O Amor Esquece de Comecar Fabricio Carpinejar
Ser poeta é ser sofredor?
Todos os poetas sofrem?
Expurgos do coração dorido
É o resultado da minha pena.
Ah! Se não fosse a pena!
Como deitaria fora essa pustulência
De minh’alma inflamada?
Deitado com a cabeça entre teus seios
Sinto-me seguro
Teu cheiro me excita
Teu pulso me acalma
Teus braços me chamam
Teus lábios me convidam
Teus quadris me enlouquecem
Tuas mãos me exploram
Teu gosto me vicia
Teu olhar me domina
Tua falta me tortura
Teu amor me basta
Tua fidelidade me orgulha
Teu carinho me amansa
Teu ventre me possui
E meu coração te confessa:
Sou teu!
Sozinho
Sozinho
Sozinho
Extremamente só
É assim que me sinto
E é assim que quero ficar
Não quero mais confiar em ninguém
Nem ter que amar
Nem ter que permitir ser amado
Não quero ser lembrado
Muito menos esquecido
Frio como o mármore
Morto?
Não, morte não!!!
Só quero o direito de chorar
Gritar
E dizer tudo o que penso e sinto
Sem ser julgado por isso
To cansado de ter que ser exemplo
De ser forte
De não poder decepcionar os que estão se espelhando em mim
Não quero magoar as pessoas como já fui magoado
Não quero ninguém se espelhando em mim
Não quero ser responsável por isso
Ninguém tem o direito de me fazer exemplo
E de por esse fardo em minhas costas
Quero ter o direito de errar
Mas vou dar a volta por cima
Vou levantar e mudar a situação
Sua partida
Sua partida partiu o meu coração.
Bem mais que isso.
Partiu minha alma.
Com o coração e a alma em pedaços
Tento vislumbrar um só motivo para seguir em frente.
Apenas um.
A revolta toma conta da minha alma.
Sei que a vida é injusta.
Sei das perdas que estamos sujeitos
Enquanto seres viventes.
Mas agora apenas sei da dor de um coração quebrado.
Da dor de uma alma em frangalhos.
A conclusão:
O amor fere!
Seja qualquer forma de amor ou de amar.
O amor fere!
O amor faz sangrar!
O amor é faca afiada que corta lenta e dolorosamente!
Até a mente perde a lucidez e
O corpo sem equilíbrio tomba
Num choro doído e profundamente cindido.
Dor doída!
Profunda!
Amarga!
Lenta!
Agonizante!
Sádica!
Incisiva!
Prefiro a morte!
Fui decepado!
Perdi parte de mim.
Cortaram e atiraram longe.
E eu fiquei aqui sentindo a falta
Do pedaço de mim.
E sangrando em lagrimas.
Preferindo o morrer ao viver.
Oh Morte! amiga minha
Por que se esconde de mim?
Não vês o que fizeram comigo?
Não vês o meu sofrimento?
Por que não me alivias?
Por que não se apresentas a mim?
Usa tua foice, pois já me encontro maduro para a colheita.
Vazio!
É estranho sentir-me cheio de um vazio tão grande.
Tão pleno, tão crescente, tão abundante.
Abundantemente vazio!
Cheio de nada!
Repleto de coisa nenhuma.
Ah, a dor!
Essa sim habita parte de mim.
Qual parte não saberia dizer.
Dor da alma!
Dor do coração!
Dor da mente!
Passo de uma dor terrível para
Um estado de torpor.
Tenho alguns minutos de paz
No entorpecimento.
Mas logo a dor exala sua essência
Seca, amarga como fel.
E então mergulho em um oceano de dor e tristeza.
De forma que provoca em meus olhos
Um transbordar úmido, salgado em forma de lagrimas.
Alguém disse: “lagrima: sumo que sai dos olhos quando se espreme o coração”.
O meu se encontra em uma morsa que o arrocha cada vez mais.
Até explodir pelos olhos meus,
Um sumo ardido e muito doído.
Alguém pode me beliscar para que eu acorde desse pesadelo?
Alguém?
Por favor?
Ninguém?
Quero misericórdia!
Quero acordar e abraçar minha menina.
Vendo que tudo não passou de um sonho ruim.
Por favor! Acordem-me!
Acudam-me!
Ajudem-me!
Tragam minha menina de volta!
Tragam meu bebe de volta!
O meu bebe.
Ainda ontem sentava no meu colo
E ouvia atentamente estorinhas que eu lia em seus livrinhos.
Ainda ontem em meu colo ouvia-me cantar
Canções para nina-la.
Ainda ontem dependia de mim para tudo.
Hoje...hoje onde estará?
Saiu!
Saiu para a vida.
Fez as malas,
Arrumou suas coisas e partiu.
Levou consigo parte de minha alma!
E todo o meu coração!
Levou-me a parte boa embora.
E deixou-me cacos.
Cacos ruins sem condições de serem juntados.
E assim termina.
Termina mas, não acaba.
Acaba com a morte.
Mas esta está longe de mim.
Quem me dera encontra-la!
Quem dera conhece-la!
Sigo dolorido.
Dolorido e cada vez mais revoltado.
Revoltado e cada vez mais apático.
Apático e cada vez mais triste.
Triste e cada vez mais sombrio.
Sombrio e cada vez mais menos.
Menos e cada vez menos.
Menos, menos, menos.
Mais menos até o fim.
A plenitude do menos.
Hoje menos feliz.
Menos pai.
Menos.
Menos amigo.
Menos pessoa.
Menos lucido.
Menos são.
Menos bom.
Menos marido.
Menos Fabricio.
Menos tudo.
Mais infeliz.
Mais só e vazio.
Menos mais.
E
Mais menos!
É estranho sentir-me cheio de um vazio tão grande.
Tão pleno, tão crescente, tão abundante.
Abundantemente vazio!
Cheio de nada!
Repleto de coisa nenhuma.
Não te quero mais
Nem menos
Talvez não seja possível te querer mais
Com certeza não é possível te querer menos
Nem não te querer
Te odeio por isso
Te odeio por me fazer te odiar
Te odeio por me fazer te amar
Eu te amo com toda minha alma
Mas te odeio com todo meu... meu...meu...
Não sobrou nada em mim que possa te odiar
Mas eu te odeio com alguma parte de mim
Ou de ti
Estar com você é como navegar
Num mar calmo e tranquilo
Sentindo o balanço das aguas
O vento molhado a refrescar-me
O calor do desejo
Chorei como a chuva que ameaçou vir e não veio
Chorei com tanta verdade
Com tanta vontade
Com toda força de um coração confuso e perdido pode se achar
Chorei como se chora uma criança
Como se chora esquecido
Como se chora traído
Como se chora deixado.
Que meu choro não seja em vão
Seja libertador aliviando a dor que mata
Que o futuro me reserve
Bondade, vida, felicidade.
E um bônus suficiente para me causar espanto
Chorei
Chorei como a chuva que ameaçou vir e não veio
Chorei com tanta verdade
Com tanta vontade
Com toda força de um coração confuso e perdido pode se achar
Chorei como se chora uma criança
Como se chora esquecido
Como se chora traído
Como se chora deixado.
Devo deixar também
Devo aceitar meu erro
E meus não erros esquecer
Aceito a imposição e o açoite
Que este me machucando,
Torne-me mais resistente ao ser curado
Que meus olhos aprendam ver os detalhes importantes
E negar as deslumbrantes ilusões
Que eu amadureça
Ainda que tardiamente
Que meu choro não seja em vão
Seja libertador aliviando a dor que mata
Que o futuro me reserve
Bondade, vida, felicidade.
E um bônus suficiente para me causar espanto
Que seja reconfortante revigorante
Que ressuscite o amor e a capacidade de amar.
Que me traga um novo e correspondido amor
Não sei
Simplesmente não sei
Por que sempre soube?
Sempre soube?
Ou pensei saber?
Não importa!
Agora não sei. Simplesmente não sei.
Não sei como agir
Nem como pensar
No que pensar
Quando pensar
Se devo pensar.
Não sei
Não sei saber
Não sei
Chegou o momento mais temido
O momento de não saber
Não saber responder
Não saber perguntar
Não saber viver
Não saber querer
Nem se sei querer saber
Sem ação
Sem noção
Sem querer viver
Sem querer, querer
Ou querer sem saber
Mas não sei
Isso nunca aconteceu comigo
Não saber
Sempre soube
Pelo menos achei que soubesse
Mas agora nem isso
Não sei
Isso é aterrador
Não saber
Como posso não saber?
Não sei
Não sei mais de nada
Sem forças
Sem vontade
Sem saber
É muito difícil!
Não da pra saber
É muito difícil
E reconheço: Não sei
Fico parado, paralisado
Por não saber
Não saber o que dizer
Não saber o que responder
Não saber como
Quando
Por que
Não saber me faz ficar
Ficar triste
Ficar com medo
Ficar
E não ir
Não ir além do medo
Além da questão
Além do que se vê
Além do que se tem
Não sei
Não sei chorar
Não sei clamar
Não sei amar
Não sei lidar com tudo isso
Não sei
Simplesmente não sei
E agora?
Como sair desse impasse?
Como agir diante da situação?
O que dizer?
O que fazer?
Alguém aí me diga
Alguém aí há que me socorra?
Se houver devo ouvir seu conselho?
Devo aceitar sua ajuda?
Não sei
Nada há que paralise e impeça alguém de seguir em frente
Do que não saber
Sigo buscando, clamando
Construindo o saber
Para que talvez um dia eu possa
Não dizer: não sei
Nem me deixar abater dessa forma
Nunca mais
Pois saberei
Conquistarei o saber
Mas a custa de que?
Ao final valera a pena tudo isso?
Não sei
Mas saberei
Será?
Talvez não
Não sei
Simplesmente não sei.
Isso nunca aconteceu comigo
Não saber
Sempre soube
Pelo menos achei que soubesse
Mas agora nem isso
Não sei
Não sei
Não sei mais de nada
Sem forças
Sem vontade
Sem saber
É muito difícil!
Não da pra saber
É muito difícil
Não sei
Não sei chorar
Não sei clamar
Não sei amar
Não sei lidar com tudo isso
Não sei
Simplesmente não sei
Quero dormir, sim, dormir, dormir, dormir.
E quando acordar encontrar um mundo diferente e maravilhoso.
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