Pensa em Ti

Pensa-se hoje na revolução, não como maneira de se solucionarem problemas postos pela atualidade, mas como um milagre que nos dispensa de resolver problemas.

Em qualquer iniciativa que tomes, pensa bem onde queres chegar.

Pouca gente pensa mais de duas ou três vezes por ano; eu ganhei reputação internacional a pensar duas ou três vezes por semana.

Quem muito pensa no futuro perde o presente.

Pode aquele que pensa que pode, e não pode aquele que pensa que não pode. Esta é uma indiscutível e inexorável lei.

Fale o que você pensa hoje em palavras tão enérgicas quando balas de canhão, e amanhã fale o que você pensar amanhã em palavras enérgicas novamente, mesmo que isso contradiga o que você disse hoje.

Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos.

Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo; quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo.

DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Não fales bem de ti aos outros, pois não os convencerás. Não fales mal, pois te julgarão muito pior do que és.

Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses.

Gosto e preciso de ti,
Mas quero logo explicar,
Não gosto porque preciso.
Preciso sim, por gostar.

O sorriso que ofereceres, a ti voltará outra vez.

Procura a satisfação de veres morrer os teus vícios antes de ti.

Se teu cão passa fome, qualquer pessoa que oferecer um pedaço de comida consegue afastá-lo de ti.

Enquanto não tiveres conhecido o inferno, o paraíso não será bom o bastante para ti.

O sábio como astrônomo. - Enquanto sentires as estrelas como algo "acima de ti" não possuis ainda o olhar do homem que sabe.

Procura nos outros as qualidades que eles possam ter; em ti, procura os defeitos que certamente tens.

Escava dentro de ti. É lá que está a fonte do bem, e esta pode jorrar continuamente, se a escavares sempre.

Mistério

Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,
Dizendo coisas que ninguém entende!
Da tua cantilena se desprende
Um sonho de magia e de pecados.

Dos teus pálidos dedos delicados
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende,
Murmúrios por caminhos desolados.

Pelo meu rosto branco, sempre frio,
Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas…

Talvez um dia entenda o teu mistério…
Quando, inerte, na paz do cemitério,
O meu corpo matar a fome às rosas!