Perda de uma Filha
"Sabia dizer de tal modo a uma senhora idosa que a achava cada vez mais jovem, que a senhora subitamente remoçava, e a mentira se resolvia em verdade."
Se uma águia fende os ares e arrebata
esse que é forma pura e que é suspiro
de terrenas delícias combinadas;
e se essa forma pura, degradando-se,
mais perfeita se eleva, pois atinge
a tortura do embate, no arremate
de uma exaustão suavíssima, tributo
com que se paga o vôo mais cortante;
se, por amor de uma ave, ei-la recusa
o pasto natural aberto aos homens,
e pela via hermética e defesa
vai demandando o cândido alimento
que a alma faminta implora até o extremo;
se esses raptos terríveis se repetem
já nos campos e já pelas noturnas
portas de pérola dúbia das boates;
e se há no beijo estéril um soluço
esquivo e refolhado, cinza em núpcias,
e tudo é triste sob o céu flamante
(que o pecado cristão, ora jungido
ao mistério pagão, mais o alanceia),
baixemos nossos olhos ao desígnio
da natureza ambígua e reticente:
ela tece, dobrando-lhe o amargor,
outra forma de amar no acerbo amor.
Tem sempre aquela dorzinha aguda no peito, aquela saudadezinha filha da mãe gritando no ouvido a falta que ele faz.
O Homem Nu
Ao acordar, disse para a mulher:
— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
— Isso é que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
— Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
— Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
— É um tarado!
— Olha, que horror!
— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
Não era: era o cobrador da televisão.
AMOR ETERNO
Mãe e filha estavam caminhando pela praia.
Num certo ponto, a menina perguntou:
- Como se faz para manter um amor?
A mãe olhou para a filha e respondeu:
- Pegue um pouco de areia e feche a mão com força...
A menina assim fez e reparou que quanto mais forte apertava a areia coma mão, com mais velocidade a areia escapava.
- Mamãe, mas assim a areia cai!
- Eu sei, agora abra completamente a mão...
A menina obedeceu mas veio um vento forte e levou consigo a areia que restava em sua mão.
- Assim também não consigo mantê-la em minha mão!
A mãe, sempre a sorrir disse-lhe:
- Agora pegue outra vez um pouco de areia e deixe-a na mão semi-aberta como se fosse uma colher... bastante fechada para protegê-la e bastante aberta para lhe dar liberdade.
A menina experimenta e vê que a areia não escapa da mão e está protegida do vento.
- É assim que se faz durar um amor.
A verdade é filha do tempo e não da autoridade, mas a dúvida é o começo da sabedoria.
Ainda ontem fui surpreendida com um POSITIVO que mudaria minha vida para sempre, mas que eu ainda não sabia o quanto esta mudança seria Feliz..
Ainda ontem tive que decidir o que faria com você, sem nem ainda saber que você seria você e a razão do meu viver...
Ainda ontem chorei muito por sentir que sua chegada inesperada me tirava o chão, para depois devolvê-lo coberto com as flores que se abriram com tantas lágrimas...
Ainda ontem passei a Amar você mais que a mim mesma e hoje sinto este amor retribuído ao ser acordada com seus beijos...
Ainda ontem decidi te trazer ao mundo, enfrentando quem quer que fosse e hoje enfrentamos o mundo de maõs dadas...
Ainda ontem vi minha barriga começar a crescer... e como cresceu...
Ainda ontem senti seus primeiros movimentos em meu ventre e hoje você se movimenta sozinha correndo pela casa toda...
Ainda ontem sonhava em como você seria e hoje olho para seu rostinho a todo momento...
Ainda ontem contava as semanas de gestação e hoje seu 1º aninho já chegou...
Ainda ontem esperava ansiosamente pelo seu nascimento e hoje já estou a espera dos seu 2º aninho.
Ainda ontem tive você em meus braços recém nascida e hoje mantê-la no colo é praticamente impossível...
Ainda ontem te ofereci o seio com muita dificuldaded e hoje você o pega sozinha...
Ainda ontem fiz sua 1ª papinha e hoje já come comida de quase gente grande...
Ainda ontem pensei que você não engatinharia e depois cansei de correr atrás de você pela casa toda...
Ainda ontem te vi ensaiar os primeiros passos com apoio e agora já anda sozinha tentando correr...
Ainda ontem eu era apenas sua fonte de alimento, reconhecida pelo cheiro do leite, hoje sou a Mamã que tem o mamá...
Ainda ontem você era um hipótese de um futuro distante...
E hoje você é:
Minha realidade mais do que atual...
O motivo do meu sorriso constante...
A razão do meu orgulho...
Uma motivação para que eu lute e vença...
Meu porto seguro em meio as tempestades...
A certeza no meio da adversidade...
O gerador de forças para seguir adiante...
Meu bebê... Minha menina... Meu bebê crescendo...
Aquela que mais amo e sempre amarei com algo que chega a ser extremamente extremo...
Meu Amor Maior, que me mostrou que gerar e criar uma vida, faz da vida uma experiência única, nada fácil, mas superável...
TE AMO e um dia lendo isto, quando for uma adolescente chata rs... saberá o quanto tudo isto será eterno, por mais que nossa vida mude, meu amor por você será sempre algo além de explicações...
Feliz Aniversário...
Ser pai é descobrir que o amor incondicional existe, o maior e mais sincero de todos está bem diante do nosso abraço.
Crianças amam simplesmente por amar, e ponto. É triste saber que os adultos não amam de forma pura ou quando não há algo para receber em troca.
minha mãe sacrificou seus sonhos
para que eu sonhasse
Tentei gritar
Mas minha cabeça estava embaixo d’água
Eles me chamaram de fraca
Como se eu não fosse filha de alguém
Poderia ter sido um pesadelo
Mas parecia que eles estavam ali
SER PAPAI DE PRIMEIRA VIAGEM É...
Descobrir que o amor incondicional existe e o maior e mais sincero de todos está bem diante do nosso abraço.
É dizer nas reuniões de família que os defeitos são da mãe e as qualidades são nossas.
É achar nem que seja uma pinta em comum para afirmar que o bebê é nossa cara.
É comprar um bodyzinho do time que torce para desfilar na frente dos amigos e mostrar "quem manda!".
É pôr às mãos no rosto, tirar, e depois dizer: "Achooou!".
É falar com a voz do bebê o tempo todo e dialogar consigo mesmo na voz original.
É se pegar chorando na primeira ida ao pronto socorro.
É deixar a criança beber água com sabão na hora do banho e dizer para a mãe que "foi só um golinho".
É comprar roupinhas com frases engraçadas ou de super-herois e ter que ouvir um monte da mãe depois.
É olhar torto para os bebês meninos (quando se é pai - machista - de menina) com quem diz: "Tira o olho da minha filha, rapá!".
É avistar uma bebê menina (quando se é pai - machista - de menino), pegar o filho no colo, apontar com o dedo, e dizer: "Olha lá, filhão, sua futura namorada!".
É colocar o bebê no cavalinho e depois pedir desesperadamente para alguém retirá-lo por medo de derrubar (e quem sabe, “matar”).
É quase arrancar a cabeça do bebê ao tirar a roupinha por não saber para que serve os botõezinhos na gola.
É se descobrir capaz de qualquer coisa por aquele pequeno ser (e ficar assustado ao refletir sobre essa descoberta).
É esquecer por uns momentos que o bebê também tem uma mãe (e principalmente que nós temos uma esposa/namorada).
É acumular a função de segurança não-remunerado.
É se conformar com a realidade de que nem o celular e nem o controle remoto são nossos.
É vivenciar a sublime sensação de ser amado verdadeiramente e para sempre, independente de classe social, posição política, cor ou religião.
Ser papai de primeira viagem é tentar ser o melhor pai do mundo mesmo sem ter a menor noção de por onde começar - embora seja muito claro em nossa cabeça qual caminho se deseja trilhar. S2
Você não sabe como é bom me ver livre de você. Não me leve a mal, você até que é uma pessoa bacana, mas gostar de você foi a grande perda de tempo da minha vida.
Com o tempo, a dor e a ausência causadas pela morte viram apenas uma forte saudade que aparece por uma antiga fotografia, um velho baú de recordações, uma história relembrada ou um cheiro que surge do nada.
Quando a mãe se vai, uma parte da sua história se perde para sempre. Existem coisas na sua vida que só a sua mãe saberia responder.
você liga e diz que sente a minha falta
encaro a porta da frente de casa
esperando uma batida
dias depois você liga e diz que precisa de mim
mas você não veio
no jardim cada dente-de-leão
revira os olhos de decepção
a grama decidiu que você é notícia velha
de que me importa
se você me ama
e sente minha falta
e precisa da minha presença
se não faz absolutamente nada
se eu não sou o amor da sua vida
com certeza serei a grande perda
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