O Homem mais Apaixonado do Mundo

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E sem o seu trabalho. Um homem não tem honra. E sem a sua honra. Se morre, se mata.

Muito custa ao homem revelar-se mau, até aos seus próprios olhos; e não se atrevendo, faz-se hipócrita.

O verdadeiro valor de um homem não está no que ele faz quando é observado, mas no que ele faz quando está sozinho.

O homem nem sonha que, não tendo ainda sequer começado a recrutar os tripulantes, já leva atrás de si a futura encarregada das baldeações e outros asseios, também é deste modo que o destino costuma comportar-se conosco, já está mesmo atrás de nós, já estendeu a mão para tocar-nos o ombro, e nós ainda vamos a murmurar, Acabou-se, não há mais que ver, é tudo igual.

O verdadeiro heroísmo do homem não é medido por louros, medalhas ou condecorações, e sim pela coragem e perseverança com as quais ele enfrenta cada dia.

Um homem sábio e mal-humorado não pode ser realmente um homem sábio.

Sustenta palavra de homem
Que eu mantenho a de mulher

Eu bem queria fazer um travesseiro dos seus braços.....

O novo paganismo mostra que o homem é capaz de viver sem uma religião instituída, e ao mesmo tempo continuar na busca espiritual para justificar sua existência.

Alguém teve que acreditar que era possível chegar ao espaço
para que o homem pudesse deixar suas carroças
e começasse a alcançar as estrelas.

As suas reflexões não eram pensamentos, o seu sono não era repouso. De dia não era um homem, de noite não era um homem adormecido.

Homem que saiba amar sem se preocupar com o que vão pensar? Extinto.

Se houver conforto, lazer e mesa farta,
o homem vil governa sem que ninguém conteste suas ações.
A sociedade ainda se vende facilmente por pão e circo...

A melhor maneira de matar um homem é matar-lhe os sonhos.

Quando se está com um homem assim, eu lembro “meu deus, como eu gosto disso”. Eu não gosto de trabalhar, eu não gosto de mais da metade de tudo que eu como, eu não gosto de falar ao telefone, eu não gosto de ser paquerada, eu não gosto de festa de família, eu não gosto de acordar, eu não gosto de pagar conta, eu não gosto das minhas roupas, eu não gosto de 80% dos papos que as pessoas querem começar comigo, eu não gosto de colocar o umbigo nas costas na aula de yoga, da minha vizinha que está sempre berrando com alguém ao telefone, eu não gosto da louça, do pessoal que me pergunta como faz pra trabalhar num sei onde, de listas de presentes. Mas eu gosto disso, eu vivo pra isso, eu acordo pra isso, eu trabalho pra isso, eu tomo banho pra isso.

Nenhum homem deveria sentar-se em paz à mesa farta,
sabendo que em algum lugar há um irmão seu passando fome...

O homem tem escrito sua história em linhas virtuais
que não são capazes de resistirem sequer ao fogo
e em breve poderemos ter uma humanidade sem passado
- e o que é pior: sem futuro...

Existe homem safado e existe homem covarde.
Homem safado, admite que é safado, não ilude ninguém, e tem lá sua freguesia.
Homem covarde é do tipo mentiroso: faz promessas, diz que ama e jura até casar,
mas no final das contas deixa todas as mocinhas a chorar...
Homens safados e homens covardes existem ao montes.
Cada vez mais raros, porém, são os homens de verdade.

Que o homem jamais encontre
uma forma saudável de eliminar a dor.
É a dor que move a compaixão
e a fraternidade entre os homens.
E mesmo com ela há bastante crueldade e desamor.

A Tirania do Sofrimento

O homem, quando sofre, faz uma ideia muito ideia muito especial do bem e do mal, ou seja, do bem que os outros lhe deveriam fazer e que ele pretende como se do seu sofrimento derivasse um qualquer direito a ser compensado, e do mal que pode fazer aos outros como se igualmente o seu sofrimento o autorizasse a praticá-lo.

Todo o homem de hoje, em quem a estatura moral e o relevo intelectual não sejam de pigmeu ou de charro, ama, quando ama, com o amor romântico. O amor romântico é um produto extremo de séculos sobre séculos de influência cristã; e, tanto quanto à sua substância, como quanto à sequência do seu desenvolvimento, pode ser dado a conhecer a quem não o perceba comparando-o com uma veste, ou traje, que a alma ou a imaginação fabriquem para com ele vestir as criaturas, que acaso apareçam, e o espírito ache que lhes cabe.

Mas todo o traje, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em quem o vestimos.

O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o princípio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.

Fernando Pessoa
SOARES, B. Livro do Desassossego. Vol.II. Lisboa: Ática. 1982. 267p.