O Valor do ser Humano Rubem Alves
Caborje na beira
do rio não sou
e nem nunca serei,
Posso ser o quê quiser
amuleto ou maldição
dependendo de quem,
longe de ser superstição.
Nos lábios e coração
passar por sedução
o mel de Guadalupe
por sensual atrevimento.
Ser a tua alucinação
e a sua perdição
no jardim secreto
da nossa imaginação.
Atemporal com hibiscus
raros nos cabelos a aparição
divinal de amor e paixão.
Quando chegar o momento
a rota que não precisará
jamais de convencimento.
Sentir o quanto é cruel
é um cessar-fogo
desrespeitado por quem deveria
ser fiel as regras do jogo,
Faz com que eu me decepcione
ainda mais com quem
tem o poder fazer e nada faz,
Assim escrevo cada letra
com cada lágrima que não jaz.
12/11
Quando a gratidão
visivelmente
faltarem com você,
Busque ser
o seu próprio lar
para ninguém
mais de partir
para cultivar a coragem
de prosseguir.
Passar por perto de Caille,
permitir o mar levar
para o destino encontrar
e ser festa para você.
Deixar que o mundo
não venha abalar,
Tudo aquilo que estamos
prontos para viver.
Sempre soube que serei
para você tudo como
és o Universo para mim.
Assim já está escrito
que somos início
e reinício até o infinito.
Quem tem o espírito livre
realmente jamais permite
que asfaltem os sentimentos
por ser de fato consequente.
Tornar-se uma rua pavimentada
para que planos de poder
possam passar tranquilamente
é uma opção muito perigosa.
Porque coloca o destino sob
o risco de vir a ser um caminho
sem volta para cada um de nós.
Em nome daquilo que tem valor
resistir é a real e segura opção
daquele que da paz é portador.
Na Ilha da Palmeira em Aruba
deixo-me ser parte do azul,
do ritmo das correntes do mar
e do teu lindo e amoroso olhar.
Quando menos você pensar,
o teu magnífico amor irá me dar
e dele não vou escapar porque
esta hora está prestes a chegar.
Não precisamos de nada para viver
a não ser aquilo que faça o coração derreter e alimente o mútuo querer.
Na embarcação do sentimento
seguimos no mesmo embalo
até a marina do envolvimento.
Permitir deixar ser conduzida
pelas correntes e amorosos abraços
da maravilha das Pequenas Antilhas
até São Vicente e Granadinas
Ao redor de Petit Saint Vincent
deixar o olhar se deslumbrar
pela beleza, pelo seu mistério caribe
e desejar o seu amor sem limite
Contar com o tempo como aliado
para fazer bem feito para ter
o seu coração sempre apaixonado
Ser porto seguro e embarcação
lado a lado para sempre agradecer
pelo amor ter nos encontrado.
Aquela que oculta o possível
conhecimento ou algo talvez,
sem deter nem por vontade
por ser a própria liberdade.
Nas Pequenas Antilhas deixar
que as correntes levem até
Calypso Island em Granada
e confiar no desfecho do destino.
Que me faça te encontrar são
e salvo deste mundo em viração
para que me coloque no coração.
Tudo aquilo que mantém a vida,
temos com apaixonada devoção,
e para nós só o amor é embarcação.
Uma onda quando é
forte ela tende a recuar,
Prefira ser mar calmo
para sempre dominar.
Em mar revolto não
se costuma navegar,
Mar calmo e Sol
convidam a mergulhar.
Na Ilha Maria Francisca
ser tua Lua a beijar-te mar,
e assim nos encontrar.
Enveredar no ponto
exato e as estrelas
contigo não parar de contar.
Sempre que as camélias
florescem em Rodeio,
Nos meus olhos
fazem um jardim,
Quero ser para os teus
olhos como elas
para trazer-te para mim,
cobrir-te de mimos,
e dizer sem dizer nada enfim.
Alma maruja traz um pouco
de tudo aquilo que precisa
ser refeito na Baía da Babitonga
que eu já perdi a minha conta.
Embora não tenha perdido
a esperança de Ilha Alvarenga
por ser poesia, poema e poeta
com apego ao mar e esta terra.
Desistir não é e nem nunca
será a opção porque viver
é o quê move pleno o coração.
Não perder jamais as correntes
e deixar que pousem solenes
na existência feita para a navegação.
Barra de São Francisco do Sul
é perto da onde que assumo
ser como a escuna que alisa
o mar do teu romance e delícia.
O rumo nas mãos da ventania
leva ao Arquipélago das Graças
porque é assim que se escreve
a leveza e o sentido de ser perene.
Parar ali sem mais nem o porquê
por um instante na Ilha da Paz
sem querer na vida nada a mais.
No final entender que amor é
sem mistério em águas tranquilas
e transparentes do divino querer.
A Ilha Feia não tem praia
e não deixa de ser menos
bela por ser coberta
de Mata Atlântica plena
Não tens a metade dela
e julga o próximo segundo
a sua própria imaginação
em nome da destruição
Ser como a ilha é ambição
daquele que tem a ciência
de eleger a rota de renovação
Por isso opto ir de acordo
com a minha intuição
e para alguns casos a silenciação.
A tua memória tem agido
como buscando o ninho
na Ilha do Xavier haverá
de ser por mim e assim será.
Leio isso na dimensão
do meu Atlântico Sul,
pleno desta Pátria Austral,
num rito jamais visto igual.
Em ti a minha existência
habitante tem escrito
o seu secreto romance.
Espiando-me no buraco
da fechadura os teus olhos
meninos de amor têm inundado.
Rio Grande do Jaó de Pedra
criado por Deus para ser
o meu, o seu e o nosso destino,
Nascido na Serra do Espigão,
é irmão do Sol, da Lua
e das estrelas bem aqui
no magnífico Vale do Itajaí
que é em qualquer estação bonito.
Tornado Rio Itajaí-Açu que traz
a este Vale motivos para seguir
sorrindo pela confluência gentil
entre o Rio Itajaí do Sul
e o Rio Itajaí do Oeste,
nos irriga, sustenta e benze,
Mesmo os mais simples gestos
de preservação ele agradece
mesmo que conosco não converse.
Enfeitando com inspirações
as nossas vidas com tão
lindas e sublimes vistas
generosamente tais dádivas
com louvor sempre concede;
Tomar conta com a fineza
que o Rio Itajaí-Açu merece,
também é agradável prece,
que o Bom Deus também agradece.
Pau de Fitas
Na auge da Festa Junina
quero ser a ventania que
enquanto dança o Pau de Fitas
balança as bandeirinhas
e nossas expectativas meninas.
Cruzar o seu encantador olhar
e com jeitinho de acarinhar,
quando a gente se encontrar
no Tramadinho ou no Trenzinho,
perceberá que és o meu amorzinho.
No Zigue-Zague não deixar
para depois assim será
quando no Zigue-Zague a dois
o calor do meu toque
carinhoso com o teu encontrar.
Quando a hora chegar
da Feiticeira a gente dançar,
a tua atenção despertar,
para a Rede de Pescador
encantar de vez o seu amor.
Fogueira de São João do Itaperiú
Não canso de querer
ser para esse sorriso
que por onde passa
brilha mais do que
todas as estrelas
em noite de São João:
no céu do coração.
O teu jeito faceiro,
sem nenhum exagero,
me põe em arraial,
com temperatura igual
à altura da fogueira
de São João do Itaperiú.
Sei que não existe
outra como eu,
e alguém como tu,
sei que você é meu,
e meu peito é teu.
Fechar os olhos,
contigo deixar
que me conduza
para Chan Chan.
Ser toda tua
no dia de Ni,
e na noite de Si:
o acalanto para ti.
Simplesmente
contigo deixar
que me conduza
pela herança Chimú.
Neste tempo
que pede fortaleza,
e exige de nós só:
o quê a alma serena.
