Pedro Bial Sorriso
[...] É um movimento de carros pra lá e pra cá, um vai e vem de pessoas de todo os lugares, culturas se cruzam, costumes dos mais variados. Ônibus numa disputa acirrada pra cumprir a rota no tempo certo ou se não a cidade inteira desanda, tudo depende desse sincronismo, um vai puxando o outro, um depende do outro e nesse mundo do capitalismo os caminhos vão se encontrando, as metas vão se concretizando, os sonhos já não são mais sonhos e de repente tudo está ao nosso alcance. Os superiores como sempre só vão pensar neles mesmos então não se engane, corra e garanta seu lugar no futuro, seja competente, mas nunca deixando se perder o que você tem de mais precioso, suas origens.
[...] Não me venha com meias palavras, é tudo muito simples, a solidão acaba no começo de um abraço verdadeiro e ponto final.
[...] Quando eu tive a certeza que lutar por você valeria á pena eu quis correr todos os riscos possíveis e impossíveis afinal de uma maneira ou de outra a gente sempre vai correr riscos mesmo então eu escolhi você pra ser a minha meta, só que eu descobri que você era muito mais que uma meta, você era tudo, é tudo. Cai várias vezes, levantei em algumas e chorei em outras, mas nunca perdi as esperanças, eu seguia uma ordem cronológica de que as respostas não vem junto com as perguntas, e então e eu esperei, e sabe de uma coisa, não me arrependo de nenhum minuto que esperei, se fosse me dado uma nova chance pra recomeçar eu juro que faria tudo de novo, porque amor verdadeiro a gente só encontra uma vez na vida, e eu descobri isso, descobri que ele existia, em você.
[...] Num bar sentado olhando o movimento, um copo de Wisk na mesa, a gravata enrolada no pescoço, o palito jogado em cima da cadeira sem nenhuma companhia, de repente começa a chover e eu fico observando determinadas situações e comparo as pessoas como um programa de computador, em que são programadas pra todos os dias acordarem na mesma hora, tomar o mesmo café da manhã, seguir o mesmo caminho pra ir pro trabalho ou pro colégio talvez, pegar o mesmo ônibus o a mesma rodovia pra seguir de carro, chegar em casa na mesma hora a noite todos os dias e no outro dia fazer a mesma coisa. Diga-me, qual o objetivo de tudo isso? Diria que se não fosse ridículo passaria do óbvio, não me permito uma vida tão superficial assim, nunca vou sair vivo dela mesmo, mude enquanto há tempo.
[...] Quando você pensar em me subestimar eu já tenho dado partida rumo as minhas metas, e você vai ficar me procurando, buscando outra forma de acabar com meus sonhos, outra tentativa em vão, não é egoísmo, apenas autoconfiança mesmo.
Não tenho medo de quebrar a cara por fazer o que acho que é certo, tenho medo de não fazer o que eu acho certo e quebrar a cara.
Fale sobre e acima. Pense em existir, exista. Um conto, pouco e nada mais. O que vale, enfim, aqui ou não. Amanhã, hoje, agora, se não, somos quem somos e assim tudo apenas persiste ou anda. A ideia, o momento, uma percepção, o estreito do existir, em uma ou mais existências... Ah, divagamos em devaneios, sofremos em paz, temos paz, quando sôfregos. Viver é um estado, uma catalepsia em versos ao instante, instantes, em frames, pequenos vazios, grandes espaços ocupados, preenchidos, cheios do existir e resistir, assim a existência persiste e recomeça.... vamos juntos, somos um, somos muitos, sozinhos, tolos, todos, gratos, somos eternos em tudo, somos aprendizes...
"A vida é uma amálgama de sensações, um estalo do tempo, apenas uma breve percepção. Um sonho, talvez (...) um sopro de imaginação, uma emoção, somente uma ideia espalhada aos confins.
Quando se passa em frente a um espelho e vê teus olhos vermelhos de tanto chorar, olheiras gigantescas de tanto noites virar, teus olhos sem vida alguma já sem amor algum pra dar.
É ai que não se reconhece mais aquela criança feliz e animada que já foste um dia, agora só uma casca tentando conquistar mais um dia.
