O Amor Esquece de Comecar Fabricio Carpinejar

Muitos sonham em reeditar a história para reiniciar a vida; alguns querem apenas virar a página e dar prosseguimento a uma história atual; poucos estão dispostos a abrir mão do velho exemplar e começar a escrever uma nova obra.

Na quebra de confiança, tudo se perde, nada se reforma.

Basta observar o deserto do universo para perceber que a vida é um milagre.

Quem devora um livro perde a oportunidade de saboreá-lo.

A amizade é reconhecida como uma joia rara, em meio a tanta bijuteria.

Quanto mais se desce as profundezas de um poço, mais a entrada assemelha-se ao buraco de agulha.

É bonito plantar a semente, lindo ver a flor, maravilhoso ver o jardim e extraordinário ver as borboletas e os pássaros visitarem-no.

Nascemos como seres humanos distintos, crescemos como insanos, vivemos como máquinas e morremos robôs.

Certos homens e mulheres não deitam com suas parceiras e parceiros na cama. Dormem com a sociedade.

Guardar silêncio para quem merece e oferecer sua voz a quem seja digno de ouvi-la.

Cair ao solo é fácil reerguer-se. Agora escorregar diante do precipício pode ser fatal.

Certas pessoas encobrem-se com pomposas vestimentas para os demais não descobrirem a hipocrisia da nudez de seu verdadeiro Eu.

Se a riqueza fosse um bom alimento para a alma, o rico não permaneceria faminto.

Esquente a cabeça e será movido pela emoção. Esfrie o coração e será controlado pela indiferença. Esfrie a cabeça e será governado pela razão. Esquente o coração e será guiado pelo amor.

A esperança move-nos a algum lugar. O pavor não leva a lugar algum.

O mundo não está perdido. São os indivíduos que nunca se encontram.

Não vivenciar o luto é eternizar lutas internas.

Toda moeda tem duas faces. Já alguns indivíduos conseguem ter várias caras, preços diversos e nenhum valor.

Quem restringe a busca abre mão de outros achados.

CAMPOS BELOS (II)

Quem bebeu da sua fonte,
Amou a hospitalidade,
A singeleza de sua gente,
A beleza da sua mocidade;

Conheceu a simplicidade de suas ruas,
Das casas, das coisas,
Das pessoas...

E contemplou a imponência dos montes
O deseja o tempo todo
Quando se encontra distante.

Suas montanhas são gigantes,
Interrompendo intenso fluxos de ventos,
De superfícies predominantes,
No frenesi das tempestades...

Para que nada seja atingido com gravidade
Nos domínios de seus Termos,
Por fenômenos naturais.

Teus relevos erguidos rumo ao céu,
São guardiões fiéis,
Muralhas intransponíveis,
A proteger a cidade.

Neste lindo lugar, todos os dias o sol ressurge,
Por detrás da linda serra;
E a incidência de luz
Anima a vida na terra.

Quando as atividades diárias, cessam,
Chega o merecido descanso;
No dia seguinte, reaparece o clarão da esperança,
Querendo pressa: a todos despertam.
Iluminando sua gente de fé e crença.

Na estrutura analítica do meu projeto
Meu retorno a Campos Belos
É a etapa mais importante.

Não a nego, como o meu eterno desejo
e referencial.
Por onde passei tenho dito,
Querendo que o mundo ouça;
Tenho lutado, mas, tenho sofrido:

Melancólico, deprimido...
E sempre pelos mesmos motivos;
O de viver assim tão ausente:
Dos amigos e dos parentes;
E dessa terra querida (04/2014).