no nosso tempo não é não termos respostas para o que perguntamos - é não termos já mesmo perguntas.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Pensar, Bertrand, 1992

Não existe defeito que, com o tempo, numa sociedade corrupta, não se torne um mérito, nem vício que a convenção não consiga elevar à virtude.

O homem não pode fazer-se sem sofrer, pois é ao mesmo tempo o mármore o escultor.

Não se pode chamar leitura a essa tremenda quantidade de tempo que se perde com os jornais.

O tempo não existe. É apenas uma convenção.

Viva no tempo por mais de uma geração.

Querermos ser do nosso tempo é estarmos já ultrapassados.