Olhar Vazio

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Uma lágrima ingênua escorre pelo seu rosto. Para um momento no queixo, indecisa. Então, empurrada pela dor, dá um pulo no vazio.

⁠"Quando sua própria alma está triste e vazia, até a felicidade dos outros lhe incomoda."

⁠Quando todas suas ações são regidas por "por quês", seu mundo não gira fora do "e se". E quando não temos nada além de dúvidas, o vazio é tudo que nos resta.

Te dou espaço, mas te quero em meus braços, olfato, tato.
Só não sou gaiola, tão pouco aceito ou dou esmola.
Nada de algemas, nossa vida já é tão complicada.
E se prefere ficar só, sentindo o latejar de suas cicatrizes, chorando, calada, eu deixo. Mas meu colo sempre estará aqui.

O Paradoxo da plenitude.

Para preencher vazios existenciais, nos fragmentamos em pequenas partes, tentando nos encaixar na vida de outras pessoas, sem percebermos que no processo nos tornamos ainda mais incompletos.

⁠⁠O rio corria incessantemente, mas parecia secar vagarosamente. Gota por gota, pude sentir se esvaindo de mim. Não somente indo para longe, mas sugando tudo de mim e me deixando com sede e totalmente vazio. Já não tinha mais forças para correr em busca de suas águas e já não podia mais sentir a brisa no meu rosto. O Sol castigava dia após dia e a estiagem se prolongou até hoje e quem sabe até amanhã ou depois.
Meu universo que havia se tornando um pouco azul, voltou a ser acinzentado, agora com traços negros de solidão, algumas texturas vermelhas de traumas, e vários tons de ingratidão.
Meu corpo inerte e sem forças jogado pela imensidão do universo, como um astro desgovernado, perdido no vazio, vagando sem rumo

Procurar algo e não encontrar se torna um ciclo vicioso quando o provisório satisfaz o que queríamos para sempre. Nessa quebra de princípios sentimos o vazio e a iminente vontade de sairmos rapidamente da situação tornando-nos vez após vez mais vazios de sentimentos, aguçando o desrespeito por nós e nos fechando para a verdadeira essência do amor. Culpamos a nós e as intenções más dos que queriam também aquele momento e aquela situação e deixamos de lembrar que ocupávamos o tempo dando margem aos acontecimentos. Quanto mais vivemos em um mundo onde as palavras mansas e imagens de estalar os olhos nos fisgam para o temporário, mais nos afastamos da satisfação permanente abrindo portas e janelas para o indigesto. Morder mais do que podes mastigar se resume tudo aquilo que tem e ao mesmo tempo se faz falta.

⁠Todos os dias por volta das 18 horas meu coração aperta e sinto um nó na garganta. O único lugar que desejo nessa hora é estar na nossa casa. Poder ter você por perto. Tomarmos café juntos. Assistir o jornal da Record ou SBT. Depois as novelas bíblicas. Ao final deitar ao seu lado e adormecer com vc. A falta de ter isso com você arrasa com minhas noites. Nunca me acostumei com a cama vazia e seu lugar vago ao meu lado.

Aquela cadeira de balanço
Pra frente e para trás
Esse é seu destino
Sua finalidade
E sempre fará seu papel
Dar conforto aqueles que já se cansaram
Cansaram talvez do que nada fazem
Cansados de nada serem
Buscando o que não existe
Vivendo o inevitável
Uma vida de balanço
Balanço este que não enjoa
E nem para
E nem deve
Pois é sua função
Dar movimento aqueles que mesmo parados
Querem se mover
Movem-se no vazio
Na ilusão do simples ser
Contentam-se nisso
Numa vida de balanço

I/ ABISMO

OLHO O TEJO, e de tal arte
Que me esquece olhar olhando,
E súbito isto me bate
De encontro ao devaneando -
O que é ser-rio, e correr?
O que é está-lo eu a ver?

Sinto de repente pouco,
Vácuo, o momento, o lugar.
Tudo de repente é oco -
Mesmo o meu estar a pensar.
Tudo - eu e o mundo em redor -
Fica mais que exterior.

Perde tudo o ser, ficar,
E do pensar se me some.
Fico sem poder ligar
Ser, idéia, alma de nome
A mim, à terra e aos céus...

E súbito encontro Deus.

II/ PASSOU

Passou, fora de Quando,
De Porquê, e de Passando...,
Turbilhão de Ignorado,
Sem ter turbilhonado...,

Vasto por fora do Vasto
Sem ser, que a si se assombra...

O Universo é o seu rasto...
Deus é a sua sombra...

III/ A VOZ DE DEUS

Brilha uma voz na noute...
De dentro de Fora ouvi-a...
Ó Universo, eu sou-te...
Oh, o horror da alegria
Deste pavor, do archote
Se apagar, que me guia!

Cinzas de idéia e de nome
Em mim, e a voz: Ó mundo,
Sermente em ti eu sou-me...
Mero eco de mim, me inundo
De ondas de negro lume
Em que para Deus me afundo.

IV/ A QUEDA

Da minha idéia do mundo
Caí...
Vácuo além de profundo,
Sem ter Eu nem Ali...

Vácuo sem si-próprio, caos
De ser pensado como ser...
Escada absoluta sem degraus...
Visão que se não pode ver...

Além-Deus! Além-Deus! Negra calma...
Clarão de Desconhecido...
Tudo tem outro sentido, ó alma,
Mesmo o ter-um-sentido...

V/ BRAÇO SEM CORPO BRANDINDO UM GLÁDIO
( Entre a árvore e o vê-la )

Entre a árvore e o vê-la
Onde está o sonho?
Que arco da ponte mais vela
Deus?... E eu fico tristonho
Por não saber se a curva da ponte
É a curva do horizonte...

Entre o que vive e a vida
Pra que lado corre o rio?
Árvore de folhas vestida -
Entre isso e Árvore há fio?
Pombas voando - o pombal
Está-lhes sempre à direita, ou é real?

Deus é um grande Intervalo,
Mas entre quê e quê?...
Entre o que digo e o que calo
Existo? Quem é que me vê?
Erro-me... E o pombal elevado
Está em torno na pomba, ou de lado?

[1913?]

Ele me olhava triste. Eu não suportava seu olhar triste a lembrar-me das vezes todas que o tinha procurado inutilmente pelas ruas sem encontrá-lo. Agora que o encontrava, já não o procurava. E um encontro sem procura era tão inútil como quanto uma procura sem encontro.

Eu me pergunto: se eu olhar a escuridão com uma lente, verei mais que a escuridão? a lente não devassa a escuridão, apenas a revela ainda mais. E se eu olhar a claridade com uma lente, com um choque verei apenas a claridade maior.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

‎Você vai me enganar sempre que eu bobear
Você vai me enganar sempre
Com inocência no olhar
Jeitinho de ovelha mansa
Só pra disfarçar
Mas teu riso de criança
É um truque vulgar
Dando ataques de ciúmes
Levantando a minha moral
Você vai me enganar sempre
É o teu jeito de amar

Parei um pouco de escrever para olhar pela janela e principalmente para ver se eu conseguia deter o pensamento. Acho que consegui. Porque quando começo assim não consigo mais parar, e não quero ouvir eles dizendo que não tem remédio, que eu não tenho cura, que você não existe. Depois eu paro e fico olhando a porta por onde você não entra, o telefone por onde você não fala, e então penso que talvez eles tenham razão, que talvez você não venha mais, e com dificuldade consigo até pensar que talvez você não exista mesmo. Mas não é possível, eu sei que não é possível: se estou escrevendo para você é porque você existe.

Você me descobriu, em todos os sentidos. (...) Você me capturou com o olhar e agora estamos assim, quase frente a frente, procurando um caminho em comum.

Mas acontece tipo assim: lembro do seu rosto, do seu abraço, do seu cheiro, do seu olhar, do seu beijo e começo a sorrir, é assim mesmo, automático, como se tivesse uma parte do meu cérebro que me fizesse por um instante a pessoa mais feliz do mundo, mas que só você, de algum modo, fosse capaz de ativar.

‎'Olhar pra ele é o fim do mundo,
o fim da rotina, o fim da dor, o fim da espera.
Ele é vida nova e tudo vai dar certo.'

Não se prenda a mim, não se limite, não pare de olhar para fora. Daqui a pouco vai ser muito tarde, eu sei que é assim porque eu sinto isso.

Quando finalmente resolvo meu problema de torcicolo, não tenho mais nenhuma vontade de olhar pro lado.

Você sabe que não sou mulher de arrependimentos, de olhar pra trás, essas coisas.

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