Pe Fabio de Melo Amar

Temos segredos que não serão revelados nunca. Temos vontades guardadas em nós, sobre os outros que eles não entenderão ou se quer conhecerão. Não se revelam os causos ocultos que nem eu sei sobre mim. No íntimo de nossas obrigações e instintos, nos privamos de revelar tudo o que pensamos sobre quem amamos. Pedir desculpas nesses casos não é mostrar-se frágil, mas é reconquistar o que não se pode perder.

No íntimo de nossas obrigações e instintos, nos privamos de revelar tudo o que pensamos sobre quem amamos.

Não dá para perder assim tão fácil o que não sai fácil de nós. Não se perde tão fácil assim o que se esconde no coração. E não se deixa partir de uma vez o que se acredita fielmente que é nosso. Por direito conquistei e reconquistarei, deixei livre para experimentar meu próprio livre arbítrio. Para sonhar minha liberdade que me aprisiona.

Como se resgata uma pedra atirada ao mar? Não há como fazer isso. Não há como resgatar a pedrinha que submergiu no oceano, nem na praia seria possível o fazer. Medir as palavras sem despertar fúria, agir sob o efeito da raiva não é positivo. Negar as faltas é um erro, talvez até maior que somente omitir os fatos. Quando somos provados a isso descobrimos que somos capazes de poupar quem amamos e deixar de não tê-los conosco amanhã de manhã.

Se a palavra não é falada e o silêncio perdura se sabe que daí não sairá alguma coisa que possa magoar e num caso mais grave, se tem certeza que não acabará o que se levou tempo para construir.

Tenho medo guardado em mim. Que machuca, tira meu sono, tenta virar meus planos e acaba não me deixando. Envolvem-me de dor, lágrimas, agonia e isso não para.

Digo que sonhar vale tanto quanto ter amigos.

Transformarei todas as calçadas por onde eu passar em passarelas de majestade e brilho nos olhos de quem ousar me fitar.

Trago a fantasia dos contos que nunca viverei (e tirei proveito disso).

E tenho as maiores perolas do meu viver, meus irmãos.

Quebrei o silencio e falei. –“Eu cheguei!” e tão contente falei. Tão fascinado chorei, tão carente sorri, tão rico vivi e tão interessante eu falei, “Eu cheguei!”.

Confesso que sou um anjo cheio de defeitos e nem sei por onde começar as tantas reclamações embargadas nas grandes razões dos outros sobre mim.

Escrevo estórias sem fim de amor. O meu objetivo te prender em mim.

Estou conformado com a partida triunfal que farei ao céu.

Concordo com o silencio de saudade, de lágrimas de alegria, de tempo sem razão, de amor sem querer, concordo com o meio termo das palavras e com as meias de jogador de futebol.

Carrego junto a mim, alguém que talvez nem seja meu.

Espero o sorriso de Deus, assim como me é revelado todo o tempo no olhar do mundo todo.

Confesso que valia todo o conforto do colo de minha doce mãe.

Deixo cair solto de mim o tempero saboroso de minha alegria pagã. Deixo saciarem-se no meu pobre ânimo e tolo colo de fadiga, só o que tenho.

Esse charme real é só a beleza de minha flor mais cheirosa. A mansidão nas expressões, na calmaria de meu semblante, é dela. Que hoje dorme. Minha estrela mais brilhante.
O falar bonito diante desses, daqueles ou de vocês mesmo, é do talento do meu vaqueiro locutor e deus das mais belas paisagens feitas e rei das mais belas poesias que li. Devo-as a ele; O meu herói descansa.