Partida
A pior dor, é a da perca.
A dor pior que a perca, é a que devemos, temos, e nos vemos obrigados a ter que abrir mão, para não perdermos nós mesmos.
Até onde é possível haver escolhas, sem haver dor?
O bom amor, o melhor amor, é aquele que não obriga você a deixá-lo perder nas memórias e no caminho.
O pior amor é aquele despertado bem e bondoso no início, e como rosa, se transformado em puro espinho, que cada vez corta, e corta, e fere.
Já não sinto dor. Já não sinto mais nada, já não sinto.
Só pergunto onde nos deixamos sermos mal amados, desamados, meio amados.
O amor que ficar, será aquele único que não fira e realmente ame em todos os sentidos das palavras, não apenas em alguns.
Preciso que o amor que fique, não seja tortuoso. Seja amor.
Saudade: a medida secreta do amor
Teus olhos, agora estrelas,
não brilham menos por estarem distantes.
São vigias do meu sono,
um farol que ilumina a noite longa.
Tua voz é sussurro no vento,
um segredo guardado nas folhas secas,
canta memórias nos cantos esquecidos do dia,
um eco que não se apaga,
uma melodia que insiste em ficar.
A saudade não pede licença,
entra sem bater na porta.
Sons, cheiros, risos:
tudo rompe o silêncio da sala.
É o amor que ficou,
pedaços teus que não souberam partir,
estilhaços da tua presença,
que agora moram na ausência.
Sentir saudade é um pacto,
uma entrega,
o ensaio da presença que já não volta.
Dizer "sinto saudades de você"
é confessar: "eu te amo ainda".
A ausência é cheia demais,
carrega teu cheiro, tua risada,
o peso do que não foi embora.
Saudade é régua,
a medida secreta do amor,
o peso e a prova de tudo o que fomos.
Tesouro que o tempo não apaga,
que a ausência não rouba.
Saudade é o amor que persiste,
um grito surdo que ecoa,
buscando-te em cada esquina do tempo.
Se o amor é âncora,
a saudade é barco à deriva.
Navega sempre em busca do que perdeu.
Nem tanto ao mar,
nem tanto à rocha:
foi no equilíbrio das ondas
que minha saudade ancorou
no porto invisível do meu coração.
Minha anjinha voltou para a fonte criadora, minha Nina 🐈, obrigada por ter me feito companhia por 8 anos e ter iluminado minha vida com muito amor, carinho e inocência. Que saudade que fica, mas a gratidão é imensa. Vai na paz meu amorzinho. 22.11.2021
Embora que eu saiba que a nossa separação é momentânea, pois logo nos veremos novamente, a cada partida a tristeza se faz presente.
Não serão poucas as vezes que nós, animais racionais ou não precisemos ir em algum ponto aos nossos extremos.
Doar algum órgão ao outro amado ou pra alguém que necessite sobreviver. Algumas aves mutilar-se arrancando suas unhas feito a águia, igual à todo Pai ou Mãe, empurrar nossas crias despenhadeiro abaixo pra que elas alcem voo e também sobreviva.
É a vida que pede evolução!
CONTINUE A JORNADA
Tenho um ticket só de ida na mochila, é hora de embarcar em uma jornada rumo ao desconhecido. Um sonho de ainda ser feliz e uma esperança no bolso, que restou da última desilusão. É hora de deixar para trás a dor e seguir em frente, sem permitir que ela volte a pegar carona.
É hora de ir de encontro ao horizonte, enfrentar as tempestades, pisar na lama e dançar no meio da estrada. É hora de abrir as asas e voar, tocar o céu, ver o mundo lá do alto. O meu destino já está aí e de mãos dadas, descemos juntos, sem pensar em um desfecho, somente na próxima parada.
Essa jornada será cheia de desafios e incertezas, mas essa é a beleza dela. É hora de deixar de lado as preocupações com o futuro e viver o presente. É hora de se permitir seguir seus sonhos e desejos, sem medo do que o futuro pode trazer.
Este é um ticket só de ida, mas não é o fim da jornada, é o início de uma nova vida. Então, se você também tem um ticket só de ida na mochila, embarque nessa aventura e siga seu coração. O mundo está esperando por você.
Uma despedida difícil
É amar e ver que não pode ser.
Como a árvore que não cresce
No solo que não a nutre.
Ficar seria esperar pelo impossível,
Tolerar a ferida que não sara,
Aceitar o pouco, perder-se
Na tentativa de não perder o outro.
A natureza não espera,
Não hesita, não sofre.
O rio corre sempre para o mar,
Mesmo que deixe a montanha para trás.
Sabemos que deixar ir dói,
Mas é o caminho para a cura.
Às vezes, partir é amar,
Não por falta de amor ao outro,
Mas por amor a nós mesmos.
Com a simplicidade do vento
Que sopra sem mágoa,
Partimos, porque tudo é como deve ser,
E no amor-próprio encontramos a paz.
A vida é um jogo que só acaba quando morremos, tirando isso, sempre estamos recomeçando uma nova partida...
O EMBARQUE
Lourdes Duarte
Observei atentamente o momento do teu embarque
Da plataforma vi a aeronave iniciando o “pushback”
Meu coração naquele momento batia forte
Pois já sentia e tua falta que duraria logos dias!
Ainda te fiz um aceno na esperança que notasses
Mas, depois, entre nós dois se erguei o céu e o mar
Uma grande saudade que me apertou o peito
Quando o avião subiu, e o trem de pouso recolhido foi.
Céu e mar meus olhos avistavam numa infinitude
Pouco a pouco a aeronave entre as nuvens sumir,
Diante dos meus olhos tristonhos, lágrimas desciam
Vi tua partida que duraria dias, para mim, eternidade.
Meus olhos via o horizonte infinito e vazio
Assim como foram meus dias distantes de ti
Pacientemente te esperei meu amado,
Pois sabia que um dia voltarias pra mim.
*****
Quem ama espera e não aprisiona, quem ama confia, quem ama deseja o melhor para o outro, mesmo que dias ausentes tenha que existir.
O show já terminou
atrasado você chegou
o vento já ventou
o sol já brilhou.
Agora é realidade
passaram vilas e cidades...
arrumei a mala e parti
de esperar você desisti....
O show já terminou
o que era pra ser...
nem começou
agora já estou de partida
e agradeço
pelo que você não fez na minha vida.
Despeço-me agora...
vou embora.
Em boa hora dirão alguns
não vá embora dirão outros.
Degradada, desamparada
aniquilada... não sou mais nada.
Entristecida com o que me presenteou a vida
magoada com quem me tirou a vida.
Despedida...
é de lágrimas e dores
que são feitas as partidas.
Travessia
Hoje acordei com a estranha sensação de leveza.
Da vida vi toda a beleza.
Do futuro tive certeza.
“Mereço zelo, carinho, cuidado.’
Sei que no meu seguir nada vai dar errado.
Há flores.
Há cores.
Livre pra todos os sabores.
Eu achava que era preciso ter o caos.
Achava...
Não, não nasci assim...
A desordem não é pra mim.
Talvez, quem sabe, pode ser...
Com isso viver deixo pra ti.
Abri a porta.
Abri a mente.
Sem nada em mãos, nem em mente.
Parti.
E não vou olhar pra trás
Devaneios
Tanto tempo passado.
Você tão ao meu lado.
Tudo parecia tão conectado.
Como estava enganado.
Tanto verbo empregado.
Tanto diálogo só de um lado.
Minha vida... falida.
E agora você está de partida.
Não vi os sinais?
Foi tudo puro devaneio?
Eu me pergunto...
Tento e tento...
Exatamente a que você veio?
O tempo é verdadeiramente implacável, e bem que poderia se atrasar, principalmente em relação a partida de quem amamos
A Arte Secreta de Partir
Não ficaremos presos ao sofrimento para sempre. Haverá um momento em que o cansaço vencerá o choro, em que o silêncio será resposta, e a aceitação, descanso.
Aceitaremos que chegou ao fim. Que nada mais mudará.
Mas não partiremos de qualquer jeito. A despedida precisa de tempo, de rito, de memória.
Então, nos ergueremos. Nos arrumaremos. Sorriremos para que fiquem as melhores lembranças, para que até o perfume da pele se transforme em saudade boa.
Arrumaremos a casa. Veremos os amigos. Daremos abraços longos— daqueles que dizem, sem palavra alguma, que ali, naquele calor, se pudéssemos escolher, ficaríamos para sempre.
E talvez gargalhemos, para que o som ecoe na eternidade.
Antes de partir, a gente se deixa. Porque, embora a decisão já tenha sido tomada, o desejo é ficar.
Ficar no olhar de quem nos viu, no toque de quem nos sentiu, nas memórias de quem nos amou.
E ser lembrada da melhor forma possível.
Sorrindo.
O QUE FUI
O que fui, ficou parado na vida
Meu sorriso aberto, um dia chorou
A saudade de mim, em mim agora atordoa meu ser
O vazio me mata
Caí, e gravemente feri-me
O pesadelo acordou, já não sonho
Na cama vazia eu busco refúgio
Meu chão é meu hoje, não tenho amanhã…
Perdi ilusão
Hoje proclamo o dia da perda, não mais ouço meu grito
A vida é nefasta em mim, não creio em mais nada
A lua apagou lá no alto
O brilho do sol não volta amanhã aquecer meu viver
A cidade é vazia
O veneno não me consola, me isola e me salva do nada
Omitir pra viver, me disseram
Eu não quero
Quero ser livre, quero ser eu, e já não posso
No vento forte caí, queria poder levantar
Bater a poeira e voltar a viver
Mas…Já não posso fazer
O meu tempo foi ontem, o passado levou
Meu espelho já não mais pode me ver
Parti, fui embora de mim
No dia que a ti me dei por inteiro
E hoje por detrás dos trapos em que me escondo
Vivo estou, na letargia do tempo
Tempo que em mim parou
Nas profundezas do pântano
Que todo meu ser mergulhou
Reflita:
O meu mais de meio século vivido nesta terra, me mostrou que até os mais nobres são esquecidos após sua partida, uns mais e outros em menos tempo!
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