Pensamentos de Luis Fernando Veríssimo

Cerca de 80 pensamentos de Luis Fernando Veríssimo

E para os amores impossíveis: tempo.

Nessas horas sempre surge aquela tradicional perguntinha: Por que aquela pessoa pela qual você trocaria qualquer programa por um simples filme com pipoca abraçadinho no sofá da sala não despenca na sua vida?

Roubando corações

Pensei vagamente em estudar arquitetura, como todo o mundo. Acabaria como todos que eu conheço que estudaram arquitetura, fazendo outra coisa. Poupei-me daquela outra coisa, mesmo que não tenha me formado em nada e acabado fazendo esta estranha outra coisa, que é dar palpites sobre todas as coisas.

Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.

Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.

Falo a língua dos loucos, porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos.

Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino. Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração pela falta de uma única pessoa.

Ninguém é o que parece ou o que aparece. O essencial não há quem enxergue. Todo mundo é só a ponta do seu iceberg.

O mundo não é ruim, só está mal frequentado.

A diferença entre o Brasil e a República Checa é que a República Checa tem o governo em Praga e o Brasil tem essa praga no governo.

Falo a língua das loucos porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos nem suas vãs filosofias.

Não viro a cara para meus acusadores, embora eles só mereçam desprezo, mas os enfrento com um olhar límpido como minha consciência e um leve sorriso no canto da boca.

A maneira como você encara a vida é que faz a diferença. A vida muda quando você muda.

No fim, o que a gente mais sente falta do passado é o seu futuro.

Não vejo vantagem na reencarnação, a não ser que conte tempo para o INSS.

Não somos otários, como pensam. Somos hipócritas. Isto é, otários conscientes, otários assumidos, otários porque o contrário seria sucumbir ao amoralismo dos outros.

A família não nasce pronta. Constrói-se aos poucos e é o melhor laboratório do amor. Em casa, entre pais e filhos, pode-se aprender a amar, ter respeito, fé, solidariedade, companheirismo e outros sentimentos.

Com o tempo, os detalhes estragam qualquer biografia.

Vivemos cercados pelas nossas alternativas, pelo que podíamos ter sido.