Para o nosso Filho Fruto da nossa Uniao

O dinheiro é o único poder que nunca se discute.

Soneto oco

Neste papel levanta-se um soneto,
de lembranças antigas sustentado,
pássaro de museu, bicho empalhado,
madeira apodrecida de coreto.

De tempo e tempo e tempo alimentado,
sendo em fraco metal, agora é preto.
E talvez seja apenas um soneto
de si mesmo nascido e organizado.

Mas ninguém o verá? Ninguém. Nem eu,
pois não sei como foi arquitetado
e nem me lembro quando apareceu.

Lembranças são lembranças, mesmo pobres,
olha pois este jogo de exilado
e vê se entre as lembranças te descobres.

A vida é o último hábito que se deve perder, porque foi o primeiro que se tomou.

O dever é aquilo que exigimos dos outros.

Do mal não pode nascer o bem, assim como um figo não nasce de uma oliveira: o fruto corresponde à semente.

Nunca lamente uma ilusão perdida, pois não haveria fruto se a flor não caísse.

A gratidão é um fruto de grande cultura; não se encontra entre gente vulgar.

O fruto de cada palavra retorna a quem a pronunciou.

A ação perfeita é o fruto da meditação perfeita.

A felicidade não é fruto da paz, é a própria paz.

A ação é o verdadeiro fruto do conhecimento.

Não devemos mostrar a nossa cólera ou o nosso ódio senão por meio de atos. Os animais de sangue frio são os únicos que têm veneno.

Quanto mais aumenta nosso conhecimento, mais evidente fica nossa ignorância.

É mais difícil ferir a nossa vaidade justamente quando foi ferido o nosso orgulho.

A vaidade dos outros só vai contra o nosso gosto quando vai contra a nossa vaidade.

Não é só a razão, mas também a nossa consciência, que se submetem ao nosso instinto mais forte, ao tirano que habita em nós.

Todo o nosso saber se reduz a isto: renunciar à nossa existência para podermos existir.

O nosso bem tal como o nosso mal não existem senão na nossa vontade.

Custa menos ao nosso amor-próprio caluniar a sorte do que acusar a nossa má conduta.

Salvo se formos cretinos, morremos sempre na incerteza do nosso próprio valor e do da nossa obra.