Paulo Freire

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Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi um educador, escritor e filósofo brasileiro, o Patrono da Educação Brasileira. Seu método inovador – referência em vários países – defende o diálogo com as experiências do aluno, conferindo-lhe maior autonomia e autoestima durante a aprendizagem. Sua obra "Pedagogia do oprimido" (1968) é uma das mais citadas do mundo em trabalhos acadêmicos na área de ciências humanas.

A escola não transforma a realidade, mas pode ajudar a formar os sujeitos capazes de fazer a transformação, da sociedade, do mundo, de si mesmos.

Escolhi a sombra desta árvore para
repousar do muito que farei,
enquanto esperarei por ti.
Quem espera na pura espera
vive um tempo de espera vã.
Por isto, enquanto te espero
trabalharei os campos e
conversarei com os homens
Suarei meu corpo, que o sol queimará;
minhas mãos ficarão calejadas;
meus pés aprenderão o mistério dos caminhos;
meus ouvidos ouvirão mais,
meus olhos verão o que antes não viam,
enquanto esperarei por ti.
Não te esperarei na pura espera
porque o meu tempo de espera é um
tempo de quefazer.
Desconfiarei daqueles que virão dizer-me,:
em voz baixa e precavidos:
É perigoso agir
É perigoso falar
É perigoso andar
É perigoso, esperar, na forma em que esperas,
porquê êsses recusam a alegria de tua chegada.
Desconfiarei também daqueles que virão dizer-me,
com palavras fáceis, que já chegaste,
porque êsses, ao anunciar-te ingênuamente ,
antes te denunciam.
Estarei preparando a tua chegada
como o jardineiro prepara o jardim
para a rosa que se abrirá na primavera.

Não se pode falar de educação sem amor.

Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo. Por isso aprendemos sempre.

(...) transformar a experiência educativa em puro treinamento humano é mesquinhar o que há de fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador.

Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.

Um encontro de Paulo Freire e Ariano Suassuna e a aula-espetáculo dada por Ariano sobre a amizade:

Outra boa história, desta vez protagonizada por brasileiros, também traduz muito bem o significado da amizade. Ela é narrada pelo mestre paraibano Ariano Suassuna em suas famosas aulas-espetáculo, em que o escritor conta “causos” deliciosos a respeito de suas amizades. Um deles tem como personagem o educador Paulo Freire, um amigo queridíssimo de Suassuna. O escritor revela que, certa vez, encontrou Freire num evento e, muito saudoso – fazia muito tempo que não se viam -, correu em desabalada carreira para abraçá-lo, e o fez de forma efusiva, festiva e carinhosa. Como era um evento de grande porte, vários fotógrafos e cinegrafista da imprensa presenciaram o encontro, mas não tiveram tempo suficiente de escolher os melhores ângulos registrar as imagens espontâneas e comoventes dos dois mestres. Pediram então a Suassuna que repetisse a cena do abraço fraternal. Perplexo com a solicitação, o criador de "O Auto da Compadecida" – famoso pelo senso de humor e pela sinceridade – rebateu em seu sotaque inconfundível: “Ó ómi, onde já se viu? Então será possível representar amizade e afeto? Só se eu fosse ator! Como não sou, não posso fazer a cena de novo, não. Vocês me desculpem.” Nessa oportunidade, Suassuna deu uma aula-espetáculo sobre a amizade, sentimento desprovido de qualquer representação, fingimentos e farsas.

Gabriel Chalita
in Pedagogia do Amor

Homenagear o Paulo Freire, é mais que necessário nos dias atuais, não apenas homenageá-lo, quanto também passar adiante as suas ações, obras, modelo de ensino e o que de fato o Paulo Freire representa para a educação em si!

O método Paulo Freire não ensina a repetir palavras, não se restringe a desenvolver a capacidade de pensá-las segundo as exigências lógicas do discurso do abstrato: simplesmente coloca o alfabetizando em condições de poder re-existenciar criticamente as palavras de seu mundo, para, na oportunidade devida, saber e poder dizer a sua palavra.

Ernani Maria Fiori
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

Não se pode falar de educação sem amor.

Um dos grandes pecados da escola é desconsiderar tudo com que a criança chega a ela. A escola decreta que antes dela não há nada.

A assunção de nós mesmos não significa a exclusão dos outros

Não há vida sem morte, como não há morte sem vida, mas há também uma “morte em vida”. E a “morte em vida” é exatamente a vida proibida de ser vida.

Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos.

Paulo Freire
Pedagogia da Autonomia

Se é possível obter água cavando o chão, se é possível enfeitar a casa, se é possível crer desta ou daquela forma, se é possível nos defendermos do frio ou do calor, se é possível desviar leitos de rios, fazer barragens, se é possível mudar o mundo que não fizemos, ou da natureza, por que não mudar o mundo que fazemos: o da cultura, o da história, o da política?

A escola será cada vez melhor, na medida em que cada ser se comportar como colega, como amigo, como irmão.

Que é mesmo a minha neutralidade senão a maneira cômoda, talvez, mas hipócrita, de esconder minha opção ou meu medo de acusar a injustiça? Lavar as mãos em face da opressão é reforçar o poder do opressor, é optar por ele.

O que me surpreende na aplicação de uma educação realmente libertadora é o medo da liberdade.

Criar o que não existe ainda deve ser a pretensão de todo sujeito que está vivo.

Paulo Freire
Frases de Paulo Freire. Folha de S.Paulo, 3 maio 1997.

Porque é um ato de coragem, nunca de medo, o amor é compromisso com os homens.

Paulo Freire
Pedagogia do Oprimido