O Silencio de uma Tela em Branco

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O resto é silêncio.

O silêncio é a virtude dos loucos.

Francis Bacon
Da Dignidade e do Crescimento das Ciências

Quando as palavras não são tão dignas quanto o silêncio, é melhor calar e esperar.

Eduardo Galeano
Dias e noites de amor e de guerra (1978).

Sabei escutar, e podeis ter a certeza de que o silêncio produz, muitas vezes, o mesmo efeito que a ciência.

Há algo de ameaçador num silêncio muito prolongado.

Diz-se da melhor companhia: a sua conversa é instrutiva, o seu silêncio, formativo.

Não é bom que toda a verdade revele tranquilamente a sua essência; e muitas vezes o silêncio é para o homem a melhor decisão.

O silêncio é por vezes o maior orgulho que se pode mostrar.

O silêncio é o santuário da prudência.

Fala se tens palavras mais fortes do que o silêncio, ou então guarda silêncio.

Em matéria de amor, o silêncio vale mais do que a fala.

O silêncio é a maior sabedoria do homem.

O que se pode dizer pode ser dito claramente; e aquilo de que não se pode falar tem de ficar no silêncio.

Não há nada que valha a dignidade do silêncio.

Não diga as coisas com pressa. Mais vale um silêncio certo que uma palavra errada!

Quem sabe o que é correto age corretamente (...)
O verdadeiro conhecimento leva a agir corretamente.

Silêncio

Assim como do fundo da música
brota uma nota
que enquanto vibra cresce e se adelgaça
até que noutra música emudece,
brota do fundo do silêncio
outro silêncio, aguda torre, espada,
e sobe e cresce e nos suspende
e enquanto sobe caem
recordações, esperanças,
as pequenas mentiras e as grandes,
e queremos gritar e na garganta
o grito se desvanece:
desembocamos no silêncio
onde os silêncios emudecem.

O Contrário do Amor

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bungee-jumping, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Trem-bala. L&PM Editores. 1999.

Não importa se você é negro, branco, se tem olhos azuis, verdes ou escuros. O importante é você ter Deus. E Ele não cria nada em vão, pois Ele vem em forma de natureza.

Quando eu me apresento a alguém, pouco me importa que seja branco, negro ou amarelo, capitalista, comunista. Cristão, ateu, judeu, muçulmano, hindu ou budista. Pobre, rico. Para mim me basta e me sobra com que seja um ser humano, pior coisa não poderia ser.