Padre Fabio de Melo Cultivo
Aí foi que finalmente eu me dei conta que, toda vez que te vejo na rua, mesmo depois de quase sete meses distante, eu sempre me derreto e me apaixono por você. Dei conta que sempre estive pronto pra começar algo, pra dormir e acordar vendo aquele sorriso doce, enorme, indispensável. Eu só queria poder te ter além desses acasos da vida, mas é que pra mim é difícil aceitar as coisas desse jeito, é difícil aceitar ser a sua segunda opção.
Eu disse “Não se preocupe comigo”, enquanto na verdade eu queria gritar “Por favor, cuida de mim só mais um pouco”.
E eu, apesar de tantos desamores, continuo acreditando que algum dia - nem que seja por tão pouco, nem que seja por quase nada - alguém se apaixone de verdade e as coisas finalmente deem certo. É como um "dane-se" pra mim mesmo. Vou continuar tentando, conhecendo, quebrando a minha cara.
Porque seria burrice demais perdoar o mesmo erro pela terceira vez. Compreendi, de uma vez por todas, que não dá pra ficar tentando fazer suco com fruta podre.
(...) Queria tentar de alguma forma livrar mais um ser humano de tanta dor. Eu te salvaria desse filme repleto de drama que ninguém entende, só eu sei de cor.
Mas embora eu estivesse loucamente apaixonado e quisesse mostrar para Deus e o mundo esse sentimento, percebi que eu estava exagerando, me expondo, gritando aos sete ventos. Era perigoso. Entendi que posso amar, tranquilamente, sem precisar contar pra ninguém. Algumas vezes, o que fica em silêncio e não é tocado no coração dos outros, prevalece mais.
Sinto, desde ontem, que toda aquela pilha de ansiedade e inquietação que eu adquiri por sua causa está pegando a estrada. Quero muito sossego pros meus próximos dias.
E de repente, apenas sentir aquela quentura provocada pelo movimento das mãos dadas com ele, já te satisfaz.
E de novo, em mais uma temporada, eu interpreto um mocinho insosso. Faço a linha bobo, certinho, preocupado, apaixonado, inseguro, entregue e careta. Nada dá certo na maioria dos capítulos. E quando dá, é cena curta.
(...) É que eu, nem sei como dizer, mas me sinto como uma música, entende? Sou escolhido, ouvido, levado a um momento, até perder qualquer graça e definição, e depois descartado. Tocado e trocado, vejo como ironia ver a semelhança no quase antônimo.
E quando ele sorria, eu tratava de registrar aquele bendito momento dentro de algum canto em mim. Eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, eu seria obrigado a me contentar apenas com as lembranças.
Não é que eu pensei outra coisa de você? Nunca passou pela minha cabeça que fosse áspero, insensível, cheio de desculpas. Às vezes meu sexto sentido falha.
Ponha na cabeça que você precisa parar de reclamar da ausência de quem não faz a mínima pra ficar com você.
Não sei dizer se em algum momento cheguei a ver você além do que um amigo. Se deixei de associar sua imagem a isso e passei a te ver completamente como outra pessoa, como você queria. Não sei se houve algum segundo em que passei a te enxergar como alguém que eu pudesse criar esperanças, me apaixonar de verdade. Me desculpa, mas acho que o tempo todo te vi apenas como uma possibilidade de abafar minhas dores, esvaziar meus medos, espantar meu choro.
Lamentei porque teve uma hora que pareceu que tudo estava dando certo, entende? Parecia que finalmente alguém tinha prestado atenção em mim.
Acho que só eu via beleza naqueles olhos atormentados, escuros, carregados. Só eu me apaixonei por aquilo.
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