Pensamentos de Agostinho de Hipona
Se conhecesses
o mistério imenso do céu onde agora vivo,
este horizonte sem fim,
esta luz que tudo reveste e penetra,
não chorarias, se me amas!
Estou já absorvido no encanto de Deus,
na sua infindável beleza.
Permanece em mim o seu amor,
uma enorme ternura,
que nem tu consegues imaginar.
Vivo numa alegria puríssima.
Nas angústias do tempo,
pensa nesta casa onde, um dia,
estaremos reunidos para além da morte,
matando a sede na inesgotável fonte
da alegria e do amor infinito.
Não chores,
se verdadeiramente me amas!
Todos os pecados se apegam ao mal, para que se realize, Só a soberba se apega ao bem, para que pereça.
Então, sim, ao amares teu inimigo, estás a amar um irmão. É esse o motivo por que o amor ao inimigo é a perfeição da caridade, já que a caridade perfeita consiste no amor aos irmãos. Ama e fazes o que quiseres; se te calas, cala-te por amor; se falas em tom alto, fala por amor; se corrigires alguém, faze por amor. Pois é preciso amar o homem e não o seu erro. O homem é obra de Deus, o erro é obra do homem. Ama a obra de Deus e purifica as obras do homem. Se existe o inimigo é porque existe o erro. Retira o erro e em vez de enxergares um inimigo, contemplarás um irmão.»
Não há dúvida que a memória é como o ventre da alma. A alegria, porém, e a tristeza são o seu alimento, doce ou amargo.
De fato, o amor da verdade é tal que os que amam algo diferente querem que aquilo que amam seja a verdade. Como não admitem ser enganados, detestam ser convencidos do seu erro.
