Pequena Menina dos Olhos Castanhos
Tempos idos
Não enterres, coveiro, o meu Passado,
Tem pena dessas cinzas que ficaram;
Eu vivo dessas crenças que passaram,
e quero sempre tê-las ao meu lado!
Não, não quero o meu sonho sepultado
No cemitério da Desilusão,
Que não se enterra assim sem compaixão
Os escombros benditos de um Passado!
Ai! Não me arranques d’alma este conforto!
- Quero abraçar o meu passado morto,
- Dizer adeus aos sonhos meus perdidos!
Deixa ao menos que eu suba à Eternidade
Velado pelo círio da Saudade,
Ao dobre funeral dos tempos idos!
Ave dolorosa
Ave perdida para sempre - crença
Perdida - segue a trilha que te traça
O Destino, ave negra da Desgraça,
Gêmea da Mágoa e núncia da Descrença!
Dos sonhos meus na Catedral imensa
Que nunca pouses. Lá, na névoa baça
Onde o teu vulto lúrido esvoaça,
Seja-te a vida uma agonia intensa!
Vives de crenças mortas e te nutres,
Empenhada na sanha dos abutres,
Num desespero rábido, assassino...
E hás de tombar um dia em mágoas lentas,
Negrejadas das asas lutulentas
Que te emprestar o corvo do Destino!
Contrastes
A antítese do novo e do obsoleto,
O Amor e a Paz, o ódio e a Carnificina,
O que o homem ama e o que o homem abomina,
Tudo convém para o homem ser completo!
O ângulo obtuso, pois, e o ângulo reto,
Uma feição humana e outra divina
São como a eximenina e a endimenina
Que servem ambas para o mesmo feto!
Eu sei tudo isto mais do que o Eclesiastes!
Por justaposição destes contrastes,
junta-se um hemisfério a outro hemisfério,
As alegrias juntam-se as tristezas,
E o carpinteiro que fabrica as mesas
Faz também os caixões do cemitério!
As engrenages do capetalismo são lubrificadas pelos oleosos processos peculiarés à arte da alienação.
Tentei...
Não me diga o que fazer
Nem o que dizer
Pois você não sabe o quanto
Está sendo dificíl te esquecer
Você sabe o quanto eu tentei
Mas as minhas tentativas foram todas em vão.
Pois continuo a pensar em você da mesma forma
Suas lembranças me perseguem
Por muitas vezes cheguei a pensar
Que seria melhor fingir,que nada aconteceu
Mas não adiantou,não deu certo
Quero muito ter você por perto
Só assim me sentirei completo.
A suscetibilidade é um sintoma da ignorância. Os homens exageradamente suscetíveis, que tudo os ofende ou magoa, são sempre espíritos medíocres. A suscetibilidade é, assim, um dos recursos que a mediocridade usa para esconder ou desviar sua pequenez.
Aqueles que experimentam o poder uma vez nunca mais serão os mesmos.
Não é importante a rapidez com que se aprende, mas que se aprenda.
"De repente… o amor"
E de repente.
As primeiras palavras vieram.
E elas?
Já não eram mais mistérios…
… nem tão pouco…
... eram mais anonimato.
Elas…
… as palavras.
Elas juntaram os nossos olhares…
… e os nossos desejos.
E elas?
Foram se estendendo ao longo dos dias.
Transformando os nossos sonhos…
… e desenhando novos horizontes.
E de repente.
Nós passamos a viver uma história.
E ela?
Já não é mais história.
Não!
Pois ela deu um grande salto.
Aliás!
Um imenso salto...
… para o mundo da realidade.
E quer saber?
Como é suave essa nova realidade.
E de repente.
Os nossos sorrisos…
… os mais belos e sinceros.
Eles se misturaram de tal maneira…
… de tal forma.
Assim!
Sutilmente …
… e sem sombra de timidez.
Foi de um jeito tão sereno.
Que eu até me pego sorrindo sozinho.
E de repente.
De repente era isso o que faltava.
Sim amor!
Era você quem faltava.
Para abrilhantar os meus dias…
… e me empurrar para uma vida nova.
E de repente!
E de repente somos nós.
Do jeito que a cor do céu nos desenhou.
Cheio de brilhos…
… e mergulhados no amor.
Admilson
09/07/2020
