O Homem que Nao se Contenta com pouco

É por vezes mais fácil formar um partido do que ascender, pouco a pouco, à chefia de um outro já formado.

Pouco fez, ou baixamente avalia as suas ações, quem cuida que lhas podiam pagar os homens.

As mulheres desconfiam muito dos homens na generalidade, e pouco na especialidade.

Promete-se muito para que nos dispensem de dar pouco.

O real serve-nos para fabricar melhor ou pior um pouco de ideal.

Os homens crêem tão pouco na autoridade da própria razão que acabam por justificá-la com a alegação da dos outros.

Obviamente, é mais cômodo saber pouco do que saber muito.

Os homens gostam de se ver refletidos em espelhos pouco transparentes.

Crânios num ossuário.
As pedras brancas invejam-lhes
muito pouco as vidas.

Cada dia é preciso realizar um pouco mais do que se deve.

Os homens têm querido dar razão de tudo, para dissimular ou encobrir o seu pouco saber.

A celebridade, que custa pouco, tem pequeno fulgor e duração.

Quando temos muita luz, admiramo-nos pouco; mas, quando ela nos falta, acontece o mesmo.

É muito provável que a posteridade, para quem tantos apelam, tenha tão pouco juízo como nós e os nossos antepassados.

E se fosse isso perder a vida: fazermos a nós próprios as perguntas essenciais um pouco tarde de mais?

A alegria do que nos alegrou dura pouco. A dor do que nos doeu dura muito mais. Vê se consegues poupar a alegria e esbanjares o que te dói. Vive aquela intensamente e moderadamente. E atira a outra ao caixote. Talvez chegues a otimista profissional e tenhas uma bela carreira de político.

Pouco espírito inutiliza muito saber.

Ai dos que se contentam com pouco.

Com pouco nos divertimos, com muito menos nos afligimos.

No casamento, é mais seguro começar com um pouco de aversão.