Pensadores Iluministas

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O macho fez força e desenvolveu uma saliência. A fêmea ausentou-se e criou um vácuo. Isso levou muito tempo para se consolidar e a base de muito sofrimento.

Inserida por IrmosVoltaire

⁠O conto do nada

O poeta se dedicava a contar histórias, contar para si mesmo. Histórias sobre coisas que não existiam, que ele inventava na hora. É fantástico, criar o mundo como quem joga xadrez consigo próprio. As histórias são piadas alegres ou tristes, grosseiramente desenhadas. Histórias de espionagem, cheias de riscos e suspense. Todas têm brilho, para satisfazerem o bom contista. Na minha história ninguém morre, os mortos ressuscitam e o final é feliz. Não há chefes, nem ninguém superior ou inferior, nem existe começo ou fim, porque a liberdade o exige.
O personagem sofre com tentações e obstáculos na sua corrida para casa a fim de escrever a história, antes que ela desapareça da sua mente.

Inserida por IrmosVoltaire


Um pouco de inteligência

Me chamam de idiota. Se com isso querem dizer que eu tenho pouca inteligência, têm toda a razão. A inteligência que eu tenho são uns poucos truques que aprendi agora. É por isso que eu sempre improviso. Improvisar é dar uma resposta sem usar o conhecimento ou o acúmulo de experiências. É responder à Inteligência. É pular num abismo sem paraquedas ou quaisquer garantias.

Inserida por IrmosVoltaire

⁠Escuridão

Se este mundo já existiu a algum dia, agora não existe mais nada. Pelas ruas cheias de poeira e detritos, abandonadas, vagam os espectros, no seu eterno ir e vir, carregando os seus acessórios imaginários, a sua personalidade, agora inútil. As árvores me fitam na escuridão com os seus olhinhos de musgo. Vou caminhando entre os fantasmas, sem saber se estou morto também, se não sou mais uma sombra que procura permanecer quando a muito não temos luz. Por que a Terra desapareceu e deixou esse gemido que ecoa ainda, ainda? Por que eu dormi e deixei que a vida fosse embora, mesmo antes de estar desperto e nada aproveitei do vinho da felicidade? Por que eu morri na praia, e por que lamentar?
A eternidade já passou e nós nem notamos!

Inserida por IrmosVoltaire

Se desejarmos estabelecer algo duradouro, não devemos sonhar em torná-lo eterno.

Malo periculosam libertatem quam quietam servitutem

Inserida por BiaFontes

Os escravos perdem tudo nas suas algemas, inclusive o desejo de se livrarem delas.

Desde que um homem foi reconhecido por outro como um ser sensível, pensante e semelhante a si próprio, o desejo e a necessidade de comunicar-lhe seus sentimentos e pensamentos fizeram-no buscar meios para isto.

0 que o homem perde pelo contrato social é a liberdade natural e um direito ilimitado a tudo que o tenta e pode alcançar; o que ganha é a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui.

Todo povo que, por sua posição, se acha na
alternativa entre o comércio ou a guerra, é em si mesmo débil.

Os usurpadores conduzem ou escolhem sempre esses tempos de perturbações para fazerem passar, graças ao espanto público, leis destruidoras que o povo não adotaria jamais em situação normal. A escolha do momento da instituição é um dos caracteres mais seguros pelos quais se pode distinguir a obra do legislador da obra do tirano.

Mas onde existe ainda esse homem da natureza que vive uma vida verdadeiramente humana; que não leva em consideração a opinião dos outros, e que se deixa levar pura e simplesmente pela por suas inclinações e sua razão, sem atentar para o que a sociedade e o público aprova ou censura? Procuramo-lo em vão entre nós. Em toda parte apenas um verniz de palavras; em toda parte apenas a ambição por uma felicidade que existe simplesmente na aparência. Ninguém se importa mais com a realidade; todos colocam a essência na aparência. Vivem como escravos e bufões de seu amor próprio. Não para viver, mas para fazer os outros acreditarem que eles vivem ". Rousseau, XVIII

A gratidão é uma dádiva que deve ser paga, mas que ninguém tem o direito de esperar que o seja.

A família é o primeiro modelo de sociedade política; o chefe é o pai, o povo são os filhos, e tendo nascido todos livres e iguais, não trocam sua liberdade a não ser pela utilidade. A diferença é que, na família, o amor do pais pelos filhos compensa os esforços que lhe exigem, ao passo que, no Estado, o prazer de comandar substitui o amor que o chefe não sente por seu povo.

Todo homem nascido escravo tem como destino ser escravo, nada é mais certo: os escravos perdem tudo em suas algemas, inclusive o desejo de se livrarem delas. Por isso, se há escravos por natureza, é porque houve escravos contra a natureza. A força constituiu os primeiros escravos, a covardia os perpetuou.

O mais forte nunca é forte o suficiente para mandar para sempre, se não transforma sua força em direito e a obediência em dever.

Enquanto um povo é obrigado a obedecer e obedece, faz bem; mas quando pode desfazer suas amarras e as desfaz, age ainda melhor; porque retomando a liberdade através das mesmas regras que usaram para retirarem-na, mostra que elas servem para obtê-la de volta ou não serviriam para subtraí-la de início.

A raça humana teria perecido se o homem não começasse sendo criança.

A mulher é a mais bela metade do mundo

N’este mundo existe um ser,
O primor dos seres criados,
Traz em si— doçura e prazer,
Inocência e mil pecados!

A poesia da existência
Só com ele s’encarnou;
Desde que o mundo surgiu,
Ele logo o dominou!

Dominou, dominará,
É lei…a natura o quer;
-- A trindade de um só ser:
Anjo! Demónio a Mulher!

Há no fundo das almas um princípio inato de justiça e de virtude, com o qual nós julgávamos as nossas ações e as dos outros como boas ou más; e é a este princípio que dou o nome de consciência.