O Homem mais Apaixonado do Mundo

Deus fez a liberdade, o homem a escravatura.

A consciência é a faculdade que o homem tem de contemplar quanto se passa no seu íntimo, assistir à própria existência, ser, por assim dizer, espectador de si próprio.

O homem apega-se ao transitório e negligencia o eterno.

O homem superior está sempre calmo; o homem inferior acha-se constantemente num estado de inquietação.

Mas a bela juventude é como um sonho frágil, / que dura pouco: sobre a cabeça do homem / logo pende a funesta, a horrível velhice, / que o torna, ao mesmo tempo, disforme e desprezado, / envolve os olhos e a alma, destrói-os e ofusca-os.

Qualquer homem é capaz de fazer bem a outro homem; mas contribuirmos para a felicidade de uma sociedade inteira é parecermo-nos com os deuses.

O homem não pode trair o escritor, mas o escritor deve sempre trair o homem. Quando assume a condição de escritor, ele deve ficar acima do homem.

A verdade de um homem é em primeiro lugar aquilo que ele esconde.

O último amor que desampara o homem é o combinado com o orgulho.

Um homem que tenha rido com gosto ao menos uma vez na vida não pode ser de todo irremediavelmente ruim.

O homem pode adquirir conhecimento ou se tornar um animal, como ele quiser. Deus faz os animais, o homem faz a si próprio.

Somente através do amor o homem se pode libertar de si mesmo.

Todo homem é um abismo, e alguém é capaz de ter vertigens se olhar para baixo.

Nunca vi ainda um homem que analise tão profundamente os seus erros que se acuse a si mesmo.

Se é verdade que a religião, por um lado, liberta o homem do medo, por outro lado gere-o fortemente.

O homem de palavra é aquele que menos fala.

Não se renuncia a um homem por causa de um defeito.

O homem de bem, no meio de malvados, resvala sempre; e nós estamos acostumados a associar-nos ao mais forte, a pisar em quem está no chão e a julgar segundo as circunstâncias.

Quando um homem deseja matar um tigre, chama a isso desporto; quando um tigre deseja matar um homem, este chama a isso ferocidade.

O homem, por natureza, é levado a desprezar quem o bajula e a admirar quem não se mostra condescendente.