Nosso Amor como o Canto dos Passaros
Pra este rosto encantador,
Quero aqui deixar uma flor,
Linda como o teu olhar,
E nesse corpo de encantar,
Minhas fantasias, sonhos e pensamentos,
E te dizer nesse momento,
Que estou louco pra te amar...
Você está ficando mais velha e verá que a vida não é como os seus contos de fadas. O mundo é um lugar cruel. E você vai aprender isso, mesmo que machuque.
Em infravermelho posso ver, como odeio a noite.
Poetas, musicos, pintores...
São simplesmente canos,
Como todas as pessoas o são.
A diferença é que os primeiros
Estão conectados a fonte
Mais limpa do universo
E trazem até nós a água mais pura,
Para que possamos banhar nossas almas.
Como um estrategista, eu considero todas as possibilidades. Não quer dizer que eu seja um traidor. Eu sou só um exemplo extremo de como a mente humana é capaz de sofrer e seguir em frente.
As flores são frágeis. São ingênuas. Tentam se assegurar como podem. Julgam-se terríveis pelo seus espinhos.
"Gerencie seu coração como você gerencia sua empresa: com frieza estratégica e foco nos resultados! Na cidade grande, paixão sem propósito é prejuízo. Busque a sinergia, busque o lucro afetivo, busque alguém que olhe para o caos da cidade e veja, junto com você, uma oportunidade de dominação mundial a dois!"
O PENSADOR URBANO
Não roube os meu desejos mais secretos. Deixe-os guardados e calmos no canto que os escondi. Deixe os meus suspiros e arrependimentos em tranqüilidade aparente. Não é a hora exata? Não somos exatos! A exatidão me aborrece. A compreensão me deprime. Sua solidão me enlouquece.
O Poeta da Roça
Sou fio das mata, cantô da mão grosa
Trabaio na roça, de inverno e de estio
A minha chupana é tapada de barro
Só fumo cigarro de paia de mio
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestrê, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola
Cantando, pachola, à percura de amô
Não tenho sabença, pois nunca estudei
Apenas eu seio o meu nome assiná
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre
E o fio do pobre não pode estudá
Meu verso rastero, singelo e sem graça
Não entra na praça, no rico salão
Meu verso só entra no campo da roça e dos eito
E às vezes, recordando feliz mocidade
Canto uma sodade que mora em meu peito
Descrevo que era Realmente Naquele Tempo a Cidade da Bahia
A cada canto um grande conselheiro,
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um freqüentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à Praça, e ao Terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
trazidos pelos pés os homens nobres,
posta nas palmas toda a picardia.
Estupendas usuras nos mercados,
todos, os que não furtam, muito pobres,
e eis aqui a cidade da Bahia.
Aí eu tomo um banho bem quente, pra te espantar da minha pele. E canto bem alto, pra te espantar da minha alma. E escovo minha língua bem forte, pra separar seu gosto do meu. E quase vomito, pra parir você do meu fígado.
Você sabe que está apaixonado quando vê o mundo nos olhos dela. E os olhos dela em todos os cantos do mundo.
