O Homem Errado Luis Fermando Verissimo

Cerca de 63288 frases e pensamentos: O Homem Errado Luis Fermando Verissimo

⁠Borboleta abre as asas
― suave ―
quase uma declaração
de amor
a poesia voa,
além dos girassóis,
é frágil,
mas destemida
― voa ―
quase sem peso
quase sem pressa
colore ares
e rios
e matos
e tudo
amacia o mundo
e os corações com
sua delicadeza
quando ela nos deixa
o rio segue seu caminho
um pouco mais triste
um pouco mais sozinho.

Inserida por MoacirLuisAraldi

⁠A maresia, a brisa,
a água um tanto fria,
os olhos de infinitos flutuantes
ondas leves dançam
ao som do sopro do vento.
Distraída ―
a lágrima cai.
Que encantador
é o mar!

Inserida por MoacirLuisAraldi

⁠Experimente contrariar os seus confortos emocionais, seus parâmetros de bem estar, Confronte-se e veja que até o deserto te levará a Terras de Abundância!

Inserida por luispensante

⁠Às vezes a flor
é mais linda
e perfumada
do que a fruta
que gera
às vezes o mundo
nos expulsa
e o submundo
oferece doçuras
às vezes a promessa
a esperança
e a verdade
são loucuras
às vezes…
só às vezes.

Inserida por MoacirLuisAraldi

⁠Com luz
lidam as formigas;
com trevas dormem
folgam as folhagens
nesse ínterim
não demora
se renovam
a natureza rejuvenesce
e a roseira desgraçada
por elas
renasce e floresce
aromatizada
desconsidera a agressão
― não foi nada.
a até a agressora
fica mais perfumada.

Inserida por MoacirLuisAraldi

⁠É noite
uma única voz
solitária
se faz ouvir
Escuto!
inutilmente
tento identificá-la
é madrugada
e a voz
já não me diz nada:
nem ódio
nem amor.
Maldita voz!
Sem pudor;
cala-te
meu interior.

Inserida por MoacirLuisAraldi

O Medo do julgamento alheio, já impediu muitas carreiras, interrompeu muitas trajetórias e frustrou pessoas que mudariam a história do planeta !

Inserida por luispensante

⁠As chuvas não param
ventos intensos assustam,
o sol, meio encabulado
continua escondido
longe dos telhados
talvez bem à tardinha
na reza da Salve-Rainha
olhos misericordiosos
venham nos proteger
a doçura e a esperança
serão bem abençoadas
e antes da madrugada
o céu esteja estrelado.

Inserida por MoacirLuisAraldi

⁠Mar, maresia,
vento, areia...
linda sereia!
a gaivota enche
o peito de ar
e voa
ela
sabe amar
― à beira-mar.
Mar tão
nobre
quanto
ardil
havia aqui
um barco
a maré
o levou
sentado na
areia
fico a me
perguntar
se ainda
navegarás.
ou estarás
ancorado
na ilusão
de um marinheiro.
Meu peito,
― feito ilha ―
aperta
de saudades!

Inserida por MoacirLuisAraldi

⁠Afetos
Noites de inverno
(geladas, geladas)
parecem silenciadas
e esquecidas
só o calor ― humano ―
pode despertar vidas
e não deixá-las
abandonadas,
mas
o dia amanhece
sem novidades ― tudo gelado.

Inserida por MoacirLuisAraldi

⁠Olhei pra cima
e lá estava uma
ave de rapina
por certo,
se aninharia
por perto
ou iria
para alguma ilha
isolada,
esquecida
deserta
assim
eu nunca
mais a veria
e a despedida
é sempre
uma agonia.

Inserida por MoacirLuisAraldi

⁠Feito passarinho
pouse leve
ocupe seu ninho
solte um canto
sedutor
ancore na boca
― da noite ―
repouse!

Inserida por MoacirLuisAraldi

⁠O capitalismo exercido de maneira contrária à liberdade não é capitalismo, e sim um tipo menos autoritário de socialismo.

Inserida por luisfelipedm

⁠A noite parecia triste
não havia estrelas
visíveis
elas estavam lá
da mesma forma
encobertas
por acaso
uma réstia de lua
apareceu
um pouco tímida
por sorte
havia uma garrafa
de vinho
disponível
a noite não estava
mais melancólica
nem triste
as taças
brindavam
alegres.

Inserida por MoacirLuisAraldi

⁠Nas formas o pão cresce
como crescem as crianças
― e a esperança ―
no outro extremo
a fome fomenta
as misérias
onde há pão crescendo
não deve haver ganâncias,
mas logo ali, no movimento,
não é a mesma coisa
se compra o pão
se compra o silêncio
se compram almas
o preço na etiqueta
precifica
a consciência
no canteiro central
o beija-flor
salva o dia.

Inserida por MoacirLuisAraldi

⁠Às vezes a planta
é em terra infértil
e nada floresce
somente há a poeira
que o vento levanta.
Deuses, desertos
desilusões
lenha ardendo
em estalos deprimidos
esses meses são
tão compridos
as cinzas rondam
os olhos ardidos
avermelhados
perdidos em tempos
em que as árvores
avançavam sobre a cerca
― abundantes de frutos.
Se foram os pomares
se foram os jardins
se foram as sombras
dorme a natureza
assim como durmo
saudades em mim.

Inserida por MoacirLuisAraldi

⁠Ah,
este silêncio que chega
e me envolve docemente
tão bem-vindo, tão aceito
em seus encantos me ajeito.
Assim, em total placidez,
sem nenhuma onda sonora
me aconchego em seu veludo
como amantes em cetim
me envolvo no teu mundo
és alma que mora em mim.

Inserida por MoacirLuisAraldi

⁠Difícil
semear
neste tempo
desmatado
canteiros ficam
desertos
rios padecem
secos
ou afogados
é angustiante
e a pele arde
sob o sol
escaldante
árvores…
somente
ausentes
ou distantes.

Inserida por MoacirLuisAraldi

⁠Já colhi soja,
quando menino
antes da mecanização
era meio tosco;
ai de quem largasse
um dos pés descalços
sobre o toco
recém-cortado
doía
e não era
pouco.
Soja vira óleo
e você usa
vira ração
e seus bois
engordam
vira margarina
eu nem gosto
vira dinheiro,
mas é para poucos.

Inserida por MoacirLuisAraldi

⁠Vejo o campo e
a vegetação
e as ruínas
do que foi uma cerca.
Em meio à grama
um osso pelado
pelos cachorros.
Aqui se vê a pobreza
e se sente a fome,
talvez o homem
não se alimentou
e fugiu
talvez não resistiu,
há corvos aqui
não é um bom lugar ― definitivamente não.

Inserida por MoacirLuisAraldi