Para o nosso Filho Fruto da nossa Uniao

Muitas vezes parece que o diabo bate à nossa porta, mas é simplesmente o limpa-chaminés.

Devemos avaliar a nossa riqueza conforme os meios de que dispomos para satisfazer o que desejamos.

A felicidade ou a desgraça da velhice não costuma ser outra coisa do que o resíduo da nossa vida passada.

Devemos gostar de uma convicção apenas porque é verdadeira e não porque é nossa.

Há muitos homens reputados infelizes na nossa opinião, que todavia são felizes a seu modo, segundo as suas ideias.

A impotência de hoje paralisa as nossas mãos. Mas saibamos tornar a nossa angústia útil à geração que nos vai substituir. Seremos a pedra com a qual os nossos filhos farão um pilar da casa futura.

A melhor saúde é não sentirmos a nossa saúde.

A ignorância, exagerando a nossa pouca ciência, promove a nossa grande vaidade.

A nossa razão torna-nos por vezes tão infelizes como as nossas paixões; e pode dizer-se do homem, quando isso acontece com ele, que é um doente envenenado pelo próprio médico.

Arguimos a vaidade alheia porque ofende a nossa própria.

A morte, que há-de vir para todos, chegará nobremente se dermos as nossas posses e a nossa vida para ajudar os homens a viverem.

Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.

Não o que temos, mas o que desfrutamos constitui nossa abundância.

Talvez amar alguém seja o único ponto de partida para tornar nossa a nossa vida.

A nossa vida é o que damos.

Sono! Quanto nos tira da nossa eternidade!

Só se tem uma coisa bem nossa, é o desejo.

São incalculáveis os benefícios que provêm da noção de incerteza do dia e ano da nossa morte: esta incerteza corresponde a uma espécie de eternidade.

Há invejosos que parecem de tal forma acabrunhados pela nossa felicidade que até quase nos suscitam a veleidade de os lamentar.

O primeiro dos nossos deveres é pôr a descoberto a nossa ideia do dever.