O Poema eu sei que Vou te Amar Inteiro

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Já pensou se eu tivesse decidido ficar em casa naquele dia, ou se você tivesse ido pra outro lugar. Já pensou se eu escolhesse outro caminho e você não pudesse me perceber. Já pensou se não tivéssemos nos conhecido?

Eu sempre quis alguém pra escrever comigo, colocar argumentos nas minhas afirmações, acrescentar detalhes nas minhas lembranças, e reparar coisas em mim que nem eu mesma tinha percebido.

Nunca diga “Eu preciso dele.”, diga “Eu apenas quero ele.” Lembre-se que você não precisa de ninguém.

Amor é quando eu não consigo prestar atenção na aula, porque estou muito ocupado escrevendo o primeiro nome dela com o meu último nome.

"Eu te odeio", disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. "Eu te odeio", disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia.

Clarice Lispector
Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto O búfalo.

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Sabe de uma coisa? Às vezes as pessoas se preocupam demais, e eu acho que isso é amor.

Pode ser que eu não tenha tantas histórias assim, mas as que eu tenho, são as melhores e em momento algum eu vou ter vergonha de contá-las.

Sabia que eu não gosto de pensar muito, antes de fazer algo? É porque quando penso muito, crio motivos para desistir.

Se eu fosse ligar pra tudo o que dizem de mim, eu já tinha deixado de ser eu mesma há muito tempo.

E eu espero, de alguma forma, eu ainda espero pelas respostas de todas essas perguntas, que por muitas vezes me parecem aumentar cada vez mais. Eu espero por respostas, mesmo sabendo que elas podem nunca vir.

À extremidade de mim estou eu. Eu, implorante, eu a que necessita, a que pede, a que chora, a que se lamenta. Mas a que canta.

Clarice Lispector
Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Trecho do conto É para lá que eu vou.

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E urgia compreender melhor o desejo que me descontrolara, eu nunca havia sentido coisa semelhante. Se desejo era aquilo, posso dizer que antes de Matilde eu era casto.

Tenho meu próprio jogo, crio minhas próprias regras, manipulo situações, comigo é assim, eu faço meu próprio destino.

Não se preocupe, eu ainda não te esqueci. Faço questão de lembrar de você quando o assunto é fracasso.

A barata e eu somos infernalmente livres porque a nossa matéria viva é maior que nós, somos infernalmente livres porque minha própria vida é tão pouco cabível dentro de meu corpo que não consigo usá-la. Minha vida é mais usada pela terra do que por mim, sou tão maior do que aquilo que eu chamava de “eu” que, somente tendo a vida do mundo, eu me teria.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Mas se eu não prestava, eu fora tudo o que aquele homem tivera naquele momento. Pelo menos uma vez ele teria que amar, e sem ser a ninguém – através de alguém.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Noveleta (continuação).

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Eu só fui perceber que tinha amor quando fiquei longe dele. Assim mesmo, percebi isso vagamente, e voltei também vagamente por causa disso. Eu perdi, eu tenho consciência absoluta de que eu perdi a oportunidade de amor mais viva e profunda que me foi oferecida até hoje. E agora eu não posso fazer mais nada.

Eu me machuco muito, mas me recupero tão facilmente que ninguém nem percebe quão mal eu estive.

É difícil conversar quando a maioria das conversas é na base do “tente passar o que eu estou passando”.

Se eu sou tão fechado às vezes, não me leve a mal: é que todas as vezes engasgo quando quero dizer o quanto eu sou grato a você!